Queda do mercado chinês. Qual o impacto nos países desenvolvidos

Por que é que a queda do mercado de Valores chinês impactou na economia mundial? O mercado interno daquele país tem sido um dos dínamos de crescimento de vendas e resultados para as empresas multinacionais.

O abrandamento económico chinês e o facto de as exportações para aquele país chegarem a preços mais altos pelo efeito da depreciação do yuan poderá penalizar as grandes multinacionais europeias e norte-americanas, salienta a mais recente análise do ActivoBank sobre o tema. Afirmam: “Se a economia chinesa tiver um problema grave, então a economia mundial também o terá”.

Claro que houve fatores a distorcer a perda de valores das ações chinesas, mas a verdade é que as quebras foram brutais.

Na prática, foi o anúncio em 2014 da ligação entre a bolsa de Valores de Xangai e a de Hong Kong que acabou por precipitar tudo. Os investidores da China continental passaram a poder comprar ações na bolsa de Hong Kong e os investidores sedeados em Hong Kong e os estrangeiros passaram a comprar ações de tipo A na bolsa de Xangai. A isto juntou-se a flexibilização do crédito para a compra de ações. Foram criadas as condições para a “tempestade perfeita”, com uma subida exponencial do mercado acionista chinês na primeira metade de 2015. Até à “bolha” foi um passo, tanto mais que os IPO apareceram como cogumelos, com os investidores a quererem capitalizar com o “boom”.

O pânico aconteceu a 12 de junho, o sentimento de venda instalou-se e com algumas operações de venda forçada devido à incapacidade para cumprir com financiamentos.

O ActivoBank recorda ainda que o crédito para investir em ações na China atingiu os 9% do “free-float”, quando nos EUA não vai além de 3%. Refere o ActivoBank que os seus analistas estão “underweight” para os mercados emergentes, incluindo a China, seja para dívida, seja para ações.

OJE