Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 261 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 261 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O futuro começou ontem
Página 1 de 1
O futuro começou ontem
O i entra hoje num novo ciclo da sua vida. A Newsplex, nova empresa de comunicação social em Portugal, assume os títulos da Newshold e suas participadas, que fecham as portas depois de sete anos de investimento num projecto lusófono centrado no “Sol” (desde 2009) e no i (desde Setembro de 2014, depois de dois anos de uma parceria de gestão com o anterior accionista, o empresário Manuel Cruz).
Em nome da verdade – porque nos últimos dias foram bastas as “notícias” e comentários infundados que desinformaram os leitores –, cumpre esclarecer que o i continua, e continuará, com a mesma linha editorial que o consolidou nos últimos meses como único diário a subir vendas em banca em Portugal.
A questão fulcral para os meios de comunicação social – e particularmente da chamada imprensa escrita – no mundo global em que vivemos é a sustentabilidade. Ou, melhor, a falta dela.
A informação democratizou-se, massificou--se e tornou-se gratuita.
Ora, e há muito, os meios de informação estão assentes em estruturas de pessoal pesadas, com hierarquias obsoletas e dependentes de um infindável número de fornecedores, que consomem até ao esgotamento os cada vez mais parcos recursos da publicidade, cujo investimento global entrou em espiral decrescente com a crise económica e financeira do final da primeira década do novo milénio – agravando as consequências da inevitável quebra da procura dos jornais em papel.
Queixam-se os editores – os donos dos jornais – da internet e da roda da vida que os está a cilindrar. Mal!
Se os jornais não são sustentáveis, a culpa não é da internet – antes pelo contrário.
É, sim, de um mercado empestado de sanguessugas, que chupam os jornais até ao tutano, com a complacência/conivência dos seus principais agentes, a começar pelos próprios donos ou gestores dos jornais, quando não de alguns detentores da carteira de jornalista. Os jornais não dão dinheiro, mas dão muito a ganhar a muitos que deles se aproveitam sem para eles contribuírem com coisa alguma, que não os seus interesses ou os interesses das suas clientelas.
Na verdade, a internet é a tábua de salvação dos jornais, os quais, sem ela, estariam definitivamente condenados, porque jamais teriam a oportunidade de sobreviver num mundo concorrencial e competitivo, em que a informação é instantânea e gratuita – ou seja, exactamente ao contrário dos meios impressos, que custam dinheiro (os gratuitos não são alternativa) e demoram horas a chegar aos seus destinatários (impressão e distribuição).
Portugal tem hoje quatro canais de televisão (quatro…) com informação 24 horas por dia, a que se somam programas diários de informação de mais de uma hora em outros tantos canais generalistas e ainda mais uns tantos por cabo mais ou menos especializados. Isto para não falar das rádios, que debitam informação a toda a hora, com especial incidência nas horas ditas de ponta, alimentando a ilusão da dispensabilidade da passagem pelo quiosque da esquina e do folhear do papel, nem que seja para ler as gordas.
Como todo o bem gratuito e abundante, a informação desvaloriza-se e o desinvestimento torna-se irreversível.
E sem investimento a informação, naturalmente, perde qualidade.
Já perdeu. E é este ciclo vicioso que verdadeiramente ameaça os jornais e a nobre profissão dos jornalistas.
É por isso que a auto-regulação é inadiável. Em defesa da liberdade de informação e de expressão.
É por isso que a forma de pensar e fazer jornais tem de ser diferente. A começar pela organização e pela sustentação.
O princípio clássico era que a circulação (os jornais vendidos em banca) pagava a impressão (papel e gráfica) e a distribuição (desconto da distribuidora e comissão dos pontos de venda), e toda a estrutura de pessoal e custos operacionais eram indexados às receitas de publicidade.
Ora a Newsplex parte exactamente do princípio contrário. A circulação (deduzido o desconto da distribuidora e as comissões dos pontos de venda) paga a estrutura de pessoal (vencimentos e obrigações fiscais e sociais) e a publicidade pagará a impressão e demais custos operacionais.
Daí que o novo projecto em que o i está inserido – a Newsplex – tenha sido concebido não como forma de restruturação da Newshold e suas participadas, mas como um projecto empresarial inteiramente novo.
O i perde a edição de sábado, e o “Sol” passa a sair ao sábado.
Uma redacção única. Com duas direcções (os directores do i não deixarão de colaborar activamente como redactores principais do “Sol” e vice-versa).
O número de páginas editoriais produzidas semanalmente será o mesmo que o i já tinha com seis edições semanais, e a edição semanal do “Sol” terá as mesmas páginas que tinha, mas a revista “Tabu” é substituída pelo suplemento “BI”, que fazia parte integrante da edição de sábado do i.
Quer isto dizer que, não obstante a Newsplex ter muito menos funcionários do que a Newshold tinha, a redacção do i passa a ter mais jornalistas do que tinha. E bem mais experientes. Com muito menos chefes e muito mais redactores.
Para melhor servir/informar o leitor, que é quem nos importa.
No i, como no “Sol”, não dependeremos de mais ninguém, a não ser de si, caro leitor. Para trabalhamos diariamente, com uma informação independente e não condicionada por nada nem ninguém. E assim teremos futuro. Enquanto formos úteis. Lhe formos úteis.
Mário Ramires
Jornal i
Em nome da verdade – porque nos últimos dias foram bastas as “notícias” e comentários infundados que desinformaram os leitores –, cumpre esclarecer que o i continua, e continuará, com a mesma linha editorial que o consolidou nos últimos meses como único diário a subir vendas em banca em Portugal.
A questão fulcral para os meios de comunicação social – e particularmente da chamada imprensa escrita – no mundo global em que vivemos é a sustentabilidade. Ou, melhor, a falta dela.
A informação democratizou-se, massificou--se e tornou-se gratuita.
Ora, e há muito, os meios de informação estão assentes em estruturas de pessoal pesadas, com hierarquias obsoletas e dependentes de um infindável número de fornecedores, que consomem até ao esgotamento os cada vez mais parcos recursos da publicidade, cujo investimento global entrou em espiral decrescente com a crise económica e financeira do final da primeira década do novo milénio – agravando as consequências da inevitável quebra da procura dos jornais em papel.
Queixam-se os editores – os donos dos jornais – da internet e da roda da vida que os está a cilindrar. Mal!
Se os jornais não são sustentáveis, a culpa não é da internet – antes pelo contrário.
É, sim, de um mercado empestado de sanguessugas, que chupam os jornais até ao tutano, com a complacência/conivência dos seus principais agentes, a começar pelos próprios donos ou gestores dos jornais, quando não de alguns detentores da carteira de jornalista. Os jornais não dão dinheiro, mas dão muito a ganhar a muitos que deles se aproveitam sem para eles contribuírem com coisa alguma, que não os seus interesses ou os interesses das suas clientelas.
Na verdade, a internet é a tábua de salvação dos jornais, os quais, sem ela, estariam definitivamente condenados, porque jamais teriam a oportunidade de sobreviver num mundo concorrencial e competitivo, em que a informação é instantânea e gratuita – ou seja, exactamente ao contrário dos meios impressos, que custam dinheiro (os gratuitos não são alternativa) e demoram horas a chegar aos seus destinatários (impressão e distribuição).
Portugal tem hoje quatro canais de televisão (quatro…) com informação 24 horas por dia, a que se somam programas diários de informação de mais de uma hora em outros tantos canais generalistas e ainda mais uns tantos por cabo mais ou menos especializados. Isto para não falar das rádios, que debitam informação a toda a hora, com especial incidência nas horas ditas de ponta, alimentando a ilusão da dispensabilidade da passagem pelo quiosque da esquina e do folhear do papel, nem que seja para ler as gordas.
Como todo o bem gratuito e abundante, a informação desvaloriza-se e o desinvestimento torna-se irreversível.
E sem investimento a informação, naturalmente, perde qualidade.
Já perdeu. E é este ciclo vicioso que verdadeiramente ameaça os jornais e a nobre profissão dos jornalistas.
É por isso que a auto-regulação é inadiável. Em defesa da liberdade de informação e de expressão.
É por isso que a forma de pensar e fazer jornais tem de ser diferente. A começar pela organização e pela sustentação.
O princípio clássico era que a circulação (os jornais vendidos em banca) pagava a impressão (papel e gráfica) e a distribuição (desconto da distribuidora e comissão dos pontos de venda), e toda a estrutura de pessoal e custos operacionais eram indexados às receitas de publicidade.
Ora a Newsplex parte exactamente do princípio contrário. A circulação (deduzido o desconto da distribuidora e as comissões dos pontos de venda) paga a estrutura de pessoal (vencimentos e obrigações fiscais e sociais) e a publicidade pagará a impressão e demais custos operacionais.
Daí que o novo projecto em que o i está inserido – a Newsplex – tenha sido concebido não como forma de restruturação da Newshold e suas participadas, mas como um projecto empresarial inteiramente novo.
O i perde a edição de sábado, e o “Sol” passa a sair ao sábado.
Uma redacção única. Com duas direcções (os directores do i não deixarão de colaborar activamente como redactores principais do “Sol” e vice-versa).
O número de páginas editoriais produzidas semanalmente será o mesmo que o i já tinha com seis edições semanais, e a edição semanal do “Sol” terá as mesmas páginas que tinha, mas a revista “Tabu” é substituída pelo suplemento “BI”, que fazia parte integrante da edição de sábado do i.
Quer isto dizer que, não obstante a Newsplex ter muito menos funcionários do que a Newshold tinha, a redacção do i passa a ter mais jornalistas do que tinha. E bem mais experientes. Com muito menos chefes e muito mais redactores.
Para melhor servir/informar o leitor, que é quem nos importa.
No i, como no “Sol”, não dependeremos de mais ninguém, a não ser de si, caro leitor. Para trabalhamos diariamente, com uma informação independente e não condicionada por nada nem ninguém. E assim teremos futuro. Enquanto formos úteis. Lhe formos úteis.
Mário Ramires
Jornal i
Tópicos semelhantes
» O futuro começou ontem
» O desafio do crescimento, hoje como ontem
» Onde começou as políticas em Portugal [?] realmente nas lojas da sociedade secreta de Maçonaria
» O desafio do crescimento, hoje como ontem
» Onde começou as políticas em Portugal [?] realmente nas lojas da sociedade secreta de Maçonaria
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin