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A frente económica de sucesso do setor imobiliário português
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A frente económica de sucesso do setor imobiliário português
Mais que um caderno de encargos que o setor imobiliário tivesse a tentação de elaborar para apresentar ao governo, as vozes dos que reinventam esta importante área da economia têm o dever de anunciar o que o setor pode fazer por essa mesma economia, parafraseando uma icónica expressão de J. F. Kennedy, o 35.o presidente dos Estados Unidos da América: não perguntes o que o Estado pode fazer por ti, pergunta o que podes fazer pelo Estado.
Na verdade, nem a chamada sociedade civil deve esperar que o Estado resolva todas as questões do crescimento e do desenvolvimento, nem o Estado pode lavar as mãos como Pilatos nesta matéria e alhear-se totalmente dos problemas que afetam os particulares, as famílias e até os setores económicos tradicionalmente mais vocacionados para a iniciativa privada, entre os quais está grande parte do imobiliário.
Claro que o Estado também não pode ou não deveria olhar para o setor apenas como quem olha para um pomar de árvores que dão patacas, aplicando-lhe uma fiscalidade excessiva, especialmente porque o setor tem estado na linha da frente da nossa recuperação, resistindo às adversidades que se acumularam desde 2008 e assumindo-se, de novo e sustentadamente, como um dos motores da nossa economia.
Desde logo por voltar a ser um setor que se assume como um investimento seguro para poupanças ou para capitais que visam aplicações certas, sobretudo quando comparado com quaisquer outras soluções, incluindo a que já foi a mais consensual em matéria de segurança - os depósitos bancários à ordem ou a prazo -, mas hoje perdeu grande parte dessa fama e auréola.
Na verdade, como já tenho dito e toda a gente reconhece, a ideia da segurança dos depósitos a prazo, mesmo considerando as garantias oferecidas até cem mil euros, já não é o que era, e não apenas pelo facto de ser uma lenta perda de dinheiro mesmo correndo tudo bem na instituição bancária escolhida, pois os juros, muito baixos, deixaram de cobrir a inflação.
Isto explica e muito que o investimento no imobiliário com vista ao arrendamento urbano tenha voltado a ser um atrativo para a captação de poupanças de quem as aforrou para as aplicar a fim de a obter rendimentos que sejam um complemento de reforma. A par da atração que este segmento do nosso imobiliário gera nos investidores institucionais. É um PPR (plano poupança reforma) de betão para os aforradores e o investimento seguro para aplicações mais ambiciosas.
Quando está na ordem do dia a dinamização do arrendamento urbano e da reabilitação urbana, importa lembrar todas as implicações do desenvolvimento ou do atrofiamento do setor, cruzando-as com a criação de emprego e de riqueza e com a promoção do bem estar de quem vive em Portugal para justificar a necessidade de o Estado não poder ficar apenas à espera do que a sociedade civil possa fazer pelo setor, como dizia Kennedy.
No mínimo, ao Estado competirá fazer funcionar os instrumentos que anuncia como auxiliares da promoção, interna mas particularmente externa, desta nossa frente económica de sucesso que é o imobiliário português.
Presidente da CIMLOP - Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
25/01/2016
Luís Lima
Jornal i
Na verdade, nem a chamada sociedade civil deve esperar que o Estado resolva todas as questões do crescimento e do desenvolvimento, nem o Estado pode lavar as mãos como Pilatos nesta matéria e alhear-se totalmente dos problemas que afetam os particulares, as famílias e até os setores económicos tradicionalmente mais vocacionados para a iniciativa privada, entre os quais está grande parte do imobiliário.
Claro que o Estado também não pode ou não deveria olhar para o setor apenas como quem olha para um pomar de árvores que dão patacas, aplicando-lhe uma fiscalidade excessiva, especialmente porque o setor tem estado na linha da frente da nossa recuperação, resistindo às adversidades que se acumularam desde 2008 e assumindo-se, de novo e sustentadamente, como um dos motores da nossa economia.
Desde logo por voltar a ser um setor que se assume como um investimento seguro para poupanças ou para capitais que visam aplicações certas, sobretudo quando comparado com quaisquer outras soluções, incluindo a que já foi a mais consensual em matéria de segurança - os depósitos bancários à ordem ou a prazo -, mas hoje perdeu grande parte dessa fama e auréola.
Na verdade, como já tenho dito e toda a gente reconhece, a ideia da segurança dos depósitos a prazo, mesmo considerando as garantias oferecidas até cem mil euros, já não é o que era, e não apenas pelo facto de ser uma lenta perda de dinheiro mesmo correndo tudo bem na instituição bancária escolhida, pois os juros, muito baixos, deixaram de cobrir a inflação.
Isto explica e muito que o investimento no imobiliário com vista ao arrendamento urbano tenha voltado a ser um atrativo para a captação de poupanças de quem as aforrou para as aplicar a fim de a obter rendimentos que sejam um complemento de reforma. A par da atração que este segmento do nosso imobiliário gera nos investidores institucionais. É um PPR (plano poupança reforma) de betão para os aforradores e o investimento seguro para aplicações mais ambiciosas.
Quando está na ordem do dia a dinamização do arrendamento urbano e da reabilitação urbana, importa lembrar todas as implicações do desenvolvimento ou do atrofiamento do setor, cruzando-as com a criação de emprego e de riqueza e com a promoção do bem estar de quem vive em Portugal para justificar a necessidade de o Estado não poder ficar apenas à espera do que a sociedade civil possa fazer pelo setor, como dizia Kennedy.
No mínimo, ao Estado competirá fazer funcionar os instrumentos que anuncia como auxiliares da promoção, interna mas particularmente externa, desta nossa frente económica de sucesso que é o imobiliário português.
Presidente da CIMLOP - Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa
25/01/2016
Luís Lima
Jornal i
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