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Linha Ferry: A quadratura do círculo
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Linha Ferry: A quadratura do círculo
Discutir o tema da ligação marítima entre a Madeira e o Continente (ou vice-versa), as “perseguições” para a Naviera Armas abandonar a mesma e o relevante interesse público e comercial de tal linha/operação, tornou-se, desde há muito, um dos “passatempos” favoritos dos habitantes da Madeira e de muitos “opinion makers.”
Esta discussão tem sido sustentada, mais do que em factos e fundamentos concretos, em opiniões pessoais, rumores e teorias da conspiração, ou seja, e em suma, em “bitaites” que nada ajudam a esclarecer a opinião pública.
Designadamente, poucos terão analisado o Relatório elaborado na sequência da consulta promovida pelo Governo Regional no sentido de encontrar potenciais interessados na exploração comercial desta linha, e que permite concluir que:
1. Nos termos legais, a linha é “livre, pelo que nenhum armador que a queira explorar está impedido de o fazer;
2. No ano de 2011, apenas 3% da população Madeirense (8.500) utilizou a linha, ou seja, pouco mais de 163 Madeirenses por semana e de 23 por dia;
3. Uma viagem de ida e volta custava, no mínimo, cerca de 170,00 euros e, no máximo, 920,00 euros, dos quais a RAM estaria disponível para suportar, em média, 40%, até ao limite de 400,00 euros (ou 200 por trajecto),
4. A RAM estaria disposta a “investir” cerca de 330.000 euros por ano na linha, bem como a abicar de parte significativa das taxas portuárias devidas;
5. Apesar dos incentivos acrescidos oferecidos, nenhum dos 7 (multinacionais) armadores que participaram na consulta, incluindo a Naviera Armas, considerou a linha atractiva, não tendo sido apresentada qualquer proposta concreta.
6. Designadamente, nenhum dos armadores considerou a linha financeiramente viável, excepto no caso de ser explorada em regime de exclusividade e de serviço público, ou seja, contra o pagamento de indemnizações compensatórias.
Por outro lado, e de acordo com os dados vindos a público, no último ano de operação a Naviera Armas registou um prejuízo operacional de 6 milhões de euros. Finalmente, os Açores também não terão demonstrado interesse em estudar uma solução que permita “estender” a linha a este arquipélago.
Ora, é neste contexto, e não do das “conversas de café”, que o eventual interesse público da operação em causa deve ser avaliado. Com efeito, considerando que, para a linha ser viável, o respectivo prejuízo operacional teria que ser assumido pela RAM, ou pelo Estado, caso estes quisessem contratar o serviço público em causa (ou constituir uma empresa pública para o efeito), transportar 8.500 madeirenses por ano custaria, no mínimo, e sem contar com as taxas portuárias “perdidas”, 6.330 milhões de euros por ano. Ou seja, a “módica” quantia de 744 euros por passageiro.
Desta forma, e sabendo-se que os recursos são escassos, cabe à RAM, ao Estado Português e aos próprios Madeirenses avaliarem se este investimento se justifica, designadamente, face aos correspondentes benefícios quer para os passageiros, quer para a Região.
Pessoalmente, e embora respeite muito os (poucos) Madeirenses que preferem o transporte marítimo ao aéreo, dado que os números não me parecem interessantes, bem como que nunca gastaria 24 horas a fazer o que pode ser feito em hora e meia, preferia que tal investimento fosse canalizado para a angariação de uma (verdadeira) terceira companhia aérea (p.e. a RyanAir).
Analisando “friamente”, creio que os benefícios para os Madeirenses, bem como os efeitos multiplicadores ao nível do turismo e da economia regional (vejam-se os casos de Lisboa e do Porto), seriam incomparavelmente superiores.
Gonçalo Maia Camelo
Diário de Notícias da Madeira
Sábado, 16 de Janeiro de 2016
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