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Da Democracia E Da República
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Da Democracia E Da República
Era Salazar quem dizia, em conversa com António Ferro – “O Homem e a sua Obra” -, que “autoridade e liberdade são dois conceitos incompatíveis… Onde existe uma não pode existir a outra”. O atual sistema democrático, contudo, convenceu-nos que podemos ter um Estado com autoridade política e moral e, ao mesmo tempo, a liberdade de escolha. Afinal, quem achava que a democracia era uma coisa perigosa para a autoridade do Estado devido ao fator da “imprevisibilidade”, enganou-se.
Hoje em dia, a democracia está domada e é cada vez mais previsível. Ao fim de mais de 40 anos de experiências políticas com os mesmos partidos, a única dúvida nas sondagens é saber se o PS empata com a coligação governamental, PaF, ou consegue obter maioria absoluta. O regime do Estado Novo, esse, é que não se livra das críticas de que só podia votar quem era bom chefe de família.
As alternativas que se apresentam aos portugueses são uma boa confirmação desta realidade. O partido Livre, que agora acrescenta a expressão “Tempo de Avançar”, apresentou recentemente os candidatos a deputados nas escadarias da Assembleia da República e diz que qualquer português pode votar neles para indicar em que lugar devem figurar nas listas eleitorais. Como a democracia é hoje uma coisa previsível, nem é preciso usar técnicas do Estado Novo para se chegar ao resultado esperado: os principais candidatos do partido serão as figuras mais mediáticas, ou seja, Rui Tavares e Ana Drago. Depois, há o inevitável doutor Marinho Pinto. Esse é o melhor de todos. Melhor do que o doutor António de Oliveira, que hoje descansa em campa rasa em Santa Comba Dão. Após ter suspendido a democracia no congresso de Maio que o elegeu para o cargo de presidente do PDR, o Conselho Nacional vai ser finalmente eleito neste fim-de-semana. Como verdadeiro republicano e democrata que diz ser, Marinho Pinto constituiu uma lista, a lista A. No entanto, enfrenta a concorrência de duas listas concorrentes, a B e C. Sabe-se que a lista B é encabeçada por Alexandre Almeida, a pessoa que, alegadamente, recrutou gente de fora do partido para votar em massa em maio, o que levou à suspensão do ato eleitoral. A lista C é uma surpresa, pois é encabeçada por Eurico Figueiredo, histórica figura do PS e que sempre se mostrou próximo do democrata Marinho Pinto. Em reação a estas candidaturas, o presidente do PDR escreveu um comunicado, publicado na sua página oficial do Facebook: “Não há que mistificar a realidade: as listas B e C concorrem contra a lista que formei e apresentei, portanto, estão contra mim e contra o projeto de unidade que a Lista A encarna”. A linguagem parece saída do Vimieiro, quando se gritava: “Tudo pela Nação, nada contra Nação” e se defendia a unidade da Pátria. Para Marinho Pinto, a democracia é uma coisa perigosa, pois, previsivelmente, alguns membros da sua lista A poderão ficar de fora do Conselho Nacional. Consciente dessa realidade, o presidente do PDR avisou contra os métodos de quem quer fazer “política pela política” e “se esses métodos triunfarem dentro do PDR é porque este partido é igual aos outros – e então eu assumirei o fracasso de o ter criado e sairei em fidelidade aos princípios de sempre”. Ou seja, se houver democracia dentro do PDR e isso não for ao encontro da vontade do seu presidente, ele segue os princípios: bate com a porta e regressa a Bruxelas, onde tem garantido ordenado por mais quatro anos. Se assim o fizer, Marinho Pinto mostra à Pátria que não é nenhum Salazar. É apenas mais um democrata e republicano.
Frederico Duarte Carvalho
Jornalista e escritor
16 Junho, 2015 16:19
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