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A TV serve de trampolim: é nacional e contacta-se muita gente e muitas vezes.
O sistema televisivo português tem, entre outras peculiaridades, a de o ecrã nacional estar enxameado de políticos que comentam. Há também jornalistas, politólogos, académicos e outros que não se sabe por que raio lá chegaram, mas o peso dos políticos é grande.
A sua ligação aos partidos, mesmo quando ex-dirigentes, motiva um debate malsão no espaço público sobre o desequilíbrio da ‘representação’ partidária no telecomentário, como se até no comentário se devesse espelhar o parlamento. A presença exagerada de políticos nos ecrãs resulta do interesse dos canais em ter boas relações e boas fontes nos partidos. E deriva da centralização do poder na forma de fazer política: os políticos querem subir depressa na carreira sem terem de ‘partir pedra’ no trabalho partidário em municípios e distritos. Aparecendo na TV, falam para os cidadãos sem terem de os aturar em reuniões, fábricas, campos e nas ruas, o que só fazem durante 15 dias cada quadriénio.
A TV serve de trampolim: é nacional e contacta-se muita gente e muitas vezes. Tornam-se falsas ‘figuras nacionais’, que não conhecem os cidadãos nem efectivamente os ouvem. E também porque o comentário não é o mesmo que luta política: políticos que são razoáveis ou bons comentadores parecem promissores na política, mas não o são necessariamente.
A desilusão António Costa resultou em grande medida de ter sido visto como realmente é na acção política nacional, depois de anos a parecer o político que não era como comentador na ‘Quadratura do Círculo’ (SIC Notícias). Costa político desiludiu porque antes se confundia o comentador com um promissor chefe de Governo. O mesmo sucedeu com Marinho Pinto: o político foi um desastre quando comparado com as suas prestações no comentário televisivo. Será preciso recordar casos mais antigos, como os de Santana Lopes e José Sócrates? Ambos saltaram do telecomentário para S. Bento, ambos saíram como desilusões.
Marcelo é diferente. Apesar da obsessão com a presença mediática, sempre manteve um contacto com a sociedade e a cidadania e, se a sua inteligência não soçobrar ao apelo do ecrã, acabará por substituir definitivamente a sua persona de comentador pela sua persona política, mundo que tão bem conhece. Mas Marcelo é único. Os outros que pululam nos ecrãs são, quase todos, seus aprendizes de terceira categoria. Infelizmente, ainda teremos de aturar uns quantos no parlamento e nos governos, porque é assim que funciona a osmose entre o sistema mediático e o sistema político neste pobre país.
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‘Treze’: azar dos espectadores
Chama-se ‘Treze’ porque sim um programa da RTP 1 no pior do velho modelo de dar ao povo cultura em pastilhas para rir. Trata o espectador como ignorante que só quer brincadeira. Escolhe 13 heróis ou futebolistas e um painel discute- -os. Incrivelmente, o painel não é informado antes das escolhas: não se pode preparar – era demais, havia o risco de dizer coisas interessantes. Se alguém as diz, a montagem corta, como aconteceu com o historiador Rui Ramos no primeiro programa. O nível de educação dos portugueses cresceu espectacularmente nas últimas décadas e esta superficialidade dos anos 80 já não se aguenta. Não admira que use um público digital e palmas enlatadas – e que não tenha audiência.
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Espernearam, agora calam-se
A Comissão da Carteira de Jornalista decidiu nem sequer haver matéria para apreciar o caso de Rodrigues dos Santos (RTP 1) ter dito "eleito ou eleita" numa confusão sobre o deputado mais velho. António Costa e o rebanho dos que condenaram o jornalista ficaram agora calados como ratos. Deve ser por vergonha.
25.10.2015 00:43
EDUARDO CINTRA TORRES
Correio da Manhã
O sistema televisivo português tem, entre outras peculiaridades, a de o ecrã nacional estar enxameado de políticos que comentam. Há também jornalistas, politólogos, académicos e outros que não se sabe por que raio lá chegaram, mas o peso dos políticos é grande.
A sua ligação aos partidos, mesmo quando ex-dirigentes, motiva um debate malsão no espaço público sobre o desequilíbrio da ‘representação’ partidária no telecomentário, como se até no comentário se devesse espelhar o parlamento. A presença exagerada de políticos nos ecrãs resulta do interesse dos canais em ter boas relações e boas fontes nos partidos. E deriva da centralização do poder na forma de fazer política: os políticos querem subir depressa na carreira sem terem de ‘partir pedra’ no trabalho partidário em municípios e distritos. Aparecendo na TV, falam para os cidadãos sem terem de os aturar em reuniões, fábricas, campos e nas ruas, o que só fazem durante 15 dias cada quadriénio.
A TV serve de trampolim: é nacional e contacta-se muita gente e muitas vezes. Tornam-se falsas ‘figuras nacionais’, que não conhecem os cidadãos nem efectivamente os ouvem. E também porque o comentário não é o mesmo que luta política: políticos que são razoáveis ou bons comentadores parecem promissores na política, mas não o são necessariamente.
A desilusão António Costa resultou em grande medida de ter sido visto como realmente é na acção política nacional, depois de anos a parecer o político que não era como comentador na ‘Quadratura do Círculo’ (SIC Notícias). Costa político desiludiu porque antes se confundia o comentador com um promissor chefe de Governo. O mesmo sucedeu com Marinho Pinto: o político foi um desastre quando comparado com as suas prestações no comentário televisivo. Será preciso recordar casos mais antigos, como os de Santana Lopes e José Sócrates? Ambos saltaram do telecomentário para S. Bento, ambos saíram como desilusões.
Marcelo é diferente. Apesar da obsessão com a presença mediática, sempre manteve um contacto com a sociedade e a cidadania e, se a sua inteligência não soçobrar ao apelo do ecrã, acabará por substituir definitivamente a sua persona de comentador pela sua persona política, mundo que tão bem conhece. Mas Marcelo é único. Os outros que pululam nos ecrãs são, quase todos, seus aprendizes de terceira categoria. Infelizmente, ainda teremos de aturar uns quantos no parlamento e nos governos, porque é assim que funciona a osmose entre o sistema mediático e o sistema político neste pobre país.
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‘Treze’: azar dos espectadores
Chama-se ‘Treze’ porque sim um programa da RTP 1 no pior do velho modelo de dar ao povo cultura em pastilhas para rir. Trata o espectador como ignorante que só quer brincadeira. Escolhe 13 heróis ou futebolistas e um painel discute- -os. Incrivelmente, o painel não é informado antes das escolhas: não se pode preparar – era demais, havia o risco de dizer coisas interessantes. Se alguém as diz, a montagem corta, como aconteceu com o historiador Rui Ramos no primeiro programa. O nível de educação dos portugueses cresceu espectacularmente nas últimas décadas e esta superficialidade dos anos 80 já não se aguenta. Não admira que use um público digital e palmas enlatadas – e que não tenha audiência.
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Espernearam, agora calam-se
A Comissão da Carteira de Jornalista decidiu nem sequer haver matéria para apreciar o caso de Rodrigues dos Santos (RTP 1) ter dito "eleito ou eleita" numa confusão sobre o deputado mais velho. António Costa e o rebanho dos que condenaram o jornalista ficaram agora calados como ratos. Deve ser por vergonha.
25.10.2015 00:43
EDUARDO CINTRA TORRES
Correio da Manhã
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