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Investimentos significativos
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Investimentos significativos
Como se sabe, foi anunciada uma parceria entre a Ascendi e o fundo de investimento Ardian, para a constituição de uma nova empresa, detida em 50% por cada uma das partes, e que passará a deter as participações da Ascendi em cinco concessões de auto-estradas: Norte, Grande Lisboa, Costa de Prata, Beiras Litoral e Alta e Grande Porto.
Com essa transacção, "cuja concretização depende da obtenção das diversas autorizações por parte dos concedentes e financiadores", foi transmitida uma posição muito significativa nas concessões rodoviárias, nomeadamente nas ex-SCUT. O valor da operação atinge os 300 milhões de euros.
No quadro desse negócio, a Ardian (antiga AXA Capital) investe 300 milhões de euros para comprar 50 por cento do capital das cinco concessões rodoviárias acima referidas.
Recorde-se que a Mota-Engil detém 60% do capital da Ascendi, sendo que entre os restantes acionistas desta empresa destacam-se a ES Concessões, do Novo Banco, que controla cerca de 29%. Quanto ao fundo Ardian, trata-se do maior fundo europeu e sétimo a nível mundial, detendo a gestão de 45 mil milhões de euros em ativos.
Esta operação tem vários significados, mas cumpre destacar essencialmente dois. Em primeiro lugar revela a atratividade cada vez maior da economia portuguesa e do interesse que pode ter para o investimento estrangeiro. Não sei em que medida a generalidade dos decisores entendem a importância de se manter um rumo de firmeza na gestão da política financeira e da política orçamental para garantir a credibilidade do rumo da economia do País. Mas, quem contacta profissionalmente com sociedades financeiras e fundos de investimento com base noutros países sabe bem o quanto os preocupam desvios e possíveis desvios de uma trajetória de consolidação das contas nacionais.
Em segundo lugar, o interesse que continua a ter o setor das concessões rodoviárias, apesar das renegociações com o Estado e com a banca. Por isso mesmo, ninguém estranhará que a questão da montagem financeira do esquema das SCUT tenha causado o maior incómodo em vários e relevantíssimos centros de decisão.
Não vale a pena chorar sobre leite derramado e, por isso mesmo, estar a causticar os termos em que foram concretizadas essas Parceiras Público-Privadas. Houve renegociações por parte do Governo e foram no geral bem feitas e agora importa que nos congratulemos com estas operações financeiras que demonstram a maior confiança em Portugal por parte de fundos com peso significativo.
Nos últimos tempos, como sabemos, várias têm sido as notícias da entrada de fundos de investimentos estrangeiros em operações de fusões e aquisições, quer na área das infra-estruturas, quer na área financeira, nomeadamente banca e seguros, e também no setor imobiliário. Importa não causticar, mas importa saber ler o que se passou para se poderem extrair as adequadas conclusões, nomeadamente em ano de escolhas eleitorais.
O pior que podia acontecer ao País era interromper este caminho de credibilização junto dos investidores estrangeiros. Numa época de limitação do investimento público devido à continuação das obrigações da consolidação orçamental e em que o investimento privado nacional enfrenta ainda dificuldades várias, apesar da abertura do crédito, é essencial para a criação de emprego e consolidação da recuperação do processo de crescimento da economia que estes fundos de investimento, que estão com muita liquidez e que não têm remunerações compensatórias nos mercados financeiros, possam encontrar propostas em Portugal que considerem suficientemente remuneradoras.
Advogado
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
19 Agosto 2015, 20:50 por Pedro Santana Lopes
Negócios
Com essa transacção, "cuja concretização depende da obtenção das diversas autorizações por parte dos concedentes e financiadores", foi transmitida uma posição muito significativa nas concessões rodoviárias, nomeadamente nas ex-SCUT. O valor da operação atinge os 300 milhões de euros.
No quadro desse negócio, a Ardian (antiga AXA Capital) investe 300 milhões de euros para comprar 50 por cento do capital das cinco concessões rodoviárias acima referidas.
Recorde-se que a Mota-Engil detém 60% do capital da Ascendi, sendo que entre os restantes acionistas desta empresa destacam-se a ES Concessões, do Novo Banco, que controla cerca de 29%. Quanto ao fundo Ardian, trata-se do maior fundo europeu e sétimo a nível mundial, detendo a gestão de 45 mil milhões de euros em ativos.
Esta operação tem vários significados, mas cumpre destacar essencialmente dois. Em primeiro lugar revela a atratividade cada vez maior da economia portuguesa e do interesse que pode ter para o investimento estrangeiro. Não sei em que medida a generalidade dos decisores entendem a importância de se manter um rumo de firmeza na gestão da política financeira e da política orçamental para garantir a credibilidade do rumo da economia do País. Mas, quem contacta profissionalmente com sociedades financeiras e fundos de investimento com base noutros países sabe bem o quanto os preocupam desvios e possíveis desvios de uma trajetória de consolidação das contas nacionais.
Em segundo lugar, o interesse que continua a ter o setor das concessões rodoviárias, apesar das renegociações com o Estado e com a banca. Por isso mesmo, ninguém estranhará que a questão da montagem financeira do esquema das SCUT tenha causado o maior incómodo em vários e relevantíssimos centros de decisão.
Não vale a pena chorar sobre leite derramado e, por isso mesmo, estar a causticar os termos em que foram concretizadas essas Parceiras Público-Privadas. Houve renegociações por parte do Governo e foram no geral bem feitas e agora importa que nos congratulemos com estas operações financeiras que demonstram a maior confiança em Portugal por parte de fundos com peso significativo.
Nos últimos tempos, como sabemos, várias têm sido as notícias da entrada de fundos de investimentos estrangeiros em operações de fusões e aquisições, quer na área das infra-estruturas, quer na área financeira, nomeadamente banca e seguros, e também no setor imobiliário. Importa não causticar, mas importa saber ler o que se passou para se poderem extrair as adequadas conclusões, nomeadamente em ano de escolhas eleitorais.
O pior que podia acontecer ao País era interromper este caminho de credibilização junto dos investidores estrangeiros. Numa época de limitação do investimento público devido à continuação das obrigações da consolidação orçamental e em que o investimento privado nacional enfrenta ainda dificuldades várias, apesar da abertura do crédito, é essencial para a criação de emprego e consolidação da recuperação do processo de crescimento da economia que estes fundos de investimento, que estão com muita liquidez e que não têm remunerações compensatórias nos mercados financeiros, possam encontrar propostas em Portugal que considerem suficientemente remuneradoras.
Advogado
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
19 Agosto 2015, 20:50 por Pedro Santana Lopes
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