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Política económica equilibrada recomenda-se!
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Política económica equilibrada recomenda-se!
Há poucos dias, uma das agências internacionais de "rating", a Fitch, referiu que em média um emitente leva seis anos a deixar de ser lixo, isto é, a readquirir uma notação de BBB- ou Baa3 no mínimo consoante a agência de "rating" em causa.
Há cinco anos, relembro que em 5/5/2010, Portugal era um AA2 pela Moody's, em 30/11/2010 era um A- pela S&P e em 23/12/2010 era um A+ pela Fitch. Neste momento (início de Novembro), Portugal tem uma notação das três agências equivalente, mas ainda considerada de lixo. É BB+ pela Fitch e pela S&P e Ba1 pela Moody's (equivalente a BB+) e vamos entrar no sexto ano em 2016.
Para Portugal deixar de ser lixo no "rating" é necessário que as agências internacionais, gostando-se delas ou não, fiquem convencidas de que continuamos no rumo certo.
E continuar no rumo certo é basicamente promover o crescimento económico, mas sem perder a perspetiva da consolidação das contas públicas. Recomenda-se uma política económica equilibrada e responsável.
Essa política económica deve ter por base as seguintes premissas: crescimento económico através do investimento fundamentalmente privado, das exportações, da substituição das importações e do consumo privado, mas neste último caso controlando o crédito concedido e reduzindo gradualmente o seu peso na formação do PIB.
É um facto que os salários portugueses em média são cerca de 1/3 da média da UE, mas também é verdade que a produtividade é de 32% do valor médio da UE. Perante este quadro de referência, só resta aumentar a produtividade. Existem setores que já rivalizam e bem com os congéneres europeus, mas ainda são poucos os casos de sucesso. Nos últimos anos, a indústria do calçado é um desses excelentes exemplos de "turnaround". Hoje, Portugal produz o segundo calçado mais caro do mundo em termos médios, apenas atrás da Itália e o setor representa cerca de 10% das exportações. São mais exemplos destes que a economia nacional necessita!
Vivemos hoje um período de taxas de juro historicamente baixas, mas o crescimento económico é reduzido. Um dos problemas do país é a falta de investimento. Só investindo é que se criam postos de trabalho. Mas para haver investimento é necessário existirem bons projetos e fontes de financiamento. E para a sua concretização, tem de existir confiança.
Se os empresários, os financiadores dos setores público e privado, os investidores em geral e os consumidores não tiverem razões para estar confiantes, o investimento e o consumo pura e simplesmente serão negativamente afetados.
Nos anos piores da atual crise, o investimento caiu mais de 40%. As implicações foram imediatas na subida do desemprego e na queda do PIB.
E como se consegue gerar a confiança? É com equilíbrio entre crescimento económico e respeito pelos compromissos europeus em termos de consolidação das contas públicas. Quem se esquecer deste equilíbrio, não vai contribuir para a saúde económica e social do país a médio/longo prazo.
Se queremos atrair investimento nacional e estrangeiro, temos de fazer crer aos nossos credores e aos investidores em geral que temos capacidade para honrar os compromissos financeiros. Se não conseguirmos tal, muito dificilmente irão acreditar em nós.
Este é o principal desafio dos próximos governantes. Não há almoços grátis: os investimentos não aparecem só porque somos simpáticos, hospitaleiros, o clima é bom, a comida melhor… Os investimentos aparecem quando somos empreendedores e sobretudo quando merecemos confiança.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
10 Novembro 2015, 19:50 por Carlos Bastardo
Negócios
Há cinco anos, relembro que em 5/5/2010, Portugal era um AA2 pela Moody's, em 30/11/2010 era um A- pela S&P e em 23/12/2010 era um A+ pela Fitch. Neste momento (início de Novembro), Portugal tem uma notação das três agências equivalente, mas ainda considerada de lixo. É BB+ pela Fitch e pela S&P e Ba1 pela Moody's (equivalente a BB+) e vamos entrar no sexto ano em 2016.
Para Portugal deixar de ser lixo no "rating" é necessário que as agências internacionais, gostando-se delas ou não, fiquem convencidas de que continuamos no rumo certo.
E continuar no rumo certo é basicamente promover o crescimento económico, mas sem perder a perspetiva da consolidação das contas públicas. Recomenda-se uma política económica equilibrada e responsável.
Essa política económica deve ter por base as seguintes premissas: crescimento económico através do investimento fundamentalmente privado, das exportações, da substituição das importações e do consumo privado, mas neste último caso controlando o crédito concedido e reduzindo gradualmente o seu peso na formação do PIB.
É um facto que os salários portugueses em média são cerca de 1/3 da média da UE, mas também é verdade que a produtividade é de 32% do valor médio da UE. Perante este quadro de referência, só resta aumentar a produtividade. Existem setores que já rivalizam e bem com os congéneres europeus, mas ainda são poucos os casos de sucesso. Nos últimos anos, a indústria do calçado é um desses excelentes exemplos de "turnaround". Hoje, Portugal produz o segundo calçado mais caro do mundo em termos médios, apenas atrás da Itália e o setor representa cerca de 10% das exportações. São mais exemplos destes que a economia nacional necessita!
Vivemos hoje um período de taxas de juro historicamente baixas, mas o crescimento económico é reduzido. Um dos problemas do país é a falta de investimento. Só investindo é que se criam postos de trabalho. Mas para haver investimento é necessário existirem bons projetos e fontes de financiamento. E para a sua concretização, tem de existir confiança.
Se os empresários, os financiadores dos setores público e privado, os investidores em geral e os consumidores não tiverem razões para estar confiantes, o investimento e o consumo pura e simplesmente serão negativamente afetados.
Nos anos piores da atual crise, o investimento caiu mais de 40%. As implicações foram imediatas na subida do desemprego e na queda do PIB.
E como se consegue gerar a confiança? É com equilíbrio entre crescimento económico e respeito pelos compromissos europeus em termos de consolidação das contas públicas. Quem se esquecer deste equilíbrio, não vai contribuir para a saúde económica e social do país a médio/longo prazo.
Se queremos atrair investimento nacional e estrangeiro, temos de fazer crer aos nossos credores e aos investidores em geral que temos capacidade para honrar os compromissos financeiros. Se não conseguirmos tal, muito dificilmente irão acreditar em nós.
Este é o principal desafio dos próximos governantes. Não há almoços grátis: os investimentos não aparecem só porque somos simpáticos, hospitaleiros, o clima é bom, a comida melhor… Os investimentos aparecem quando somos empreendedores e sobretudo quando merecemos confiança.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
10 Novembro 2015, 19:50 por Carlos Bastardo
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