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Dinheiro de Natal
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Dinheiro de Natal
Os miúdos são como a esquerda, se lhes damos dinheiro eles só pensam em gastar e só fazem asneiras.
Depois de anos e anos a gastar dinheiro em carrinhos, videojogos, bolas, equipamentos, chuteiras e bonecas como presentes de Natal cheguei à mais triste conclusão que um conservador pode chegar: estou fora do tempo. Os meus filhos não querem presentes de Natal, querem dinheiro de Natal. Como socialista que é a criançada quer é ter dinheiro que não é dela para gastar e não lhes interessa para nada as tradições e o esforço que uma mãe faz, a palmilhar quilómetros nos centros comerciais e partir a cabeça para descobrir o que eles gostame precisam. Para eles, o espírito natalício é terem dinheiro que não ganharam para poderem gastar naquilo que não precisam, cujo o benefício é no mínimo duvidoso e na maioria das vezes estúpido. Socialismo natalício puro.
No entanto, eu resisto. E contra a vontade dos meus filhos recuso-me em dar--lhes dinheiro. Primeiro, porque seria estranho embrulhar dinheiro – é sempre suspeito quando se tem de embrulhar dinheiro - e, depois, porque lá se ia a minha motivação para gastar tempo a pensar neles, naquilo que os faria sorrir e naquilo que eles gostariam de ter. Lá se ia o meu espírito de Natal, juntamente com os euros.
Os miúdos são de ímpetos, o que faz, caso ninguém os impeça, com que eles comprem coisas parvas com o nosso dinheiro só porque o anúncio na televisão é muita giro. A nossa esquerda é igual: se lhes damos dinheiro para mão, uma vez que não lhe reconhecem o valor e acham mesmo que conseguem decidir melhor que nós onde o gastar, só fazem asneiras. Fazem coisas como, por exemplo, quererem comprar a TAP com o nosso dinheiro, custe o que custar, porque, lá está, é muita giro ter uma companhia de aviação de “bandeira”. E por que é que o fazem: porque, lá está, o dinheiro não é deles, não são eles que pagam e é mesmo muita giro. O meu filho também queria dinheiro para comprar um carro telecomandado para transportar a Nerf e gatos (mesmo a sério, não é metáfora). Ora, por aqui se vê que dar dinheiro no Natal às crianças é a mesma coisa que permitir que os socialistas, comunistas e bloquistas comprem a TAP de volta.
Ou numa versão mais alargada, é o mesmo que deixar a esquerda governar e permitir que não haja qualquer controlo nos custos, na despesa e no benefício do nosso dinheirinho. É atirar o dinheiro que nos custou a ganhar pela janela fora, como se fosse apenas simples papel.
E como é que eu cheguei a esta conclusão? Uma fez larguei um dos meus filhos numa loja de brinquedos e disse--lhe que ele podia escolher o que quisesse dentro de um determinado orçamento. A criança só não levantou o punho por acaso; ela esteve mais de meia hora às voltas na loja a ponderar onde devia gastar o dinheiro – tinha de o gastar, está claro. Suou, agitou-se, enervou-se e no fim só escolheu porcarias. Arrependeu-se das compras que fez, depois de ter visto novos anúncios muita giros na televisão, logo no dia seguinte. E eu fiquei a arder, tal como os portugueses ficaram e ficarão a arder com o dinheiro que pagaram e que vão pagar durante os consulados socialistas.
Por tudo isto, e como conservadora que sou, afirmo-me frontalmente contra a nova moda de dar dinheiro às crianças no Natal. O nosso dinheiro só se confia a quem o sabe geri-lo e são raras as crianças ou os socialistas que o sabem fazer. Sendo que, justiça seja feita, ainda há crianças que o saibam fazer. No Natal dá-se relógios, jogos, brinquedos, bolas ou até cães e gatos – pelo menos enquanto o PAN não se pronunciar contra o comércio de animais e o PS achar esta uma ideia muita gira. Já o dinheirinho dá-se quem precisa e não a quem tem a lata de achar que o gere melhor do que quem o ganhou.
