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A Escolha De Vitorino
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A Escolha De Vitorino
António Vitorino foi o escolhido de Pinto Balsemão para a acompanhar Durão Barroso ao encontro do Grupo Bilderberg deste fim-de-semana na Áustria. A notícia veio na primeira página do Expresso, que também confirmou a informação de primeira página do Público de há duas semanas, quando se anunciou que Barroso irá substituir Balsemão como membro permanente no grupo dos “Senhores do Mundo”.
Na secção Gente do mesmo semanário, até brincam com o nome do ex-presidente da Comissão Europeia, chamando-lhe “José Manuel Bilderberg Barroso”. Diz-se que os apoiantes de uma eventual candidatura de Barroso a Belém ficaram preocupados, pois a presença no comité diretor do Grupo Bilderberg parece ser incompatível com o exercício do cargo de Presidente da República de Portugal. Mas, onde é que está isso inscrito na Constituição? Terá o Grupo Bilderberg uma tão má reputação a ponto de impedir que um político possa ser Chefe de Estado do seu país e, ao mesmo, tempo ser membro de um pequeno clube privado? Ainda por cima, o Chefe de Estado em Portugal não tem poderes executivos. Se ao menos fosse o primeiro-ministro… Bem, talvez seja bom recordar alguns factos sobre o Grupo Bilderberg e os primeiros-ministros de Portugal. O primeiro chefe de governo português que participou num encontro foi precisamente Pinto Balsemão, em 1981. O então líder da AD aceitou o convite feito pelos “Senhores do Mundo” e viajou até à Suíça – com despesas pagas pelo contribuinte português – para participar nos encontros internacionais do grupo criado em 1954 e destinado a estreitar as relações pessoais entre políticos, empresários e militares no âmbito dos países da NATO. Em 1982, Balsemão faltou à reunião, mas julgo que teve um bom motivo: coincidiu com a visita do Papa a Portugal. Foi a 13 de Maio, exatamente um ano após a tentativa de atentado a João Paulo II em Roma.
Em 1983, Balsemão lá voou de novo, desta vez para o Canadá, então já como primeiro-ministro em gestão. Tornar-se-ia depois membro permanente do clube e passou a ser ele a escolher os futuros candidatos, perdão, convidados portugueses. O primeiro chefe de governo português a ir a um encontro do Grupo Bilderberg antes de ser eleito primeiro-ministro foi António Guterres, convidado para o encontro de 1990, quando era ainda líder da bancada parlamentar do PS. A seguir a Guterres, foi Durão Barroso, que participou no encontro de 1994, quando era ministro dos Negócios Estrangeiros. Barroso, como primeiro-ministro, foi à reunião de 2003, juntamente com o líder do PS, Ferro Rodrigues. E regressou em 2005, então como presidente da Comissão Europeia. António Vitorino, destaque-se, também não é nenhum estreante nestas reuniões. Participou pela primeira vez no encontro de 1996. Guterres estava convidado, mas tinha acabado de ser eleito, meses antes, primeiro-ministro.
Vitorino, então como ministro da Justiça, foi o escolhido para o substituir. Regressou em 2004, altura em que esteve no mesmo encontro onde participaram dois futuros primeiros-ministros: Santana Lopes e José Sócrates. António Vitorino esperava vir a ser o escolhido para substituir o italiano Romano Prodi na presidência da Comissão Europeia, mas foi ultrapassado pela direita e avançou, em sua vez, Durão Barroso. Agora, com a sua terceira participação nos encontros do Grupo Bilderberg, António Vitorino regressa a uma casa que, tal como Balsemão e Barroso, já conhece. Fá-lo não na qualidade de político, mas sim de advogado. Mais do que prognosticar um grande futuro político à chamada “Dona Constança”, creio que este convite não significa o apoio de uma candidatura de Vitorino a Belém, mas sim uma forma simpática de Balsemão se despedir do grupo com a participação dos dois principais candidatos a presidente da Comissão Europeia em 2004. Afinal, aquele foi cargo internacional mais elevado que algum português, até hoje, atingiu ao serviço dos “Senhores do Mundo”. É bonito.
Frederico Duarte Carvalho, jornalista e escritor
9 Junho, 2015 20:54
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