RTE-T - CE atribui à TIS coordenação do Corredor Atlântico

A Comissão Europeia atribuiu à empresa portuguesa TIS a coordenação dos estudos multimodais do Corredor Atlântico da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) assim como o apoio ao coordenador do projeto, o italiano Carlo Secchi. O novo projeto vem na sequência de um anterior, também coordenado pela TIS, que teve como objetivo a recolha detalhada de informação modal e intermodal nas áreas compreendidas pelo Corredor Atlântico, assim como o desenvolvimento do “workplan”, que incluiu a realização de estudos de mercado e a análise de investimentos necessários. Este novo projeto, ganho pelo consórcio liderado pela TIS e que inclui ainda a Panteia (Holanda), Ineco (Espanha), Egis e BG (França), e MFive (Alemanha), prevê a continuidade dos estudos já realizados, apoio técnico e a coordenação dos trabalhos sobre os corredores principais que fazem parte do Corredor Atlântico que, recorde-se, é o único que atravessa Portugal. Terão ainda como tarefas o desenvolvimento da lista de projetos, a realização e análise de um plano de trabalho e a organização de grupos de trabalho e fóruns de discussão sobre o projeto, que terá a duração de 28 meses.

O Corredor Atlântico faz parte do conjunto de 9 corredores da rede RTE-T que constitui a coluna vertebral do desenvolvimento de uma rede de transportes multimodal sustentável e que deverá estar em funcionamento até 2030. Este corredor cruza com outros quatro da rede principal: Mediterrâneo (com secção partilhada ente Algeciras e Madrid), Mar do Norte-Mediterrâneo, Reno-Alpine e Reno-Danúbio e tem forte articulação com o Corredor Ferroviário 4, também designado como Corredor Ferroviário Atlântico (onde a TIS também tem em curso um estudo da ligação dos portos ao corredor ferroviário).

Portugal mais ligado à Europa

O Corredor Atlântico da RTE-T inclui quatro Estados-Membros: Portugal, Espanha, França e Alemanha. Tem como principais nós intermodais os corredores Algeciras-Bobadilla-Madrid; Sines/Lisboa – Madrid Valladolid; Lisboa – Aveiro – Leixões/Porto; e Aveiro – Valladolid – Vitória – Bilbao/Bordéus – Paris – Le Havre/Metz – Mannheim/Estrasburgo. Entre os vários projetos em análise estão a construção da ligação ferroviária em falta entre Évora e Caia/Badajoz, a Implementação da bitola ferroviária europeia (UIC) na Península Ibérica, a definição da implementação do sistema de sinalização ferroviário ERTMS nos dois alinhamentos da ligação entre Portugal e Espanha (Aveiro-Vilar Formoso e Lisboa/Sines-Évora/Caia), o aumento da conetividade marítima ao longo da costa Atlântica, nomeadamente no contexto das Autoestradas do Mar, a integração dos aeroportos principais com as linhas de alta velocidade, em termos de transporte de passageiros, entre outros.


por: Pedro Pereira

23-09-2015
Transportes em Revista