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A longevidade empresarial
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A longevidade empresarial
No passado recente assistimos ao desaparecimento de grandes empresas como, por exemplo, a Arthur Andersen, a Enron, a Lehman Brothers.
Em Portugal muito recentemente o BES também desapareceu como banco tal como desapareceram muitas outras pequenas e médias empresas. É sabido que em média cerca de 50% de todas as empresas cotadas desapareceram nos dez primeiros anos após serem admitidas à cotação. E a maioria terminou antes de concluir meio século. De acordo com J. Collins, da lista das empresas da Fortune 500 em 2008, apenas 14% existiam em 1955. Este tem sido o padrão nas economias ocidentais.
No Japão tem sido algo diferente: milhares de empresas têm sobrevivido ao longo de séculos o que faz com que seja o país desenvolvido onde se encontram as empresas com maior longevidade. Um estudo feito pelo Banco da Coreia concluiu que o Japão tem mais de metade (56%) do conjunto de empresas com mais de duzentos anos. No entanto, actualmente, os falhanços empresariais são tão comuns no Japão como nas outras economias desenvolvidas.
Mas a longevidade empresarial é algo importante? Há economistas que a desvalorizam, como os defensores estritos da "destruição criativa". E numa lógica de utilização eficiente dos recursos os seus argumentos são defensáveis. No entanto, como bem chama a atenção I. Davis (McKinsey Quarterly) "nem toda a destruição é criativa e nem toda a criatividade é destrutiva". A falência de uma empresa não afecta apenas os seus accionistas. Pode até ser uma forma ineficiente de inovar numa economia, ao terminar com activos existentes (grupos de I&D, relações com fornecedores ou com clientes).
Assim, em condições de livre funcionamento do mercado a sobrevivência continuada de uma empresa é um indicador fundamental do seu desempenho. E é por isso que, com frequência, a longevidade é usada como um substituto para a taxa de inovação.
Numa investigação publicada em livro (The Living Company, 1997) Arie de Geus identificou quatro características que levam algumas empresas a conseguir adiar o seu desaparecimento enquanto outras morrem cedo: 1) Têm sensibilidade às mudanças no ambiente de negócios e na sociedade. 2) Têm um sentido de identidade forte e são coesivas. 3) São tolerantes, permitem a experimentação. 4) São conservadoras em termos financeiros, mas não se preocupam apenas com controlo de custos.
As empresas que hoje são consideradas ícones, irão ter uma vida longa? Quanto tempo irão durar? Naturalmente que é bastante mais fácil fazer uma análise retrospectiva e identificar as razões que levaram uma empresa a ter sucesso ou outra a desaparecer, do que fazer previsões sobre a longevidade das grandes empresas internacionais, das empresas do nosso país ou da nossa região.
A lista das empresas cotadas em Portugal teve mudanças significativas nos últimos anos. Quantas irão resistir na próxima década? Daqui a dez anos já saberemos! Mas se considerarmos as características de longevidade referidas anteriormente, a reflexão pode ser profícua. E do ponto de vista de cada empresa esta é uma questão fundamental: como protelar, de preferência sine die o desaparecimento? É o grande desafio da gestão!
00:05 h
Vítor da Conceição Gonçalves
Económico
Em Portugal muito recentemente o BES também desapareceu como banco tal como desapareceram muitas outras pequenas e médias empresas. É sabido que em média cerca de 50% de todas as empresas cotadas desapareceram nos dez primeiros anos após serem admitidas à cotação. E a maioria terminou antes de concluir meio século. De acordo com J. Collins, da lista das empresas da Fortune 500 em 2008, apenas 14% existiam em 1955. Este tem sido o padrão nas economias ocidentais.
No Japão tem sido algo diferente: milhares de empresas têm sobrevivido ao longo de séculos o que faz com que seja o país desenvolvido onde se encontram as empresas com maior longevidade. Um estudo feito pelo Banco da Coreia concluiu que o Japão tem mais de metade (56%) do conjunto de empresas com mais de duzentos anos. No entanto, actualmente, os falhanços empresariais são tão comuns no Japão como nas outras economias desenvolvidas.
Mas a longevidade empresarial é algo importante? Há economistas que a desvalorizam, como os defensores estritos da "destruição criativa". E numa lógica de utilização eficiente dos recursos os seus argumentos são defensáveis. No entanto, como bem chama a atenção I. Davis (McKinsey Quarterly) "nem toda a destruição é criativa e nem toda a criatividade é destrutiva". A falência de uma empresa não afecta apenas os seus accionistas. Pode até ser uma forma ineficiente de inovar numa economia, ao terminar com activos existentes (grupos de I&D, relações com fornecedores ou com clientes).
Assim, em condições de livre funcionamento do mercado a sobrevivência continuada de uma empresa é um indicador fundamental do seu desempenho. E é por isso que, com frequência, a longevidade é usada como um substituto para a taxa de inovação.
Numa investigação publicada em livro (The Living Company, 1997) Arie de Geus identificou quatro características que levam algumas empresas a conseguir adiar o seu desaparecimento enquanto outras morrem cedo: 1) Têm sensibilidade às mudanças no ambiente de negócios e na sociedade. 2) Têm um sentido de identidade forte e são coesivas. 3) São tolerantes, permitem a experimentação. 4) São conservadoras em termos financeiros, mas não se preocupam apenas com controlo de custos.
As empresas que hoje são consideradas ícones, irão ter uma vida longa? Quanto tempo irão durar? Naturalmente que é bastante mais fácil fazer uma análise retrospectiva e identificar as razões que levaram uma empresa a ter sucesso ou outra a desaparecer, do que fazer previsões sobre a longevidade das grandes empresas internacionais, das empresas do nosso país ou da nossa região.
A lista das empresas cotadas em Portugal teve mudanças significativas nos últimos anos. Quantas irão resistir na próxima década? Daqui a dez anos já saberemos! Mas se considerarmos as características de longevidade referidas anteriormente, a reflexão pode ser profícua. E do ponto de vista de cada empresa esta é uma questão fundamental: como protelar, de preferência sine die o desaparecimento? É o grande desafio da gestão!
00:05 h
Vítor da Conceição Gonçalves
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