Escreve à terça-feira
Inês Teotónio Pereira
Jornal i
Depois de anos e anos a gastar dinheiro em carrinhos, videojogos, bolas, equipamentos, chuteiras e bonecas como presentes de Natal cheguei à mais triste conclusão que um conservador pode chegar: estou fora do tempo. Os meus filhos não querem presentes de Natal, querem dinheiro de Natal. Como socialista que é a criançada quer é ter dinheiro que não é dela para gastar e não lhes interessa para nada as tradições e o esforço que uma mãe faz, a palmilhar quilómetros nos centros comerciais e partir a cabeça para descobrir o que eles gostame precisam. Para eles, o espírito natalício é terem dinheiro que não ganharam para poderem gastar naquilo que não precisam, cujo o benefício é no mínimo duvidoso e na maioria das vezes estúpido. Socialismo natalício puro.
No entanto, eu resisto. E contra a vontade dos meus filhos recuso-me em dar--lhes dinheiro. Primeiro, porque seria estranho embrulhar dinheiro – é sempre suspeito quando se tem de embrulhar dinheiro - e, depois, porque lá se ia a minha motivação para gastar tempo a pensar neles, naquilo que os faria sorrir e naquilo que eles gostariam de ter. Lá se ia o meu espírito de Natal, juntamente com os euros.
Os miúdos são de ímpetos, o que faz, caso ninguém os impeça, com que eles comprem coisas parvas com o nosso dinheiro só porque o anúncio na televisão é muita giro. A nossa esquerda é igual: se lhes damos dinheiro para mão, uma vez que não lhe reconhecem o valor e acham mesmo que conseguem decidir melhor que nós onde o gastar, só fazem asneiras. Fazem coisas como, por exemplo, quererem comprar a TAP com o nosso dinheiro, custe o que custar, porque, lá está, é muita giro ter uma companhia de aviação de “bandeira”. E por que é que o fazem: porque, lá está, o dinheiro não é deles, não são eles que pagam e é mesmo muita giro. O meu filho também queria dinheiro para comprar um carro telecomandado para transportar a Nerf e gatos (mesmo a sério, não é metáfora). Ora, por aqui se vê que dar dinheiro no Natal às crianças é a mesma coisa que permitir que os socialistas, comunistas e bloquistas comprem a TAP de volta.
Ou numa versão mais alargada, é o mesmo que deixar a esquerda governar e permitir que não haja qualquer controlo nos custos, na despesa e no benefício do nosso dinheirinho. É atirar o dinheiro que nos custou a ganhar pela janela fora, como se fosse apenas simples papel.
E como é que eu cheguei a esta conclusão? Uma fez larguei um dos meus filhos numa loja de brinquedos e disse--lhe que ele podia escolher o que quisesse dentro de um determinado orçamento. A criança só não levantou o punho por acaso; ela esteve mais de meia hora às voltas na loja a ponderar onde devia gastar o dinheiro – tinha de o gastar, está claro. Suou, agitou-se, enervou-se e no fim só escolheu porcarias. Arrependeu-se das compras que fez, depois de ter visto novos anúncios muita giros na televisão, logo no dia seguinte. E eu fiquei a arder, tal como os portugueses ficaram e ficarão a arder com o dinheiro que pagaram e que vão pagar durante os consulados socialistas.
Por tudo isto, e como conservadora que sou, afirmo-me frontalmente contra a nova moda de dar dinheiro às crianças no Natal. O nosso dinheiro só se confia a quem o sabe geri-lo e são raras as crianças ou os socialistas que o sabem fazer. Sendo que, justiça seja feita, ainda há crianças que o saibam fazer. No Natal dá-se relógios, jogos, brinquedos, bolas ou até cães e gatos – pelo menos enquanto o PAN não se pronunciar contra o comércio de animais e o PS achar esta uma ideia muita gira. Já o dinheirinho dá-se quem precisa e não a quem tem a lata de achar que o gere melhor do que quem o ganhou.
Escreve à terça-feira
Inês Teotónio Pereira
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