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Os mercados não se metem na política
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Os mercados não se metem na política
Para um país como Portugal, ainda em convalescença da maior crise económica e financeira em décadas, a tolerância dos investidores está umbilicalmente ligada ao apoio das instituições que garantem a solvabilidade do país.
A FRASE...
"Há duas formas de o governo de esquerda [de Portugal] gerir a relação com os credores: a) negociando um 'modus vivendi', introduzindo as alterações de política que forem exigidas pela CE/Eurogrupo (…); ou b) tomando o risco da não-conformidade."
European Rates Insights – Nomura, 10 de novembro de 2015
A ANÁLISE...
Como noutros grupos socioprofissionais, quando chega a preferências políticas, existem investidores para todos os gostos. Uns nutrirão maior afeição por governos mais interventivos na economia, outros pelo contrário, entenderão que a atividade progride melhor e com menos sobressaltos com uma presença diminuta do Estado. Curiosamente, a avaliar pela evolução recente dos mercados financeiros internacionais, os investidores parecem demonstrar uma apreciação favorável das políticas económicas expansionistas que as autoridades monetárias e orçamentais das principais economias mundiais têm estado a adotar desde 2008. Porém, a magnanimidade dispensada pelos mercados não é universal nem incondicional. Tal como os políticos, os participantes nos mercados financeiros também traçam linhas vermelhas.
Para um país como Portugal, ainda em convalescença da maior crise económica e financeira em décadas, a tolerância dos investidores está umbilicalmente ligada ao apoio das instituições que garantem a solvabilidade do país. Esse apoio, nomeadamente do BCE, não poderá nunca ser alienado, o que naturalmente implica respeitar os compromissos assumidos por Portugal junto dos seus parceiros europeus. E estes, como sabemos, obrigam-nos a persistir numa linha de consolidação orçamental e de reforma estrutural da economia. Garantida essa premissa, tudo o que de resto se passar na arena política pouco ou nada afetará a conduta dos investidores face a Portugal. Sem ela, porém, as consequências poderão ser dramáticas.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
15 Novembro 2015, 19:10 por José M. Brandão de Brito
Negócios
A FRASE...
"Há duas formas de o governo de esquerda [de Portugal] gerir a relação com os credores: a) negociando um 'modus vivendi', introduzindo as alterações de política que forem exigidas pela CE/Eurogrupo (…); ou b) tomando o risco da não-conformidade."
European Rates Insights – Nomura, 10 de novembro de 2015
A ANÁLISE...
Como noutros grupos socioprofissionais, quando chega a preferências políticas, existem investidores para todos os gostos. Uns nutrirão maior afeição por governos mais interventivos na economia, outros pelo contrário, entenderão que a atividade progride melhor e com menos sobressaltos com uma presença diminuta do Estado. Curiosamente, a avaliar pela evolução recente dos mercados financeiros internacionais, os investidores parecem demonstrar uma apreciação favorável das políticas económicas expansionistas que as autoridades monetárias e orçamentais das principais economias mundiais têm estado a adotar desde 2008. Porém, a magnanimidade dispensada pelos mercados não é universal nem incondicional. Tal como os políticos, os participantes nos mercados financeiros também traçam linhas vermelhas.
Para um país como Portugal, ainda em convalescença da maior crise económica e financeira em décadas, a tolerância dos investidores está umbilicalmente ligada ao apoio das instituições que garantem a solvabilidade do país. Esse apoio, nomeadamente do BCE, não poderá nunca ser alienado, o que naturalmente implica respeitar os compromissos assumidos por Portugal junto dos seus parceiros europeus. E estes, como sabemos, obrigam-nos a persistir numa linha de consolidação orçamental e de reforma estrutural da economia. Garantida essa premissa, tudo o que de resto se passar na arena política pouco ou nada afetará a conduta dos investidores face a Portugal. Sem ela, porém, as consequências poderão ser dramáticas.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
15 Novembro 2015, 19:10 por José M. Brandão de Brito
Negócios
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