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FLAD promove o desenvolvimento económico
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FLAD promove o desenvolvimento económico
A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em parceria com a StartUp Braga, organizou a primeira missão de empresas do programa de aceleração a Boston e São Francisco, nos Estados Unidos
Quando se fala de alguém que "empreende", atribui-se-lhe motivação e ambição. Capacidade de inovar e planear.
Resiliência quando os resultados tardam. E inteligência quando a realidade se impõe e é necessário arrepiar caminho. São atributos que todos reconhecemos nos “que empreendem”.
A mesma capacidade empreendedora que testemunhamos em Boston quando pensamos em serviços financeiros, na indústria farmacêutica, nas ciências da vida ou nos equipamentos médicos. Ou que observamos em São Francisco quando nos ocorrem as tecnologias de comunicação e informação, a mobilidade ou a automação e a robótica.
A capital do estado de Massachusetts é reconhecida pela excelência das suas universidades. É o destino dos primeiros colonatos europeus e berço dos Estados Unidos tal como os conhecemos. Na Califórnia, São Francisco protagonizou a corrida ao ouro em meados do século XIX. Com a sua “Bay Area”, celebrizou-se pelas inovações de Silicon Valley que mudaram as nossas vidas. São hoje, mais do que nunca, cidades onde o conservadorismo convive com a ousadia.
São, de alguma maneira, caldeirões de experimentação científica onde germinam tecnologias disruptivas cujo impacto societal ainda não conseguimos antever. Ambas acolhem significativas comunidades portuguesas que se consolidam nos diversos domínios e vêem reconhecidas a sua capacidade e o seu talento.
Por isso, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em parceria com a StartUp Braga, organizou a primeira missão de empresas do programa de aceleração em Boston e São Francisco – e estiveram presentes as startups portuguesas Glymt, Loqr, Musicyou, PerforMetric e SeatWish. Porque é fundamental expor estas empresas recém-nascidas a outros ambientes de inovação e criatividade. Porque nestes ecossistemas se podem encontrar incubadoras, grupos de investigação e investidores dispostos a partilhar as suas experiências para benefício dos jovens empresários. Porque o desenvolvimento científico, tecnológico e económico – e, porventura em menor grau, político – de Portugal também se concretiza em iniciativas desta natureza. E o desígnio da Fundação é justamente contribuir para o de-senvolvimento de Portugal.
O que aconteceu na semana passada nas duas costas do outro lado do Atlântico pode vir a influenciar em maior ou menor grau a vida das cinco jovens empresas presentes. O futuro o dirá.
Certo é que, durante esses dias, os empresários tiveram oportunidade para, de forma franca e aberta, exporem as suas ideias de negócio, discutirem a viabilidade das suas tecnologias e ouvirem a opinião experimentada de americanos e portugueses. Do MIT à Google, da MassChallenge à TopDesk, com que se confrontaram afinal estes empreendedores?
Em primeiro lugar, com a realidade incontornável de que uma boa ideia, ou tecnologia, não significa necessariamente um bom negócio. O cemitério de empresas falhadas está cheio de boas ideias. Por isso é absolutamente necessário testar as ideias pré-concebidas e pô-las à prova. E testá-las de novo. E outra vez. Reconhecer o lugar-comum de que nada substitui o processo interactivo de tentativa e erro, tão caro à investigação e desenvolvimento – e que também pertence por direito próprio ao processo de criação e consolidação de empresas.
Em segundo lugar, a importância das relações sociais. Quem empreende pode agir, por vezes, como um lobo solitário. Mas, na maioria das vezes, impera no seu relacionamento um indisfarçável espírito de matilha. O empreendedor precisa dos outros e, por isso, deve interagir com humildade. E da mesma forma que espera generosidade dos mais experientes, deve ser generoso para com os demais da comunidade.
Por último, mas não menos importante, o facto indesmentível de que o dinheiro não “resolve” tudo. O empresário lúcido compreende que as necessidades de capital apresentam um calendário muito concreto que é preciso descodificar e que, por isso, o financiamento se concretiza faseadamente. Que este deve ser sustentado em modelos sólidos, assentes em experimentação e cadeias de valor testadas. Que em algumas circunstâncias é possível concretizar projectos empresariais com pequeníssimos investimentos, mas que noutras se exigem financiamentos apreciáveis.
