Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 250 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 250 visitantes :: 2 motores de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Caro leitor,
Página 1 de 1
Caro leitor,
Eu conheço-o melhor do que pensa.
Você tem necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo assim consegue fazer críticas a si mesmo. Possui certas fraquezas de personalidade mas, no geral, consegue compensá-las. Tem uma capacidade não utilizada que ainda não usou a seu favor. É disciplinado e auto controlado por fora e preocupado e inseguro por dentro.
Às vezes tem dúvidas se toma a decisão certa ou se fez a coisa certa. Prefere certas mudanças e variedade e fica insatisfeito com restrições e limitações. Tem orgulho por ser um pensador independente e não aceita as opiniões dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu que é melhor não ser tão franco ao falar de si aos outros. É extrovertido e sociável, mas há momentos em que é introvertido e reservado. Algumas das suas aspirações tendem a fugir da realidade.
Acertei?
Em 1948 o psicólogo Bertram Forer deu a cada um dos seus alunos um teste de personalidade. Depois disse que cada aluno receberia uma análise individual baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a precisão da análise numa escala de zero a cinco. Todos os alunos receberam o mesmo texto: aquele que há pouco leram. Em média as avaliações receberam a nota de 4,26, e somente depois de receber essas notas é que Forer revelou que cada aluno tinha recebido o mesmo texto, montado em frases de diversos horóscopos. O efeito de Forer explica porque tanta gente acredita na astrologia, cartomancia e vidência. Todas fornecem uma análise de personalidade verídica para cada um de nós. Mas o que está por detrás desta crença? E qual a relevância para o mundo dos negócios?
Em primeiro lugar, tendemos a aceitar comentários ou descrições elogiosas sobre nós (o texto não tem comentários negativos sobre a personalidade). Além disso, atribuímos os sucessos a nós próprios e os falhanços a fatores externos. Se tem dúvidas, basta recordar os tempos da escola secundária. Notas altas eram resultado do esforço e inteligência, e más notas eram consequência de testes injustos.
Em segundo lugar, o que é positivo acerca de qualquer coisa é mais importante do que o que falta ou é negativo. Subestimamos as não ocorrências ou a informação omissa.
Temos muita dificuldade em processar informação negativa ou os não eventos. Se estamos saudáveis é raro pensarmos sobre estarmos doentes. Percebemos se existe uma guerra, mas não apreciamos a sua ausência nos tempos de paz. Somos cegos para o que não existe. Este fenómeno existe desde sempre e é explorado pela indústria da publicidade. Quando compramos um produto no supermercado focamo-nos na referência à presença de 10 vitaminas e não questionamos se aumentará o colesterol.
Por ultimo, o efeito de Forer é explicado pela tendência de confirmação: interpretar a nova informação disponível de forma a ser compatível com as teorias e convicções existentes. Filtramos tudo o que contradiz as nossas opiniões já formadas. Esta tendência está, infelizmente, bem presente no mundo dos negócios. Quando o Board decide uma nova estratégia e a equipa de executivos a implementa, todos os sinais de que a estratégia é um sucesso são evidenciados. A equipa vê, por todo o lado, evidências que confirmam as decisões. Ficam cegos para os fatos que infirmam ou invalidam a estratégia, considerando-as exceções ou casos especiais. Ora isto é particularmente perigoso.
Como diz Warren Buffet, aquilo em que o ser humano é melhor é em interpretar as novas informações de modo a que as conclusões anteriores permaneçam intactas.
Por isso é importante questionar as evidências.
00:05 h
João Rafael Koehler
Económico
Você tem necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo assim consegue fazer críticas a si mesmo. Possui certas fraquezas de personalidade mas, no geral, consegue compensá-las. Tem uma capacidade não utilizada que ainda não usou a seu favor. É disciplinado e auto controlado por fora e preocupado e inseguro por dentro.
Às vezes tem dúvidas se toma a decisão certa ou se fez a coisa certa. Prefere certas mudanças e variedade e fica insatisfeito com restrições e limitações. Tem orgulho por ser um pensador independente e não aceita as opiniões dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu que é melhor não ser tão franco ao falar de si aos outros. É extrovertido e sociável, mas há momentos em que é introvertido e reservado. Algumas das suas aspirações tendem a fugir da realidade.
Acertei?
Em 1948 o psicólogo Bertram Forer deu a cada um dos seus alunos um teste de personalidade. Depois disse que cada aluno receberia uma análise individual baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a precisão da análise numa escala de zero a cinco. Todos os alunos receberam o mesmo texto: aquele que há pouco leram. Em média as avaliações receberam a nota de 4,26, e somente depois de receber essas notas é que Forer revelou que cada aluno tinha recebido o mesmo texto, montado em frases de diversos horóscopos. O efeito de Forer explica porque tanta gente acredita na astrologia, cartomancia e vidência. Todas fornecem uma análise de personalidade verídica para cada um de nós. Mas o que está por detrás desta crença? E qual a relevância para o mundo dos negócios?
Em primeiro lugar, tendemos a aceitar comentários ou descrições elogiosas sobre nós (o texto não tem comentários negativos sobre a personalidade). Além disso, atribuímos os sucessos a nós próprios e os falhanços a fatores externos. Se tem dúvidas, basta recordar os tempos da escola secundária. Notas altas eram resultado do esforço e inteligência, e más notas eram consequência de testes injustos.
Em segundo lugar, o que é positivo acerca de qualquer coisa é mais importante do que o que falta ou é negativo. Subestimamos as não ocorrências ou a informação omissa.
Temos muita dificuldade em processar informação negativa ou os não eventos. Se estamos saudáveis é raro pensarmos sobre estarmos doentes. Percebemos se existe uma guerra, mas não apreciamos a sua ausência nos tempos de paz. Somos cegos para o que não existe. Este fenómeno existe desde sempre e é explorado pela indústria da publicidade. Quando compramos um produto no supermercado focamo-nos na referência à presença de 10 vitaminas e não questionamos se aumentará o colesterol.
Por ultimo, o efeito de Forer é explicado pela tendência de confirmação: interpretar a nova informação disponível de forma a ser compatível com as teorias e convicções existentes. Filtramos tudo o que contradiz as nossas opiniões já formadas. Esta tendência está, infelizmente, bem presente no mundo dos negócios. Quando o Board decide uma nova estratégia e a equipa de executivos a implementa, todos os sinais de que a estratégia é um sucesso são evidenciados. A equipa vê, por todo o lado, evidências que confirmam as decisões. Ficam cegos para os fatos que infirmam ou invalidam a estratégia, considerando-as exceções ou casos especiais. Ora isto é particularmente perigoso.
Como diz Warren Buffet, aquilo em que o ser humano é melhor é em interpretar as novas informações de modo a que as conclusões anteriores permaneçam intactas.
Por isso é importante questionar as evidências.
00:05 h
João Rafael Koehler
Económico
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin