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ENERGIA: Carvão. O princípio do fim já começou
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ENERGIA: Carvão. O princípio do fim já começou
A Mina de Kellingley foi a última a fechar em Inglaterra. Agora já não há mais nenhuma.
Foto: REUTERS/Phil Noble
Há minas e centrais elétricas a fechar na Europa e EUA e na Cimeira de Paris, 195 países aceitaram baixar emissões. Mas há que reforçar as renováveis.
A mina de carvão Kellingley Colliery, em Inglaterra, fechou a 18 de dezembro do ano passado. Foi a última do país a fechar, após mais de uma década de encerramentos.
Neste momento, Inglaterra já não tem minas de carvão, uma indústria que chegou a empregar 1,2 milhões de pessoas nos anos 1920.
Aliás, muitas são hoje museus ou restaurantes. Na Europa, a maior parte das minas em atividade estão na Polónia, Ucrânia e Roménia.
Já nos EUA, a Alpha Natural Resources – a segunda maior produtora de carvão no país – pediu insolvência em agosto de 2015 e mais seis pequenos produtores fizeram o mesmo.
Não há quaisquer dúvidas de que o principio do fim da era do carvão está em marcha e o pontapé de saída está a ser dado por Inglaterra, onde tudo começou no século XIX com a Revolução Industrial.
Veja mais sobre carvão no mapa interativo da CAN Europe, a coligação para o clima e energia - http://www.coalmap.eu/#/
Os preços baixos são uma das razões. O carvão que saía de Kellingley custava 57 euros por tonelada, mas segundo dados do Banco Mundial fornecidos pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), dois dos maiores produtores do mundo – Colômbia e África do Sul – reduziram os preços, respetivamente, de 70 euros a tonelada em 2012 para 48 euros no final de 2015, e de 110 euros a tonelada em 2008 para 55 euros.
Não admira que as centrais elétricas do país – que são as maiores consumidoras de carvão – prefiram importar a maior parte do que precisam.
Mas a verdade é que também já são poucas as centrais elétricas a carvão a funcionar em Inglaterra.
As duas que eram abastecidas por Kellingley também fecharam e hoje só há 10 unidades, que vão passar a sete ainda este ano. E é aqui que entra a razão número dois.
O Governo de David Cameron foi claro: quer reduzir as emissões de carbono acabando com toda a produção elétrica a partir do carvão em 2025, ou seja, daqui a apenas 10 anos.
Não há, na Europa, mais país nenhum com metas tão ambiciosas. E fora dela também não.
Mas, mais cedo do que tarde, elas vão ter de surgir. Na Cimeira do Clima, que decorreu em dezembro em Paris, um total de 195 países de todo o mundo – incluindo Portugal – concordou em não deixar a temperatura subir mais de dois graus centígrados até 2050.
Um objetivo que obriga a reduzir as emissões de carbono e, consequentemente, encerrar o maior número possível de centrais a carvão, as mais inimigas do ambiente e da saúde humana.
Nos EUA, por exemplo, não há planos para construir novas centrais e as atuais estão a funcionar cada vez menos, mas não tanto por questões ambientais.
É mais porque o aumento brutal da produção de gás de xisto fez os preços desta matéria-prima cair para os valores mais baixos de sempre, até mais baratos que os do carvão, e portanto as centrais a gás começaram a funcionar mais.
E o mesmo se passa em Portugal, que tem estado a usar muito as duas centrais a carvão que existem no país, mas não deixa de ser um exemplo na capacidade renovável e nas centrais a gás e que tem como objetivo reduzir as emissões de CO2 em 30% a 40% até 2030.
Além disso, não tem quaisquer planos para construir novas centrais a carvão e as duas que existem terminam os seus contratos com o Estado em 2017 e 2021, o que pode ditar o seu fim.
Já a China, que sozinha consome metade do carvão do mundo, despertou agora para o problema das emissões depois de ter atingido níveis de poluição do ar tão elevados que foi preciso proibir os churrascos.
Junta-se o abrandamento da economia e do consumo de eletricidade e parece haver margem para começaram a usar menos as centrais e a construir mais eólicas, como aliás está previsto.
O fim não está assim tão próximo
As intenções da Cimeira do Clima são boas, mas estão longe de ser imediatas.
“O carvão tem resistido porque está muito barato e ainda tem muito peso na China ou na Índia, onde a maior parte da produção elétrica é a carvão, logo não desaparece do dia para a noite”, disse ao Dinheiro Vivo, o especialista em energia, Nuno Ribeiro da Silva.
Segundo Francisco Ferreira, ex-membro da Quercus e professor na Universidade Nova de Lisboa, as previsões da União Europeia apontam para a construção de mais de 2400 centrais a carvão em todo o mundo, muitas delas na China, Índia e Sudoeste Asiático, mas também na Europa.
A Turquia, por exemplo, tem 75 planeadas. A criação de um verdadeiro mercado de emissões de carbono podia ajudar a reduzir estes números.
“Se o preço subir dos atuais 10 dólares para os 25 ou mais o impacto na produção a carvão será brutal porque abate o facto de estar mais barato”, acrescentou Ribeiro da Silva. Mas nada disso é certo.
Certo é que o carvão tem os dias contados, só não se sabe é quantos. “Nas próximas duas décadas, várias centenas de milhões de pessoas em todo o mundo terão acesso a energia elétrica pela primeira vez e, a manterem-se as tendências atuais, consumirão na sua maioria eletricidade gerada a partir de carvão.
Mesmo o apoio às fontes de energia alternativas revela-se incapaz de substituir o carvão, pelo menos a curto prazo”, rematou a mesma fonte do LNEG.
Ana Baptista
11.01.2016 / 00:10
Dinheiro Vivo
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