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O Porto Desenvolvimento
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O Porto Desenvolvimento
Não há muito tempo li com atenção uma entrevista da Presidente da APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A. e entre as muitas coisas interessantes que discorreu, fruto da sua experiência e reflexão sobre o setor marítimo - portuário, colocava uma questão deveras pertinente em termos de futuro. Afinal, que modelo de porto pretendemos? Após mais um ciclo em que os portos deixaram de ser operadores e que passaram a um papel mais ativo de gestores de licenças e concessões (senhorios), como se devem adaptar os nossos portos aos novos desafios, que papel devem ter na economia e que resposta dar no seio dum dos setores mais dinâmicos e geradores de riqueza para o nossos país?
A título de exemplo e para que se constate das grandes transformações nas AP’s (e nos portos), apenas referir que a APS – Administração do Porto de Sines tinha um efetivo médio de 479 trabalhadores em 1991 e eram quase inexistentes as concessões (1,027 milhões de euros a preços constantes de 2012) e que no ano 2012 tinha cerca de 172 trabalhadores e arrecadou quase 18 milhões de euros em licenças e concessões (55% do volume de negócios).
A Presidente da APL afirma mesmo de forma imperativa que os “portos têm de assumir-se como motores do desenvolvimento”. E diz muito bem, confirmando o que penso desde a primeira hora em que tomei um contacto mais profundo com esta realidade, já lá vão 18 anos.
A própria história se encarrega para sobrelevar o papel que os portos tiveram no desenvolvimento das grandes cidades e das regiões, sendo fatores de promoção de riqueza e possibilitando um desenvolvimento alargado pelo seu efeito difuso, beneficiando largas faixas da população, de múltiplas formas, não só lhe permitindo melhor rendimento como melhores condições de vida, desde a fruição de melhores infraestruturas de acessibilidade e transporte até ao surgimento de dinâmicas socioculturais por si apoiadas ou incentivadas.
Mas se estes são aspetos que têm acompanhado a génese e a evolução dos portos, e em que uns e outros se podem ter mais distinguido mesmo na componente da sua responsabilidade social, a verdade é que hoje, fruto das circunstâncias, temos que não só olhar para os portos como sendo e fazendo parte dos fatores de desenvolvimento como requerer-lhe um papel mais ativo, fazendo com que se assumam como verdadeiros motores desse desenvolvimento.
Sei bem que a opinião pública muitas vezes é levada a confundir o porto com a sua administração portuária. E nós, os que fazemos vida nos portos, temos a obrigação de persistentemente exercer uma ação pedagógica que leve a que percebam que um porto é uma realidade vasta onde interagem múltiplos elementos duma cadeia de negócio, onde se entrecruzam umas tantas outras complementares, reservando-se para a AP um papel de responsabilidade pela área de jurisdição que lhe está afeta e onde disciplina, coordena e fiscaliza as atividades que aí se desenvolvem.
Penso que estes aspetos que me parecem importantes poderão ajudar na perceção de que novos tempos são vividos na realidade dos portos. A sua evolução histórica e funcional, a par das responsabilidades que foram requeridas às AP’s através dos tempos, a situação atual e um novo modelo que se afirmou por um papel mais interveniente das Comunidades Portuárias, levam a que seja necessária uma reflexão profunda que contrarie a possível inércia dumas AP’s “senhorias” e que levem os portos a um papel mais ativo, assumindo-se como motores de desenvolvimento.
Temos pois, que em conjunto acreditar na emergência dum novo modelo a que já chamam de Development Port, que responda a uma economia que funciona de maneira diferente e onde os portos conciliando o saber acumulado e as suas potencialidades possam constituir-se como integradores e polos dinamizadores de desenvolvimento das regiões onde se encontram inseridos.
Como tenho dito, não basta vivermos nesta satisfação dos bons resultados das AP’s e dos nossos portos, tão convenientes para exaltar quando os tempos têm sido de extremas dificuldades para a economia e de austeridade para os cidadãos. É preciso aproveitar o momento para que se reflita e construa um novo modelo para os portos. E já agora um modelo que corresponda às necessidades atuais e seja dinamizador dum tempo futuro.
Autor/fonte: José António Contradanças
16-03-2014
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