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A cigarra e a formiga, também na vida real
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A cigarra e a formiga, também na vida real
A cigarra cantou até que o dinheiro acabou. A cigarra precisou de mais dinheiro enquanto as formigas começaram a pagar antecipadamente os financiamentos contraídos.
Esta história contada geração após geração às nossas crianças e que tem a ver com dois seres com visões opostas da vida, um "bon vivant" e um trabalhador incansável, ilustra bem a realidade vivida nos últimos anos nos países resgatados, incluindo Espanha que não teve um resgate ao país, mas teve um resgate ao setor bancário.
Neste artigo, por certo já adivinharam, a cigarra é a Grécia e a formiga é Espanha.
Recentemente saiu um artigo no Financial Times que apontou Espanha como um exemplo de reformas (laboral, fiscal entre outras) efetuadas sem perturbações, sem grande alarido e com resultados visíveis em termos económicos.
Hoje, Espanha apresenta-se como uma das economias que mais cresce na Europa e no mundo desenvolvido, melhorando os seus indicadores de performance e posicionando-se melhor em termos competitivos do que antes da crise. Hoje, a economia espanhola está mais virada para o mundo e não é tão dependente em termos domésticos.
Segundo os últimos dados económicos (agosto), o PIB da Zona Euro cresceu 0,3% no segundo trimestre face ao trimestre anterior. A Alemanha e Portugal cresceram 0,4%, enquanto a França estagnou e a Itália cresceu 0,2%. A Espanha cresceu 1%, sendo o maior crescimento entre as maiores economias da Zona Euro.
Na Grécia, nos últimos meses e após a vitória do Syriza, assistimos a um descalabro económico na continuação dos anos anteriores, apesar de no segundo trimestre o PIB ter registado um aumento de 0,8% face ao primeiro trimestre, mas este número está fortemente influenciado pelo significativo controlo de capitais que fez baixar o consumo e as importações do país. Em condições normais, o crescimento económico grego teria caído ou estagnado, na linha do que aconteceu no primeiro trimestre.
Mas quando o Syriza ganhou as eleições foi uma festa, lá e também cá em certas famílias políticas. Agora é que a Europa vai mudar, ouvi eu nos muitos programas televisivos de informação e de debate e nas dezenas de artigos saídos nos jornais e nas revistas.
Afinal, a montanha pariu um rato. O ministro grego das Finanças, mais parecendo uma personagem do "show business", veio nas revistas económicas e também nas revistas cor-de-rosa, mas acabou por ser demitido, dadas as circunstâncias e o péssimo trabalho desenvolvido.
Nos meses de governo Syriza e até ao terceiro resgate, não houve qualquer reforma fiscal, o que não deixa de ser estranho num partido de esquerda radical. Nem colocaram as grandes fortunas a pagar mais impostos!
A cigarra cantou até que o dinheiro acabou. A cigarra precisou de mais dinheiro enquanto as formigas começaram a pagar antecipadamente os financiamentos contraídos.
Esta lição vem muito a propósito quando nos aproximamos dos momentos eleitorais em vários países, incluindo Portugal.
Será um tremendo erro voltarmos a cometer os pecados de um passado recente. Quando se contrai uma dívida, esta tem de ser paga. O excessivo endividamento provoca situações difíceis de corrigir e os exemplos de economias, empresas e famílias muito endividadas foram frequentes no período antes da crise.
Não podemos gastar muito mais do produzimos e da riqueza que temos.
Convém que Portugal siga o exemplo de Espanha dos últimos anos, ou seja, o exemplo da formiga. As cigarras prometem muito, mas depois… é o que se tem visto!
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
08 Setembro 2015, 20:50 por Carlos Bastardo
Negócios
Esta história contada geração após geração às nossas crianças e que tem a ver com dois seres com visões opostas da vida, um "bon vivant" e um trabalhador incansável, ilustra bem a realidade vivida nos últimos anos nos países resgatados, incluindo Espanha que não teve um resgate ao país, mas teve um resgate ao setor bancário.
Neste artigo, por certo já adivinharam, a cigarra é a Grécia e a formiga é Espanha.
Recentemente saiu um artigo no Financial Times que apontou Espanha como um exemplo de reformas (laboral, fiscal entre outras) efetuadas sem perturbações, sem grande alarido e com resultados visíveis em termos económicos.
Hoje, Espanha apresenta-se como uma das economias que mais cresce na Europa e no mundo desenvolvido, melhorando os seus indicadores de performance e posicionando-se melhor em termos competitivos do que antes da crise. Hoje, a economia espanhola está mais virada para o mundo e não é tão dependente em termos domésticos.
Segundo os últimos dados económicos (agosto), o PIB da Zona Euro cresceu 0,3% no segundo trimestre face ao trimestre anterior. A Alemanha e Portugal cresceram 0,4%, enquanto a França estagnou e a Itália cresceu 0,2%. A Espanha cresceu 1%, sendo o maior crescimento entre as maiores economias da Zona Euro.
Na Grécia, nos últimos meses e após a vitória do Syriza, assistimos a um descalabro económico na continuação dos anos anteriores, apesar de no segundo trimestre o PIB ter registado um aumento de 0,8% face ao primeiro trimestre, mas este número está fortemente influenciado pelo significativo controlo de capitais que fez baixar o consumo e as importações do país. Em condições normais, o crescimento económico grego teria caído ou estagnado, na linha do que aconteceu no primeiro trimestre.
Mas quando o Syriza ganhou as eleições foi uma festa, lá e também cá em certas famílias políticas. Agora é que a Europa vai mudar, ouvi eu nos muitos programas televisivos de informação e de debate e nas dezenas de artigos saídos nos jornais e nas revistas.
Afinal, a montanha pariu um rato. O ministro grego das Finanças, mais parecendo uma personagem do "show business", veio nas revistas económicas e também nas revistas cor-de-rosa, mas acabou por ser demitido, dadas as circunstâncias e o péssimo trabalho desenvolvido.
Nos meses de governo Syriza e até ao terceiro resgate, não houve qualquer reforma fiscal, o que não deixa de ser estranho num partido de esquerda radical. Nem colocaram as grandes fortunas a pagar mais impostos!
A cigarra cantou até que o dinheiro acabou. A cigarra precisou de mais dinheiro enquanto as formigas começaram a pagar antecipadamente os financiamentos contraídos.
Esta lição vem muito a propósito quando nos aproximamos dos momentos eleitorais em vários países, incluindo Portugal.
Será um tremendo erro voltarmos a cometer os pecados de um passado recente. Quando se contrai uma dívida, esta tem de ser paga. O excessivo endividamento provoca situações difíceis de corrigir e os exemplos de economias, empresas e famílias muito endividadas foram frequentes no período antes da crise.
Não podemos gastar muito mais do produzimos e da riqueza que temos.
Convém que Portugal siga o exemplo de Espanha dos últimos anos, ou seja, o exemplo da formiga. As cigarras prometem muito, mas depois… é o que se tem visto!
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
08 Setembro 2015, 20:50 por Carlos Bastardo
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