Jorge Gabriel
Jornal i
Quando se fala de alguém que "empreende", atribui-se-lhe motivação e ambição. Capacidade de inovar e planear.
Resiliência quando os resultados tardam. E inteligência quando a realidade se impõe e é necessário arrepiar caminho. São atributos que todos reconhecemos nos “que empreendem”.
A mesma capacidade empreendedora que testemunhamos em Boston quando pensamos em serviços financeiros, na indústria farmacêutica, nas ciências da vida ou nos equipamentos médicos. Ou que observamos em São Francisco quando nos ocorrem as tecnologias de comunicação e informação, a mobilidade ou a automação e a robótica.
A capital do estado de Massachusetts é reconhecida pela excelência das suas universidades. É o destino dos primeiros colonatos europeus e berço dos Estados Unidos tal como os conhecemos. Na Califórnia, São Francisco protagonizou a corrida ao ouro em meados do século XIX. Com a sua “Bay Area”, celebrizou-se pelas inovações de Silicon Valley que mudaram as nossas vidas. São hoje, mais do que nunca, cidades onde o conservadorismo convive com a ousadia.
São, de alguma maneira, caldeirões de experimentação científica onde germinam tecnologias disruptivas cujo impacto societal ainda não conseguimos antever. Ambas acolhem significativas comunidades portuguesas que se consolidam nos diversos domínios e vêem reconhecidas a sua capacidade e o seu talento.
Por isso, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em parceria com a StartUp Braga, organizou a primeira missão de empresas do programa de aceleração em Boston e São Francisco – e estiveram presentes as startups portuguesas Glymt, Loqr, Musicyou, PerforMetric e SeatWish. Porque é fundamental expor estas empresas recém-nascidas a outros ambientes de inovação e criatividade. Porque nestes ecossistemas se podem encontrar incubadoras, grupos de investigação e investidores dispostos a partilhar as suas experiências para benefício dos jovens empresários. Porque o desenvolvimento científico, tecnológico e económico – e, porventura em menor grau, político – de Portugal também se concretiza em iniciativas desta natureza. E o desígnio da Fundação é justamente contribuir para o de-senvolvimento de Portugal.
O que aconteceu na semana passada nas duas costas do outro lado do Atlântico pode vir a influenciar em maior ou menor grau a vida das cinco jovens empresas presentes. O futuro o dirá.
Certo é que, durante esses dias, os empresários tiveram oportunidade para, de forma franca e aberta, exporem as suas ideias de negócio, discutirem a viabilidade das suas tecnologias e ouvirem a opinião experimentada de americanos e portugueses. Do MIT à Google, da MassChallenge à TopDesk, com que se confrontaram afinal estes empreendedores?
Em primeiro lugar, com a realidade incontornável de que uma boa ideia, ou tecnologia, não significa necessariamente um bom negócio. O cemitério de empresas falhadas está cheio de boas ideias. Por isso é absolutamente necessário testar as ideias pré-concebidas e pô-las à prova. E testá-las de novo. E outra vez. Reconhecer o lugar-comum de que nada substitui o processo interactivo de tentativa e erro, tão caro à investigação e desenvolvimento – e que também pertence por direito próprio ao processo de criação e consolidação de empresas.
Em segundo lugar, a importância das relações sociais. Quem empreende pode agir, por vezes, como um lobo solitário. Mas, na maioria das vezes, impera no seu relacionamento um indisfarçável espírito de matilha. O empreendedor precisa dos outros e, por isso, deve interagir com humildade. E da mesma forma que espera generosidade dos mais experientes, deve ser generoso para com os demais da comunidade.
Por último, mas não menos importante, o facto indesmentível de que o dinheiro não “resolve” tudo. O empresário lúcido compreende que as necessidades de capital apresentam um calendário muito concreto que é preciso descodificar e que, por isso, o financiamento se concretiza faseadamente. Que este deve ser sustentado em modelos sólidos, assentes em experimentação e cadeias de valor testadas. Que em algumas circunstâncias é possível concretizar projectos empresariais com pequeníssimos investimentos, mas que noutras se exigem financiamentos apreciáveis.
Jorge Gabriel
Jornal i
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