Alentejo à mesa

A região de Turismo Ribatejo/Alentejo (eu sei que são muito diferentes, mas a disparatada união deve ter a causa na necessidade de acabar com empregos, para poupar dinheiro, e só cair na real quando se comprovar o desastre da coisa) lançou agora um guia de restaurantes alentejanos por si certificados, que agrupa 84 casas de toda a região. Dividem-se em contemporâneos (lá vem o empratamento com as novas técnicas e conceitos culinários), tradicionais (que aqui se pretende reduzir, e temo que com alguma razão, à nostalgia – da boa, evidentemente), típicos (fala-se em decorações regionais) e familiares (parece que tem a ver com alguma informalidade). Claro que vem bem a propósito a iniciativa, ainda por cima em plena época de caça e a apanhar as Festas de Fim do Ano, sendo a caça normalmente bem tratada pelos muitos bons restaurantes alentejanos.

Sinto em falta alguns dos melhores (carga subjetiva, bem sei), como o Afonso de Mora, ou O Chico de São Manços (e admito dever falar noutros, que aqui não refiro). Já vi que fazem parte do site que editou o guia, o www.vitalentajo.pt . Mas tirá-los de um apanhado de restaurantes da região parece-me criminoso. E, entrando nos contemporâneos, também não reparei no único que ostentou estrela Michelin (e não sou dos que se rendem aos critérios miquelinos), o L’and Vineyards, em Montemor.

Enfim, boa iniciativa, a precisar de afinação, que deverá notar-se (espero) na 2ª edição. E cá usarei as 84 sugestões que me dão, algumas das quais nem conheço (tenho de reconhecer). O que também sugiro a todos os que puderem aceder a este guia (ou queiram ficar-se por uma olhadela ao site). E esperemos não estar sujeitos aos que admitem pagar para estar no guia (porque isso será um bom critério paraquem edita, mas mau para o consumidor, que preferirá certamente com bastante razão os que se sentem suficientemente bons para não terem de pagar).

 Pedro d´Anunciação | 02/01/2016 13:13
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