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As más memórias do colchão
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As más memórias do colchão
Primeiro, não queria acreditar no que estava a ler. Depois, reli alto para me convencer de que era só uma análise, ainda que de uma instituição prestigiada, de um dos bancos de investimento mais influentes do mundo - o inglês Royal Bank of Scotland -, e que por estes dias foram divulgadas muitas outras, mas otimistas. Mas as conclusões surpreendiam, pelo seu conteúdo e, sobretudo, pelo desassombro. Não é comum uma instituição financeira ser tão dura nas suas análises e divulgá-las, não é habitual tanto pessimismo, mesmo quando a atualidade e as previsões sugerem o pior.
Num dos seus researchs semanais, o analista do Royal Bank of Scotland Andrew Roberts afirma, entre outras coisas, que 2016 será "um ano de cataclismo", que "os investidores devem ter medo", que "devem vender tudo, exceto obrigações de elevada qualidade", e que "o que está em causa é o retorno do capital e não o retorno sobre o capital [investido]". "Numa sala cheia de gente, as portas de saída tornam-se apertadas", alerta o banco de investimento, esclarecendo que as bolsas europeias e norte-americanas podem cair entre 10% e 20%. E estas afirmações, datadas de 8 de janeiro, correram o mundo ontem.
A crise do petróleo, que chegou aos 30 dólares - o presidente da OPEP já pediu uma reunião de emergência -, a instabilidade na segunda maior economia do mundo, a China, e a redução do comércio internacional estão na origem deste pessimismo.
Mesmo temperando o noticiário com outras leituras - a norte-americana Fidelity, por exemplo, disse nesta semana que "o mundo não deve estar assustado com a China", porque se trata, sobretudo, de uma bolha doméstica -, não é fácil evitar sentimentos de desconfiança e medo. Não só porque o arranque do ano nas bolsas mundiais foi negro e as expectativas são de grande volatilidade, mas também porque os investidores, que não são só os institucionais, se sentem cada vez mais inseguros sobre onde e como aplicar o seu dinheiro.
O problema não é de hoje, não espantaria que nas próximas semanas as subidas fizessem esquecer as preocupações deste início de 2016 - a aparente irracionalidade dos mercados é uma velha questão -, e nem tudo isto é um sinal, sequer, de um ano horribilis nos mercados, mas está instalado um problema que vai além dos fundamentais económicos, das economias e das empresas. Estes fazem, e bem, parte da vida dos mercados. O que não é suportável, por muito mais tempo, como assinala o Royal Bank of Scotland na sua análise catastrofista, é um sentimento igual ao de 2008, antes da queda do Lehman Brothers e da crise financeira internacional, quando o colchão se tornou o lugar mais seguro para guardar o dinheiro.
13 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Sílvia Oliveira
Diário de Notícias
Num dos seus researchs semanais, o analista do Royal Bank of Scotland Andrew Roberts afirma, entre outras coisas, que 2016 será "um ano de cataclismo", que "os investidores devem ter medo", que "devem vender tudo, exceto obrigações de elevada qualidade", e que "o que está em causa é o retorno do capital e não o retorno sobre o capital [investido]". "Numa sala cheia de gente, as portas de saída tornam-se apertadas", alerta o banco de investimento, esclarecendo que as bolsas europeias e norte-americanas podem cair entre 10% e 20%. E estas afirmações, datadas de 8 de janeiro, correram o mundo ontem.
A crise do petróleo, que chegou aos 30 dólares - o presidente da OPEP já pediu uma reunião de emergência -, a instabilidade na segunda maior economia do mundo, a China, e a redução do comércio internacional estão na origem deste pessimismo.
Mesmo temperando o noticiário com outras leituras - a norte-americana Fidelity, por exemplo, disse nesta semana que "o mundo não deve estar assustado com a China", porque se trata, sobretudo, de uma bolha doméstica -, não é fácil evitar sentimentos de desconfiança e medo. Não só porque o arranque do ano nas bolsas mundiais foi negro e as expectativas são de grande volatilidade, mas também porque os investidores, que não são só os institucionais, se sentem cada vez mais inseguros sobre onde e como aplicar o seu dinheiro.
O problema não é de hoje, não espantaria que nas próximas semanas as subidas fizessem esquecer as preocupações deste início de 2016 - a aparente irracionalidade dos mercados é uma velha questão -, e nem tudo isto é um sinal, sequer, de um ano horribilis nos mercados, mas está instalado um problema que vai além dos fundamentais económicos, das economias e das empresas. Estes fazem, e bem, parte da vida dos mercados. O que não é suportável, por muito mais tempo, como assinala o Royal Bank of Scotland na sua análise catastrofista, é um sentimento igual ao de 2008, antes da queda do Lehman Brothers e da crise financeira internacional, quando o colchão se tornou o lugar mais seguro para guardar o dinheiro.
13 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Sílvia Oliveira
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