Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 406 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 406 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
A negociação
Página 1 de 1
A negociação
Bater o pé deve ter sido das expressões mais infelizes que se usaram em Portugal nos últimos anos para designar aquilo que, na altura, a oposição inteira acusava Passos Coelho de não fazer à troika: opor-se às medidas mais excessivas e contraproducentes e propor outro caminho económico menos violento. A expressão era infeliz porque prolongava o estado de infantilização de Portugal perante os credores, em vez de recolocar o problema onde ele deveria ter estado desde o início: no quadro de uma negociação política, em que embora uma das partes estivesse muito inferiorizada pelas circunstâncias penosas das suas finanças públicas, não perdera a soberania e a vontade de corrigir os problemas, encontrando uma solução viável e não apenas ditada de fora, como aconteceu. Agora que António Costa é primeiro-ministro, chegou o momento de pôr em prática o que na altura ele achava possível. Mais do que qualquer outra pessoa, o primeiro-ministro sabe que este não é um caminho livre de riscos. É bem perigoso. Não se trata apenas de bater o pé. Como qualquer negociação, haverá um princípio, um meio e um fim. Entretanto, sairão notícias dramáticas a anunciar que está tudo perdido. Serão talvez até feitos ultimatos e ameaças para condicionar as negociações, mas é bom que se tenha a noção de que tudo isto faz parte do processo. Se fosse fácil, se o Orçamento para 2016 dependesse apenas do governo português, a história seria outra. É conveniente lembrar que António Costa tinha um plano A (défice público de 2,8% do PIB), já mudou para o plano B (2,6%) e é provável que tenha de dar mais uma facada nas contas públicas - e nas promessas - para chegar a um acordo com Bruxelas (plano C). O quanto vai ter de ceder determinará o êxito da operação, mas se for capaz de fechar o assunto sem pôr em causa o essencial do programa político que o sustenta no Parlamento, isto é, conseguir um pouco menos de austeridade, não se poderá falar de uma derrota, mas sim do desfecho natural de um acordo complexo. Coisa diferente é saber se as escolhas de António Costa vão dar bons resultados a prazo. Isso não é Bruxelas que sabe. Só o tempo dirá se estas opções fazem o país crescer, se a desigualdade diminui, se as dívidas públicas e privadas caem, se os impostos baixam, se os bancos deixam de andar aflitos, se o Estado se torna mais sustentável e se pelo caminho os mercados não perdem a paciência.
Editorial
28 DE JANEIRO DE 2016
00:00
André Macedo
Diário de Notícias
Editorial
28 DE JANEIRO DE 2016
00:00
André Macedo
Diário de Notícias
Tópicos semelhantes
» “Portugal está a liderar” a negociação do tratado transatlântico
» A importância estratégica da (re)negociação das concessões
» Negociações comerciais UE-EUA e UE publica textos de negociação em TTIP: Diálogos em Objetivos
» A importância estratégica da (re)negociação das concessões
» Negociações comerciais UE-EUA e UE publica textos de negociação em TTIP: Diálogos em Objetivos
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin