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O final do ano
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O final do ano
A Anglo American, empresa que explora diversos tipos de minério e é dona da maior companhia diamantífera do mundo - a mítica De Beers -, despediu há uma semana 80 mil pessoas, dois terços dos trabalhadores. Apesar do número monstruoso, outros milhares podem seguir o mesmo caminho. No dia seguinte ao anúncio, a cotação em bolsa da empresa não subiu a pique como é costume acontecer em processos assim - caiu outros 20%, sinal de que o mercado quer mais cortes para acreditar na viabilidade desta multinacional. Já se percebeu que a nova realidade das matérias-primas é esta. Não é apenas o petróleo a cair para mínimos registados durante o início da Grande Recessão (2008). Tudo o que a China importava e fazia mexer os mercados, criando bolhas financeiras da América Latina a África, cumpre idêntica trajetória descendente com repercussões mundiais e enorme destruição local. Angola não é o único país em dificuldades. Nos Estados Unidos também há efeitos perigosos. As companhias ligadas à exploração de energia, designadamente as que apostaram no gás de xisto, atravessam um período de enorme incerteza e regressão. Além de centenas de operações fechadas, o sistema financeiro norte-americano também já sente os efeitos destrutivos desta contração em curso - uma parte relevante do crédito concedido a estas companhias já se transformou em malparado e começou a abrir buracos nos balanços dos bancos e dos investidores.
Confrontada com falta de receitas do ouro negro, até a Arábia Saudita tomou em outubro a decisão inédita de emitir obrigações, admitindo fazer subir a dívida pública dos atuais 2% do PIB para os 50%.Ontem em Portugal, noutra escala, noutra galáxia muito distante, soube-se que a construtora Soares da Costa vai despedir 500 trabalhadores. Dificuldades por cá e em Angola e a calamitosa gestão anterior não deixam espaço de manobra ao acionista, sendo este um sinal a reter neste final de ano. Como é sabido, Portugal atravessou um período muito complicado, mas quem julgou que agora chegara finalmente o tempo de alguma bonança e prosperidade ainda não assimilou o essencial. O mau é o novo normal e para uma economia pequena, aberta e sem capital será preciso continuar a fazer escolhas muito difíceis em 2016. Não há nada de justo nisto. É apenas assim.
Editorial
17 DE DEZEMBRO DE 2015
00:00
André Macedo
Diário de Notícias
Confrontada com falta de receitas do ouro negro, até a Arábia Saudita tomou em outubro a decisão inédita de emitir obrigações, admitindo fazer subir a dívida pública dos atuais 2% do PIB para os 50%.Ontem em Portugal, noutra escala, noutra galáxia muito distante, soube-se que a construtora Soares da Costa vai despedir 500 trabalhadores. Dificuldades por cá e em Angola e a calamitosa gestão anterior não deixam espaço de manobra ao acionista, sendo este um sinal a reter neste final de ano. Como é sabido, Portugal atravessou um período muito complicado, mas quem julgou que agora chegara finalmente o tempo de alguma bonança e prosperidade ainda não assimilou o essencial. O mau é o novo normal e para uma economia pequena, aberta e sem capital será preciso continuar a fazer escolhas muito difíceis em 2016. Não há nada de justo nisto. É apenas assim.
Editorial
17 DE DEZEMBRO DE 2015
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André Macedo
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