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Decisões adiadas, problemas reais
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Decisões adiadas, problemas reais
O país não avança em tão em boa forma como o governo quer fazer crer
Somos um país de treinadores de bancada e das decisões adiadas. Adoramos dar palpites sobre tudo. Desde a pertinência dos avisos meteorológicos ao lance de futebol duvidoso dentro da grande área, ao governo, à política e aos políticos.
Neste capítulo somos todos muito democráticos. Debate-se tudo e mais um par de botas. À exaustão. E por tanto se discutir – basta seguirmos por uma semana os canais informativos do cabo – caímos, não raras vezes, no excesso e no ridículo. O que é incontestavelmente branco passa a ser cinzento.
Estamos no tempo da política. Essencialmente. Atravessamos um momento particular, de avanços e recuos, suspensos de um caminho que vai adiar o futuro próximo do país.
Portugal cairá num impasse. E desde 4 de outubro que andamos a conjeturar. A coligação que venceu as eleições não vai governar, não tenhamos a menor dúvida. Vai ser chumbada pela maioria de esquerda (PS, PCP, BE), logo na apresentação do programa de governo. É certinho como o destino. Muitos se esquecem, mas quando votaram não o fizeram para eleger um governo, muito menos um primeiro-ministro. Votaram para eleger deputados. E é observado o quadro parlamentar que o Presidente da República convida um partido (tem sido sempre o mais votado) a formar um executivo.
Apesar de jovem, a nossa democracia e a Constituição têm formas de resolver impasses, uma vez que não se pode convocar novas eleições devido ao Presidente estar em final de mandato.
E é aqui que reside o busílis da questão. Cavaco Silva indigitou Pedro Passos Coelho para primeiro-ministro, mas fechou a porta a um futuro governo PS/BE/PCP, quando a coligação for apeada em breve no Parlamento. Se formalmente fez o que se esperava, o Presidente obliterou por completo o milhão de votos que os partidos de esquerda (BE e PCP) conseguiram nas eleições. Para ele, neste país, apenas podem mandar PSD, CDS e PS. O resto é mato.
É óbvio que este comportamento restritivo e faccioso está a gerar um enorme ruído e uma onda crescente de revolta nos eleitores de esquerda, diabolizados e ostracizados pelo inefável Cavaco.
Uma vez mais há tacticismo político a mais neste jogo, patrocinado agora pelo chefe de Estado.
Ao que tudo indica não vai abdicar de ter o seu PSD no poder, mantendo-o em gestão até junho do próximo ano, altura em que deverá haver eleições legislativas antecipadas, convocadas já pelo novo Presidente. Permite, no entanto, algo inédito: ostracizando a esquerda, vai uni-la, conseguindo o que dificilmente os próprios alcançariam.
Entretanto a vida real decorre e os portugueses continuam com os seus problemas. O país não avança em tão em boa forma como o governo quer fazer crer, refém de Bruxelas e da ditadura dos “mercados”.
E o que nos diz, por exemplo, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), no seu último relatório anual? Que Portugal regrediu em muitos indicadores.
O rendimento médio das famílias desceu, estando muito abaixo da média dos países da organização, há um maior risco de se ficar desempregado, os que trabalham passam cada vez mais horas no local de emprego e 15% das crianças vivem numa casa onde, pelo menos, um dos pais é desempregado de longa duração. Estes indicadores concluem que, devido ao quadro traçado, os portugueses revelam que têm uma baixa satisfação com a vida.
O que é que os senhores políticos vão fazer para combater este estado de coisas? Que prioridades vão encetar? Que medidas vão aplicar para dar à população melhores condições de vida, melhor saúde, justiça e educação? Andamos sempre à volta do mesmo e gastamos demasiadas energias com estes tacticismos político-partidários. Sinto-me inebriado com tanto paleio. Decisões céleres? Não, que somos um povo das decisões adiadas, e enquanto se debate quem deve ocupar ou não a cadeira, não se fala dos problemas reais que afetam a nossa vida.
PS: Na Madeira muitas têm sido as vozes a acenarem com o “papão” de esquerda e que um governo liderado pelo PS seria prejudicial para a Região.
O partido da Madeira é a autonomia. Julgar que apenas os da mesma cor têm capacidade de compreender os nossos problemas é uma premissa enganosa. Os senhores da esquerda, e em especial os do Partido Comunista, já “não comem meninos ao pequeno almoço”.
Roberto Ferreira
Diário de Notícias da Madeira
Domingo, 25 de Outubro de 2015
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