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Mensagem por Admin Qui Jan 21, 2016 11:53 am

Entre as medidas aprovadas pelos amigos da (gering)onça, a reposição das 35 horas para a Função Pública é a que traduz melhor a divisão do país entre os que pagam impostos e os que vivem à conta deles. Já o adiamento do pagamento ao FMI assenta na ideia de mais crescimento com mais dívida.

Uma mentalidade dada aos encantos do curto prazo e tão avessa ao esforço e à austeridade como crente nas virtudes do gasto e do consumo. Revendo-se, por isso, num governo que omite as causas da crise e se louva em facilidades. Acusando a direita de estar ao serviço dos interesses, mas escondendo o compadrio que se escuda na causa pública para encobrir negócios feitos pelo ou com o Estado, que resultam em buracos e défices a pagar pelos contribuintes.  

O BE está entre os que mais criticam práticas de uma Banca que garante sucessos a curto prazo à custa de desastres a longo prazo. Importa todavia perceber que as medidas defendidas pelos amigos da (gering)onça se assemelham às dos gestores bancários, do BES ao Banif, ao prometerem fazer crescer a economia a partir d políticas (visando ganhos eleitorais) que nos conduzirão a novo resgate.

Uma corja de farsantes, ainda que uns sejam tidos por capitalistas (sem capital) e outros por amigos dos pobres, que usam para justificar tudo o que fazem, inclusive o tratamento de favor dos especuladores queridos pelos ricos dos governos. A subida do salário mínimo ilustra bem a conduta de quem cala os empregos destruídos (ou nunca criados) com essa medida.

António Barreto, temendo o pior, avisou: “A ter de ficar nas mãos de alguém, prefiro mil vezes os credores aos comunistas”. Sem imaginar que génio da geringonça nos iria garantir as duas coisas: credores e comunistas. Num jogo político em que habilidosos transformaram o corporativismo – a destruição do livre mercado e a criação de oligopólios através do poder regulador e monopólios de um governo central – em bandeira da esquerda unida.

Maravilhas de um Tempo Novo, em que à arte que os governantes mais rapidamente aprendem – tirar dinheiro dos bolsos das pessoas – se junta a capacidade para não confundir a vontade de ajudar as pessoas (dizendo-lhes a verdade) com a necessidade de ter a sua ajuda (dizendo-lhes o que elas querem ouvir).

Cresce assim o devaneio de pedir mais Estado, sem se dar conta de que só com menos minguarão os saqueadores de verba pública. Que tal começar por deixar de financiar partidos, associações empresariais e sindicatos, fazendo com que sejam pagos pelos seus associados?

Certo é da “galeria de horrores” sair um Presidente de esquerda, no limite da esquerda da direita: na senda de um 25 de Abril em que o partido mais à direita era do Centro (CDS). Entretanto, medra a corrupção da coisa pública. Um Estado de fraude e confisco que acabará por levar o cidadão comum a abraçar afirmações libertárias como a do radical H-H Hoppe: “O Estado é uma instituição dirigida por gangues de assassinos, assaltantes e ladrões, cercado por carrascos voluntários, propagandistas, bajuladores, vigaristas, mentirosos, palhaços, charlatães, incautos e idiotas úteis – uma instituição que suja e contamina tudo o que toca”.

00:05 h
José Manuel Moreira
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