A educação financeira e as crianças

A educação financeira para crianças vai, finalmente, avançar.

Depois do Inquérito à Literacia Financeira feito em 2010 pelo Banco de Portugal que mostrou as fragilidades da população portuguesa em relação a conceitos financeiros básicos como o ‘spread’, identificado apenas por 17% dos inquiridos, ou as comissões cobradas pela conta bancária que eram desconhecidas por 40% dos inquiridos. 

Os supervisores financeiros – Banco de Portugal, CMVM e Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – uniram esforços e criaram o Plano Nacional de Formação Financeira que iniciaram, numa primeira fase, a formação de professores e um concurso escolar “Todos Contam”. A novidade que surge integrada no âmbito do Dia Mundial da Poupança, que se comemora no dia 30, é o primeiro caderno de educação financeira para iniciar a formação dos alunos do primeiro ciclo do ensino básico, devendo, no futuro, ser criados outros manuais para o ensino secundário e a formação e educação de adultos. Aliás, o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros prepara agora um referencial de formação financeira destinada a micro, pequenas e médias empresas. A formação dos gestores de PME, que representam 99% do tecido empresarial nacional, avaliado pelo Banco de Portugal em cerca de 380 mil empresas, é essencial para dotar essas empresas dos meios que lhes permitam desenvolver o negócio de forma estruturada. As decisões no domínio financeiro podem influenciar o futuro de uma pessoa ou de uma empresa. Por isso, quanto mais cedo as crianças aprenderem os conceitos financeiros e a forma adequada de gerir o dinheiro melhor preparadas estarão para tomar decisões criteriosas e informadas. É preciso semear para poder colher frutos. 

Os supervisores financeiros estão no caminho certo. 

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Económico