Será que vale a pena trocar o seu Crédito Habitação?

O imobiliário voltou a mexer, e tem estado bem quente, ao exemplo do clima também no imobiliário o Verão tende a prolongar-se.

Após um longo período de crise, a melhoria da confiança dos consumidores, a maior solidez do mercado financeiro e o aumento das vendas de casa têm impresso um maior dinamismo no mercado.

Para isso, tem sido fundamental a maior abertura dos bancos na concessão de crédito. Os “spreads” estão actualmente em quase metade do que eram há três anos. Esta redução poderá ser agora aproveitada por aqueles a quem foram exigidas margens elevadas no passado recente. Saiba aqui com este artigo se lhe compensa transferir o crédito à habitação para outro bancos.

Comprou a sua casa nos últimos quatro anos e recorreu ao crédito? O seu banco exigiu um “spread” de 4% ou até superior? Talvez esteja na hora de ponderar trocar o empréstimo para outra instituição financeira. É que, desde o início do ano, os bancos têm vindo a reforçar a aposta no produto crédito à habitação. 

Nos primeiros oito meses deste ano emprestaram 2.387 milhões de euros para a compra de casa, o montante mais elevado desde 2011, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Para este crescimento tem contribuído a redução sucessiva das margens mínimas exigidas nos financiamentos. Num conjunto de 13 instituições financeiras, oito já oferecem uma taxa de juro abaixo de 2%. Um número que aumenta para nove se forem incluídos os clientes “premium”.

Actualmente, são seis as instituições financeiras que apresentam vantagens para quem estiver nesta situação e pretenda realizar a transferência do seu crédito actual.

São três as instituições financeiras que exigem a margem mais baixa, um “spread” de 1,75%, temos duas instituições que têm uma taxa mínima de 1,95% e uma outra com 1,99%.

Mas, antes de ponderar a transferência do crédito, não deixe de estar atento às despesas em que pode incorrer. Isto porque o reembolso antecipado do crédito tem, em regra, associada a cobrança de uma comissão de 0,5% ou 2% sobre o valor em dívida, consoante o contrato esteja associado a taxa variável ou a taxa fixa. 

O mercado do crédito habitação está actualmente extremamente competitivo, sendo importante que tanto no financiamento para compra de casa, como na questão da transferência de crédito se tenha em atenção os custos associados aos mesmos, uma vez que muitas das instituições financeiras para garantirem estes “spreads” mais reduzidos, obrigam a uma fidelização de vários produtos associados ao crédito, como por exemplo, (Cartões de Crédito, PPR, Domiciliações de Vencimento, Seguros de Saúde, etc.) o que leva a um aumento substancial dos encargos mensais. 

A Troca de Casa, está novamente a emergir no mercado, podendo ser uma forma de se conseguir reduzir os encargos na hora de se adquirir um novo imóvel. 

A família aumentou? Mudou de local de trabalho? Não precisa de uma casa tão grande? São vários os motivos que podem levar a mudar de casa. Em alguns casos pode fazê-lo contando com “spreads” mais baixos. 

A compra de casa é um projecto a longo prazo. Normalmente, o crédito para este fim apresenta um prazo que pode ir entre os 30 a 40 anos. Muito tempo. É tanto tempo que pode ser marcado por mudanças radicais na vida de uma família. Mais um filho, um trabalho mais distante, um divórcio, novos objectivos. E uma casa diferente pode ajustar-se à nova realidade. Pode, por isso, trocar de casa e contar com a ajuda do banco. 

A troca de casa é uma realidade que pode acontecer no decorrer dos anos do seu empréstimo actual. Tal como acontece com a transferência de financiamento, algumas instituições financeiras têm campanhas específicas para facilitar a troca de casa. 

Se comprou casa nos últimos anos e o “spread” do seu crédito é superior àquele que pode encontrar actualmente, então, talvez esteja na altura de ponderar a possibilidade de transferir o seu empréstimo para outra instituição. 

Algumas instituições oferecem condições especiais nestes casos. Saiba se compensa fazer a troca. 

Como podemos constatar, no actual mercado existem várias formas de se conseguir reduzir os encargos com o crédito habitação, contudo no final das contas deveram ter sempre em atenção os valores totais dos encargos mensais, e no caso das transferências será necessário somar o encargo da penalização do reembolso antecipado.

Faça bem as suas contas, e decida, se no seu caso está na hora de Mudar!

Fábio Bastos Economista
Diário de Notícias da Madeira 
Domingo, 22 de Novembro de 2015