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Mensagem por Admin Dom Jul 05, 2015 11:05 am

Um leitor, devidamente identificado, acusou-me de me estar a demitir das minhas funções. Omito o nome, pois trata-se de uma crítica muito incisiva sobre o comportamento do provedor e de modo algum gostava de imprimir um cariz delatório a esta reflexão. São fundamentalmente dois os argumentos que consolidam esta acusação: 1) quando a questão do conflito ucraniano esteve mais presente na agenda mediática, encobri a parcialidade com que o PÚBLICO tratou este assunto; 2) habitualmente escamoteio a falta de cobertura que o PÚBLICO dá às realizações do PC.

Ora, “colocar o PÚBLICO numa posição de imparcialidade ou objectividade quanto àquele conflito é, de facto, um exercício de desonestidade intelectual”. Por outro lado, diz o leitor: “Continuo a pensar que o PÚBLICO (que não tem obrigação de dar qualquer cobertura ao que faz o PC) cala este partido. Mas, ao menos que assuma, que o cala." E o leitor lança esta interrogação: “Para quê ter um provedor, se ele se demite da sua função? A partir desta data deixei de ler a sua página. Para mim é um espaço viciado, um tempo perdido.”

Obviamente, hoje, não relevo as acusações feitas ao jornal, mas ao provedor. Porém, não vou aproveitar este espaço para fazer a minha defesa. Dar eco a acusações que recaem sobre as funções do provedor fazem parte desta missão e não devo escondê-las. Apenas, a título de enquadramento, direi que relativamente ao conflito ucraniano sentia que faltava ao PÚBLICO jornalistas seus sobre o terreno e que era natural que os comentadores de serviço fossem, sobretudo, do lado ocidental. Quanto à fraca cobertura dada aos eventos do PC – e o acontecimento que motivou esta crítica do leitor foi a recente marcha Força do Povo –, reconheci que não eram de todo inapropriadas as queixas do PC/CDU.

Venho referindo ultimamente que o tempo de propaganda eleitoral antecipada torna difícil a narração dos acontecimentos com a isenção necessária. E também as leituras subjacentes em cada um desses eventos. Estamos num clima em que todos os actos públicos se tornam sessões de propaganda. Até a apresentação de um livro não escapa a este quadro de leitura. Aliás, foi assim, conforme o PÚBLICO escreveu no seu editorial de 03/07/15, que interpretou a apresentação do livro do ex-ministro Miguel Relvas. Mas tal evento com esse claro sentido mereceu, de imediato, críticas pelo PÚBLICO ter dado tão largo destaque. Vai ser difícil.

CORREIO LEITORES/PROVEDOR

Reclamação do Grupo de Acção Directa

«No Inimigo Público do dia 05/06/2015 saíram três espaços que mais uma vez ridicularizaram o movimento e minoria pela defesa dos animais. O humor aí apresentado tem um teor altamente sensacionalista e descredibilizante. No humor/sátira há que ter em consideração minorias que se encontram fragilizadas socialmente.»

«Na ética, mesmo em relação ao humor, há que ter um cuidado especial com minorias (…). O que aconteceu foi insultante e tem causado um entristecer por parte dos leitores defensores dos direitos dos animais. Esta causa, como é notório, luta contra um padrão dominante, sendo sistematicamente atacada. No caso do movimento Acção Directa, os seus activistas bem como outros apoiantes têm sido altamente humilhados nas redes sociais, não sendo necessário o acrescentar por parte da comunicação credível.» E citando um ponto do Estatuto Editorial:
 "O PÚBLICO considera que a existência de uma opinião pública informada, activa e interveniente é condição fundamental da democracia e da dinâmica de uma sociedade aberta, que não fixa fronteiras regionais, nacionais e culturais aos movimentos de comunicação e opinião." «Este humor não intervém numa opinião pública fundamentada e é completamente fechado a perspectivas culturais e movimentos diferentes!» (…)

