Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 347 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 347 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Do Natal ao Carnaval
Página 1 de 1
Do Natal ao Carnaval
No concerto de Natal promovido pelo Município de Gaia, o maestro António Victorino d´Almeida não se dispensou de uma prédica antes da música.
Recordando o nascimento (pobre) do Menino, louvou-se na solidariedade com um exemplo: tirando 500 euros a um rico ele não sente nada, mas se se der 30 euros a um pobre ele sente muito. Ilustração que dá para perceber como 30 a um pobre podem servir para justificar o roubo de 500 e o desaparecimento da diferença: 470. Magia de uma engenhoca que, a coberto da justiça social ou do interesse nacional, oculta a perversidade da camarilha instalada no aparelho de Estado.
Entende-se assim que, mesmo depois da reposição das 35 horas na Função Pública, os sectores onde a greve – para apressar a medida - teve mais adesão (70% a 80%) tenham sido a Saúde e a Educação. Funções outrora associadas ao espírito de voluntariado e de missão. Um Estado (anti-)social tão abençoado pela Igreja que facilitou a mutação da virtude da solidariedade em (res)sentimento a pagar pelos contribuintes. Acentuando o desprezo pela caridade - a “caridadezinha” – e o amor ao saque legal.
Longe vai a época em que teólogos, como os da Escola de Salamanca, ligavam a contenção do abuso dos poderosos à moderação dos tributos e do gasto público. Agora os tempos são de crença no mito do redistributivismo dos mais ricos para os mais pobres. Ilusão que permite anunciar o fim da austeridade para quem vive do orçamento – com mais tributação nos combustíveis e tabaco, banca e empresas.
Isto apesar de quase 70% de um depósito de gasolina ser já receita fiscal. E de o tabaco ir a caminho de 80%, quiçá para fomentar o roubo e o contrabando que justificará mais funcionários e mais impostos. Quanto à banca e empresas, é só mais uma ajuda à sua (nossa) morte lenta.
Um Estado de burla que pune o fumo e alimenta o fogo, ao mesmo tempo que multiplica subsídios a pagar pelos tansos, em especial os 15% que contribuem com 85% para o IRS. Os mais ricos: a quem Costa admite agravar a taxa. Mas vai ter de se apressar ou só restarão os ricos do Governo e seus cúmplices. Classe que já ensaia novas modalidades. Como tirar aos pobres para dar aos ricos ou então a todos: numa redistribuição de poder do indivíduo para o Estado capaz de garantir que os grandes beneficiados com essa política sejam os governantes, a burocracia, as corporações e os sindicatos que parasitam o sistema de compadrio.
Um sistema clientelar que tenta resolver problemas subsidiando a teia de interesses que os cria, contando para tal com o apoio dos media e de manipuladores hábeis em fazer aumentar o número de pessoas dependentes do Estado e de subsídios, em vez de (como sucedia antigamente) as ajudar a libertarem-se dessas dependências.
Um mundo cínico e oportunista que calha bem com o espírito niilista da contracultura pós-moderna: um mundo de folia carnavalesca onde se mascaram promessas de vi(d)as alternativas. Um tempo de disfarces e reversões em que uma corja de descarados goza com o povo, levando-o a confundir os sintomas da doença com as suas causas. Confusão que aumenta quando médicos e pacientes sofrem da mesma tara.
Entretanto, Costa continua a contas com as contas e a sorrir para os (de)votos.
00:05 h
José Manuel Moreira
Económico
Recordando o nascimento (pobre) do Menino, louvou-se na solidariedade com um exemplo: tirando 500 euros a um rico ele não sente nada, mas se se der 30 euros a um pobre ele sente muito. Ilustração que dá para perceber como 30 a um pobre podem servir para justificar o roubo de 500 e o desaparecimento da diferença: 470. Magia de uma engenhoca que, a coberto da justiça social ou do interesse nacional, oculta a perversidade da camarilha instalada no aparelho de Estado.
Entende-se assim que, mesmo depois da reposição das 35 horas na Função Pública, os sectores onde a greve – para apressar a medida - teve mais adesão (70% a 80%) tenham sido a Saúde e a Educação. Funções outrora associadas ao espírito de voluntariado e de missão. Um Estado (anti-)social tão abençoado pela Igreja que facilitou a mutação da virtude da solidariedade em (res)sentimento a pagar pelos contribuintes. Acentuando o desprezo pela caridade - a “caridadezinha” – e o amor ao saque legal.
Longe vai a época em que teólogos, como os da Escola de Salamanca, ligavam a contenção do abuso dos poderosos à moderação dos tributos e do gasto público. Agora os tempos são de crença no mito do redistributivismo dos mais ricos para os mais pobres. Ilusão que permite anunciar o fim da austeridade para quem vive do orçamento – com mais tributação nos combustíveis e tabaco, banca e empresas.
Isto apesar de quase 70% de um depósito de gasolina ser já receita fiscal. E de o tabaco ir a caminho de 80%, quiçá para fomentar o roubo e o contrabando que justificará mais funcionários e mais impostos. Quanto à banca e empresas, é só mais uma ajuda à sua (nossa) morte lenta.
Um Estado de burla que pune o fumo e alimenta o fogo, ao mesmo tempo que multiplica subsídios a pagar pelos tansos, em especial os 15% que contribuem com 85% para o IRS. Os mais ricos: a quem Costa admite agravar a taxa. Mas vai ter de se apressar ou só restarão os ricos do Governo e seus cúmplices. Classe que já ensaia novas modalidades. Como tirar aos pobres para dar aos ricos ou então a todos: numa redistribuição de poder do indivíduo para o Estado capaz de garantir que os grandes beneficiados com essa política sejam os governantes, a burocracia, as corporações e os sindicatos que parasitam o sistema de compadrio.
Um sistema clientelar que tenta resolver problemas subsidiando a teia de interesses que os cria, contando para tal com o apoio dos media e de manipuladores hábeis em fazer aumentar o número de pessoas dependentes do Estado e de subsídios, em vez de (como sucedia antigamente) as ajudar a libertarem-se dessas dependências.
Um mundo cínico e oportunista que calha bem com o espírito niilista da contracultura pós-moderna: um mundo de folia carnavalesca onde se mascaram promessas de vi(d)as alternativas. Um tempo de disfarces e reversões em que uma corja de descarados goza com o povo, levando-o a confundir os sintomas da doença com as suas causas. Confusão que aumenta quando médicos e pacientes sofrem da mesma tara.
Entretanto, Costa continua a contas com as contas e a sorrir para os (de)votos.
00:05 h
José Manuel Moreira
Económico
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin