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Sair do ninho e começar a voar
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Sair do ninho e começar a voar
“Acabei a licenciatura. E agora?” Têm 20 anos ou pouco mais e esta é a pergunta que ecoa nas suas mentes. O percurso académico terminou e para a frente desenha-se um assustador desafio. A conjuntura económica ajuda a pensar no pior e, desde a implementação de Bolonha, os jovens chegam mais cedo e imaturos ao mercado de trabalho. É obrigação das universidades, último espaço percorrido pela maioria antes de arregaçarem as mangas e procurarem emprego, contribuírem para uma preparação que motive a confiança no momento da transição.
O estágio curricular pode ser a melhor antecâmara entre ensino e trabalho. Mas para que assim seja, universidades e empresas têm de trabalhar de mãos dadas. Não interessa “entregar” o estudante e virar costas de forma descontraída. Não. Este tipo de estágio chama-se “curricular” precisamente porque faz parte do plano de estudos dos cursos, logo, parte integrante da formação oferecida pelas instituições de ensino. Por outro lado, também de nada serve a universidade dar o seu melhor, se a empresa que recebe o estagiário não lhe der uma experiência enriquecedora, integrada num verdadeiro ambiente laboral.
O trabalho das instituições de ensino começa meses antes do primeiro dia dos estudantes nas empresas. Inicia-se com a orientação no que diz respeito à escolha do local de estágio. No caso do jornalismo, por exemplo, optar entre jornais diários, televisão, rádio, publicações online ou revistas mensais significa apostar em experiências completamente diferentes. E é preciso consciencializar os estudantes disso.
Decidido o local de estágio, ultrapassada a candidatura e tendo sido o estudante seleccionado pela empresa, os cuidados têm de continuar. Não basta ter a certeza que tudo corre bem nos primeiros dias - embora estes sejam determinantes. É preciso continuar a acompanhar o estágio que, por norma, tem a duração de três meses. Dia após dia, o estudante vê-se confrontado com o tal mundo desconhecido - o do trabalho. Prazos rigorosos a cumprir, normas novas a respeitar, chefias a quem obedecer, necessidade de prestar contas e de assumir maiores responsabilidades.
Se, do lado da empresa, o papel do orientador de estágio se reveste da maior importância, do lado da instituição de ensino, o seu congénere é fundamental. É sempre mais fácil para o estudante falar com quem já conhece. Por isso, quem orienta o estágio a partir da universidade assume o lugar de cuidador e de confidente. Ouve, explica, ajuda a perceber, consola, incentiva, mas também empurra. Afinal, é hora de sair do ninho e começar a voar.
*Directora da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Carla Rodrigues Cardoso* | 18/08/2015 16:48
SOL
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