Comentário do provedor: Efectivamente, insiro nesta página, com o atraso de uma semana, esta queixa enviada pelo Grupo de Acção Directa, um grupo de activistas que desenvolve acções pela defesa dos direitos dos animais. O grupo protestava contra o modo como o PÚBLICO editava um texto satírico com o título “Pessoas mais humanas usam água morna para os caracóis”. Não foi minha intenção iludir ou calar a reclamação. Compreendo a reacção dos militantes do Grupo de Acção Directa. Provavelmente, mais molestados até pelo que se escreveu nas redes sociais. Parece-me que ninguém ignora o estilo habitual de O Inimigo Público, quatro páginas inseridas no PÚBLICO, às sextas-feiras, sob a direcção de Luís Pedro Nunes. Entendido como tal, o humor/ sátira que caracteriza este suplemento não me parece que o Grupo de Acção Directa possa considerar a intenção de diminuir a meritória actividade desenvolvida pelo GAD em favor da defesa dos direitos dos animais. Nem me parece que tenham sido infringidos os limites éticos que, mesmo em relação à sátira, terão de ser respeitados. Se o estilo altamente corrosivo deste suplemento de sátira assim não for interpretado, o correio do provedor será totalmente inundado pela multidão dos visados, de várias camadas sociais e de diferentes graus e responsabilidade institucional, que não escapam ao humor de O Inimigo Público.

Quem comanda o Lazer e a Agenda?

O leitor M. Gaspar Martins lamenta as falhas sistemáticas que verifica na agenda dos espectáculos e programas da TV que lhe têm causado algumas “perdas” e que, de facto – pede-se atenção aos coordenadores dessa agenda –, seriam de evitar.

«Várias vezes notei que os horários de programas de TV indicados no PÚBLICO estavam errados.

No domingo passado, 28/6/15, dispus-me a ver um filme recomendado na v/ agenda por ter como estrela um ator que admiro, Robert Bedford.

Estava indicado na v/ agenda para as 00h45.

Quando liguei, reparei que já decorria há algum tempo.

Fui conferir na agenda do JN e indicava o seu início para as 00h20!!!

Segunda-feira 29/6/15, para não ser surpreendido, conferi no JN o início do Pròs e Contras: 21h50; na v/ agenda 23h00!!!

Terça-feira 30/6/15 voltei a conferir as agendas dos dois jornais que leio.

Continua o desfasamento, com uma substancial diferença: o JN está certo; no PÚBLICO continuam horários errados.

No anexo, estão vários exemplos. Concluo que não se trata de gralhas inevitáveis em qualquer publicação, mas de erros sistemáticos.»

O desfasamento entre a cotação dos críticos e o resumo dos filmes

«Sou um leitor assíduo do jornal PÚBLICO e gosto de ler pela manhã as 'gordas' e ao fim da tarde as 'magras'. Quase todos os assuntos me interessam e não me passa ao lado a secção Sair.

Isto a propósito da caixa onde os críticos de cinema atribuem diariamente um julgamento qualitativo dos filmes que estão em cartaz.

Admira-me que o método de publicação seja o mesmo e ninguém ainda tenha reparado que a caixa com as estrelas atribuídas raramente seja acompanhada pela apresentação regular noutra caixa dos mesmos filmes, isto é, observamos a cotação da crítica e não podemos ler o resumo do argumento destes filmes. Porque não se corrige esta situação?»

Comentário: Como o leitor já deve ter reparado a informação dada pelo PÚBLICO em relação aos filmes em exibição nos cinemas é vasta e, normalmente, acompanha o ritmo das estreias. A tabela da cotação expressa pelos críticos mantém-se por um período mais longo. Manter as duas informações em simultâneo exigiria um aumento de páginas nesta secção. De qualquer modo, poderá sempre recorrer à colecção dos jornais.

JOSÉ MANUEL PAQUETE DE OLIVEIRA 
05/07/2015 - 07:10
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