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País Imaginário
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País Imaginário
Imaginemos um país com bancos que falsificam resultados, com gestores venerados mas sem escrúpulos, com empresas de auditoria que nunca detectam as irregularidades, com ligações corrosivas entre a política e os negócios, com uma classe dirigente que tem tanto de faustoso como de inconsistente e com pessoas em número considerável que se deslumbram com as aparências e o sucesso imediato, ignorando porém a realidade e o futuro. Imaginemos ainda que esse país só consegue perceber a existência de tudo quanto é falso e desonesto, quando os próprios falsários se zangam entre si. Suponhamos também, para que a imaginação não diminua, que a descoberta da mentira e da ilusão se revela progressivamente vulgar, contribuindo para isso o facto deste país imaginário ter uma sociedade que faz depender a crítica ou o aplauso do grau de benefício que recebe. Presumamos igualmente que a noção assumida por essa sociedade sobre o que é certo ou errado varia consoante o lado em que cada um dos seus membros se encontra, não sendo assim de estranhar que estes saltitem do elogio mais entusiasta para a reprovação mais feroz. Sendo em larga percentagem fúteis, os protagonistas desta sociedade são corajosos no ataque aos derrotados, lisonjeiros com os vencedores, talentosos na análise do que já está analisado e profundamente convictos em relação às verdades do dia.
Considerando-se a elite e atribuindo sempre estatuto de importância ao que é mediático, estes protagonistas são essenciais para a sustentabilidade do nosso país imaginário. Nada os surpreende e nada de errado existe nas suas múltiplas opções, mesmo quando elas se revelam totalmente contraditórias entre si. Vivem flutuando entre a exaltação de valores momentâneos e o vazio das suas ideias, sem sequer questionarem as razões que determinaram a coroação dos deuses terrenos que idolatram.
Como será viver num país assim?
Professor da Universidade Lusíada
Escreve quinzenalmente à quarta-feira
Manuel Monteiro
19/08/2015 08:00
Jornal i
Considerando-se a elite e atribuindo sempre estatuto de importância ao que é mediático, estes protagonistas são essenciais para a sustentabilidade do nosso país imaginário. Nada os surpreende e nada de errado existe nas suas múltiplas opções, mesmo quando elas se revelam totalmente contraditórias entre si. Vivem flutuando entre a exaltação de valores momentâneos e o vazio das suas ideias, sem sequer questionarem as razões que determinaram a coroação dos deuses terrenos que idolatram.
Como será viver num país assim?
Professor da Universidade Lusíada
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19/08/2015 08:00
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