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A República está mais pobre
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A República está mais pobre
Falar de António de Almeida Santos é falar da II República Portuguesa e de toda a sua atividade ligada à causa pública, a quem eu chamaria de o “Magno Senador” da democracia portuguesa
É um dia triste para o país, em especial para os socialistas e republicanos. A matre “Marianne” perdeu um dos seus pilares, aliás perdemos todos, pois falar de António de Almeida Santos é falar da II República Portuguesa e de toda a sua atividade ligada à causa pública, a quem eu chamaria de o “Magno Senador” da democracia portuguesa.
Como referiu o Dr. Pedro Santana Lopes no seu espaço de comentário com o Dr. António Vitorino, “o Dr. Almeida Santos podia ser sido primeiro-ministro, ou Presidente da República tinha capacidade e curriculum para exercer esses dois cargos de forma exímia. No entanto e apesar de ter sido a 2º figura do Estado durante os anos de 1995 a 2002, foi uma das pedras basilares na consolidação da democracia, visto que desempenhou os cargos de maior relevo e responsabilidade no pós 25 de Abril”. Como foi o caso de ter feito parte de quase todos os VI Governos Provisórios com a exceção do V, e dos Primeiros Governos Constitucionais, ocupando as pastas de Ministro da Coordenação Interterritorial, Comunicação Social, da Justiça, Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Tendo a seu cargo a importante e dura tarefa, em conjunto com o Dr. Mário Soares, de iniciar o processo de descolonização e da posterior coordenação e integração da enorme vaga de migração por parte das colónias, para um país que apesar de ser livre, vivia com fortes dificuldades económicas e sociais. Em 1985 concorreu como cabeça de lista pelo PS à Assembleia da República, perdendo as eleições para o PSD, nesse mesmo ano foi Conselheiro de Estado (1985-2002), finaliza a sua carreira política em júbilo sendo o 11º Presidente da Assembleia da República (1995-2002).
No entanto não foi só no pós 25 de Abril que o Dr. Almeida Santos teve um destaque proeminente. Beirão de origem como gostava de recordar, formado com brio em direito pela Universidade de Coimbra, onde pode consolidar um conjunto de amizades com vários dos futuros líderes das nações coloniais portuguesas, sendo o mais destacado o Dr. Agostinho Neto (Membro da Comissão de Honra da homenagem dos 40 anos da “Casa dos Estudantes do Império” promovida pela UCCLA no ano de 2015). Foi também membro do Orfeon Académico de Coimbra, no qual teve o seu primeiro contacto com Salazar tendo a coragem de não cumprimentar o ditador no fim de uma sessão musical dedicada ao mesmo.
Iniciou a sua brilhante carreira de advogado em Moçambique, tendo um destaque preponderante na defesa dos presos políticos e no combate ao regime, tentou ainda concorrer por duas vezes, sem sucesso, à Assembleia Nacional, visto que as listas foram anuladas pela Administração Regional.
Apesar do inúmero curriculum e das inúmeras causas que referi anteriormente, gostaria ainda de transmitir nesta crónica, as qualidades pessoais do Dr. António de Almeida Santos. Tive a sorte de ter conhecido e de privar em algumas ocasiões com o Dr. Almeida Santos, em especial nos eventos do clube em que eramos sócios o International Club of Portugal, em pude testemunhar na primeira pessoa, a excelência do seu humanismo, a sua rica cultura, a sua história política, e a sua forma de pensar a política e a elaboração das leis. Mas acima de tudo quero destacar a bondade, a elegância e a cortesia no trato que tinha para com os outros.
Numa ocasião como esta, em que o país perde um dos seus grandes cidadãos, não poderia de deixar de fazer a devida referência e homenagem ao Sr. Dr. António de Almeida Santos, desejando, desde já, as mais sinceras condolências à família e aos seus amigos mais próximos.
André Brás dos Santos
Gestor e Mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional – ISEG
Publicado em: 24/01/2016 - 19:54:33
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