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As pequenas pátrias
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As pequenas pátrias
A multiplicação do fenómeno das "pequenas pátrias" no espaço da União Europeia é tão preocupante para o projeto dos fundadores como o dos partidos antieuropeus que fundam no descontentamento com as políticas comunitárias o programa de voltar à liberdade da soberania de outros tempos. A dimensão dos territórios e povos envolvidos não é comparável, as motivações não são coincidentes, mas o consequencialismo é igualmente a ameaça à unidade sonhada no fim da Segunda Guerra Mundial. A Catalunha, a Escócia, e a Flandres são exemplos que não implicam que se omite o que se passa com o Québec, onde não se extinguiram os ecos do inconveniente grito De Gaulle quando ali apelou à liberdade do território. É evidente que se os seus poderes efetivos, se tiverem êxito, nunca serão os que definiam a soberania clássica, que poucos ou nenhumas potências atuais deixaram de ser obrigados a redefinir, mas a complexidade da reorganização de um novo conjunto de Estados, cuja dimensão não diminuiria o discurso das exigências que enfrentariam no globalismo, iria começar por exigir o início de um processo de reorganização interna extremamente complexo. São animados por um patriotismo modelado pela recordação histórica e contra a corrente dos regionalismos, de que a União Europeia é o projeto mais acabado, e estão a remar contra a maré que não vai facilitar os projetos dessas respeitáveis pequenas nações, que mantiveram um sentido da unidade irrenunciável perante a soberania absorvente do Estado de que pretendem separar-se. Alguns desses movimentos terão fundamentos nos sistemas internos que acusam de colonialismo, considerando que os seus recursos são absorvidos pela centralização e não dirigidos ao seu próprio desenvolvimento sustentado. Casos em que, mais uma vez, é o mau governo que dinamiza o processo. É talvez um argumento importante no que toca ao sentimento popular na Catalunha rica em relação ao resto da Espanha, e agora também na Escócia que descobriu o petróleo quando este estava a perder a capacidade dinamizadora tradicional. Casos que favorecem a tese do fator da riqueza como principal apoio dos movimentos separatistas. No caso da Catalunha, o interesse português na unidade da Espanha ficaria atingido, mas o não resolvido problema da unidade europeia, tão necessitada de revisão, meditação e consolidação, é realmente o que mais sofre o agravamento dessas dificuldades que enfrenta. Isto porque se o problema das "pequenas pátrias" é inquietante para o progresso da regionalização europeia, ainda em busca do conceito estratégico, o tema do crescimento do desamor à União, que vem acompanhado da fragilização da confiança nos eleitorados dos governos, também contribui para o fracionamento interior dos Estados, pela divisão que se aprofunda sobre qual o conceito estratégico nacional a adotar e qual a relação, se alguma, com equivalente conceito para a União, que assiste ao crescimento de tal fenómeno a exigir análise. Trata-se, como em França, de o maior número de votos nas eleições internas não ser acompanhado da entrega de maior partilha no poder. Em França, a história da Frente Nacional serve de exemplo, mas não é necessário olhar para longe para encontrar o mesmo fenómeno. Para não perder o otimismo, talvez se trate tanto de exigir não afetar as unidades existentes, mas antes exigir repensar as governanças interdependentes, harmonizando a reclamada reforma do Estado com as reformas urgentes das solidariedades externas, que evolucionam sem participação dos eleitorados e dos seus parlamentos nacionais. Não se pode ignorar que a unidade das diversidades tem como fator importante, talvez fundamental, a comunidade de afetos. Estes assentam numa história em que as solidariedades são superiores aos agravos e não em desigualdades sentidas pelos povos que se consideram vítimas das centralizações discriminadoras.
23 DE DEZEMBRO DE 2015
00:04
ADRIANO MOREIRA
Diário de Notícias
23 DE DEZEMBRO DE 2015
00:04
ADRIANO MOREIRA
Diário de Notícias
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