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Turcos da Yildirim pagam mais de 330 milhões para controlar Tertir
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Turcos da Yildirim pagam mais de 330 milhões para controlar Tertir
Mota-Engil vendeu a posição por 275 milhões de euros. Novo Banco exerceu ‘tag along’ pelos restantes 36,875%.
Os turcos do grupo Yildirim vão pagar à Mota-Engil e ao Novo Banco mais de 330 milhões de euros para controlar 100% da Tertir, gestora de terminais portuários em Portugal, Espanha e no Peru. Em comunicado ontem distribuído, o grupo construtor revelou que a posição de 63,125% no capital da Tertir foi alienada por 275 milhões de euros. Por seu turno, o banco liderado por Stock da Cunha não especificou o valor da sua transacção, exercendo o direito de ‘tag along', mas o Diário Económico sabe que o encaixe para o Novo Banco foi acima do ‘book value', isto é, acima dos 55 milhões de euros a que a participação está registada nas contas desta instituição bancária. Tudo somado, dá mais de 330 milhões de euros, no mínimo, que os turcos da Yildirim irão pagar pelo controlo da Tertir.
Além das concessões em quatro terminais de contentores, com capacidade para movimentação anual de 1,650 milhões de TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento), a Tertir gere ainda dois terminais de carga geral e um terminal de granéis alimentares, num total de quatro quilómetros de cais concessionados em Portugal, nos portos de Lisboa, Leixões, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz. A Mota-Engil aproveitou ainda para vender a Transitex, uma empresa de serviços de suporte de logística.
"A transacção efectuada resultou na sequência de várias demonstrações de interesse que foram surgindo ao longo dos últimos anos por parte de diversos operadores internacionais", sublinha Gonçalo Moura Martins, presidente executivo da Mota-Engil, no referido comunicado. "A aceitação da proposta efectuada pela Yildirim permitiu concretizar este acordo que assegura que o novo accionista dará continuidade ao investimento que vinha sendo realizado no sector portuário para conferir o nível de competitividade que se exige ao sector portuário nacional, sendo para esta entidade uma oportunidade de reforçar a consolidação do sector em linha com o que se verifica a nível mundial", acrescentou o CEO da Mota-Engil.
Robert Yuksel Yildirim, presidente da Yilport, que só irá assumir a gestão dos terminais da Tertir após o parecer favorável da Autoridade da Concorrência, destacou que "como resultado dos investimentos que tem vindo a realizar na Turquia e no estrangeiro durante os últimos anos, a Yilport tornou-se a empresa mais importante no negócio de operações de gestão portuária na Turquia e a única empresa turca a constar da lista dos 20 maiores operadores de terminais de contentores a nível mundial".
Este investimento na aquisição da Tertir foi o maior de sempre de um grupo turco em Portugal, seguindo-se a um outro recente, de uma empresa do mesmo país, também no sector marítimo, a Global Liman Isletmeleri, que liderou o consórcio vencedor para concessão do terminal de cruzeiros do porto de Lisboa. Mas será apenas o início do investimento da Yilport na Tertir e em Portugal, estando previsto o reforço do investimento nos terminais portuários nacionais, "de forma a poder aumentar a sua competitividade, sobretudo através do aumento de movimentação de contentores e do fluxo de negócios nesses terminais.
"A seguir a esta compra da Tertir, está previsto um investimento massivo do grupo Yildirim no sector portuário em Portugal, com modernização e equipamentos renovados, tornando os portos nacionais dos mais competitivos da Europa e trazendo mais investimento para Portugal", assegurou Gonçalo Vaz Botelho, vice-presidente da comissão executiva do Banco Finantia, em declarações ao Diário Económico. O Finantia foi um dos intermediários desta operação de venda da Tertir.
00:07 h
Nuno Miguel Silva e Filipe Alves
Económico
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