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Alentejo, a vida ao ritmo certo
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Alentejo, a vida ao ritmo certo
Com tantas promessas de futuro, o melhor mesmo é um banho frio nas águas da praia do Almograve.
Vivemos a um ritmo acelerado, enleados em compromissos e, com demasiada frequência, sem tempo para o que é importante. As férias são uma oportunidade para viver ao ritmo certo, para fazer o que devíamos fazer durante o resto do ano, sem cortar com a realidade. Chegar a Almograve, por estradas mal conservadas e entre obras retomadas pelo governo em véspera de eleições, é sempre um bálsamo para a alma.
É um remédio de alma ter ao dispor um leque de praias de São Torpes a Odeceixe do melhor que existe no mundo, embora a temperatura da água seja por vezes uma prova de resistência que nos prepara para os calafrios do resto do ano. Mas também aqui, como tudo na vida, há a realidade e há realidade mascarada. A água na praia de Almograve é fria, mas é cristalina e no estado puro. A água da praia de São Torpes é mais quente, pela proximidade à saída da refrigeração da refinaria de Sines, mas não corresponde ao padrão da Costa Vicentina. É como os dados do desemprego que o governo de Passos e Portas agitam, depois de mascarados com estágios, formações e afins. Há 509 mil desempregados que não entram nas contas oficiais e fariam com que a água da praia do governo tivesse a água bem mais fria. Viver no mundo virtual é sempre uma opção.
Há quem represente nas férias o papel de pessoa normal. O ainda primeiro-ministro costuma carregar sacos de compras nas férias, como os portugueses fazem todas as semanas, uns mais cheios que outros. São quebras de rotinas sem nexo com a realidade. Quem sempre que pode vai às compras à Praça da Fruta nas Caldas da Rainha está em melhores condições para comprar o peixe ao Sr. Manuel, ir ao café do Sr. Eduardo ou comprar os jornais na loja que fica uma rua à frente a caminho da praia do Almograve, sem ter de fazer um número. É por isso que o Alentejo nos proporciona a vida ao ritmo certo, ao ritmo que queremos. É certo que nos próximos dias há a aceleração do Festival do Sudoeste, mas depois voltamos à normalidade das praias com espaço e sem gritarias, das lojas e do restaurante Lavrador, do Sr. Caetano, sem filas e de tantos outros pequenos prazeres à margem do exotismo mediático de antes das eleições.
O governo de Passos e Portas continua a ter de vir desmentir o Tribunal de Contas e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República, respectivamente sobre o desvio de receitas do IVA para o sorteio da Factura da Sorte e a receita fiscal estar a crescer menos que o esperado, o que poderá gerar um buraco de 660 milhões de euros no Orçamento. E é este mesmo governo que vê a sua narrativa eufórica ser desmentida pela realidade das cantinas escolares abertas para que crianças tenham acesso a, pelo menos, uma refeição.
E depois há o resto. A coligação Portugal à Frente lá apresentou o seu programa eleitoral e as suas listas, também com exclusões que resultam de opções políticas das gerências. Ridículo é ver responsáveis do PS falar das exclusões nas listas dos outros. Ridículo é ter havido um levantamento sobre a falta de cobertura mediática das campanhas eleitorais e agora os debates entre os líderes serem minimalistas. Ridículo é ver o PS submerso numa discussão sobre cartazes que não respeita o percurso de Edson Athayde, não responsabiliza quem os aprovou e nada contribui para a maioria absoluta que António Costa se propôs. É o triunfo da linha falem de mim mesmo que seja para dizer mal.
Mas voltemos ao tempo e ao espaço do Alentejo, em que as câmaras da Costa Vicentina foram confrontadas com a chantagem de as obras nos acessos às praias serem feitas agora, no pico do Verão, ou não serem. Perante esta equação de prepotência, restou o futuro. Para o presente, ficaram as obras na praia da Samoqueira, no Malhão e na Zambujeira do Mar. Vai sendo tempo de o planeamento em Portugal ser realizado a tempo e horas para evitar aberrações. Com tantas promessas de futuro, o melhor é um banho frio nas águas da praia do Almograve. Refresca as ideias e mantém o azimute: dizer e fazer o que se pensa.
Escreve à quinta-feira
António Galamba
06/08/2015 08:00
Jornal i
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