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Uma lição para arquitetos de orçamentos do Estado
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Uma lição para arquitetos de orçamentos do Estado
O arquiteto chileno Alejandro Aravena tinha um orçamento curto para desenhar um bairro social. Em vez de fazer casas pequenas, de pouca qualidade, decidiu negociar esta ideia com os futuros proprietários: projetar metades de casas com infraestruturas e isolamentos superiores, prontas a habitar e, na outra metade, deixar bases modelares para os próprios moradores, mais tarde, construírem livremente o resto, com muitas ou poucas divisões, com janelas ou varandas, com cores vivas ou neutras, com telhados ou terraços. Cada casa completa teria cerca de 80 metros quadrados. Se fosse feita só com o valor do subsídio dado pelo Estado chileno teria, apenas, 45.
Já deve ter lido que a aplicação desta experiência, entretanto ampliada e aperfeiçoada em outros locais, valeu a este Alejandro o prémio Pritzker, o chamado Nobel da arquitetura. Dos dois textos, impecáveis, que Mariana Pereira escreveu no DN sobre o tema, destaco a frase de Tomás Palmarés, um dos cinco jovens portugueses que estagiaram no ateliê de Aravena: "Alejandro olha para a arquitetura não como um fim em si mesmo, mas como um instrumento para reduzir as desigualdades dentro da sociedade."
Verónica González, uma moradora desse bairro social, conta ao chileno The Clinic como influenciou a construção através de inúmeras reuniões com o arquiteto e os serviços municipais e como os convenceu a fazer alterações ao projeto inicial: "Vimos que os pisos eram de madeira e que a mansarda do terceiro piso era muito pequena. Pedimos para mudarem isso e não houve problema."
Olho para as fotografias dos vários bairros e acho-os agradáveis, um pouco paradoxais pela uniformidade monótona da parte desenhada pelos arquitetos em contraste com a rebeldia de forma e cor das outras metades de casas, construídas pelos donos. Há, também, demasiadas vivendas por completar... O tempo corrigirá isso, à medida que cada um conseguir ou precisar de completar os seus 80 metros quadrados.
Pensar no coletivo e no individual. Gerir recursos com inteligência e probidade. Garantir acesso, com qualidade, à satisfação de necessidades básicas do ser humano. Distribuir por igual aquilo que deve ser igual. Criar condições para a expressão da diferença. Investir para enriquecer os pobres. Promover a participação direta dos indivíduos e das comunidades nas tomadas de decisão. Não faço a mínima ideia sobre o que pensa politicamente Alejandro Aravena, mas o que vejo no seu ovo de Colombo arquitetónico é a prova da viabilidade de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais rica. Será socialismo?... Talvez sim, talvez não, mas, para já, entreguem esta lição a quem anda a discutir o Orçamento do Estado português.
02 DE FEVEREIRO DE 2016
00:03
Pedro Tadeu
Diário de Notícias
Já deve ter lido que a aplicação desta experiência, entretanto ampliada e aperfeiçoada em outros locais, valeu a este Alejandro o prémio Pritzker, o chamado Nobel da arquitetura. Dos dois textos, impecáveis, que Mariana Pereira escreveu no DN sobre o tema, destaco a frase de Tomás Palmarés, um dos cinco jovens portugueses que estagiaram no ateliê de Aravena: "Alejandro olha para a arquitetura não como um fim em si mesmo, mas como um instrumento para reduzir as desigualdades dentro da sociedade."
Verónica González, uma moradora desse bairro social, conta ao chileno The Clinic como influenciou a construção através de inúmeras reuniões com o arquiteto e os serviços municipais e como os convenceu a fazer alterações ao projeto inicial: "Vimos que os pisos eram de madeira e que a mansarda do terceiro piso era muito pequena. Pedimos para mudarem isso e não houve problema."
Olho para as fotografias dos vários bairros e acho-os agradáveis, um pouco paradoxais pela uniformidade monótona da parte desenhada pelos arquitetos em contraste com a rebeldia de forma e cor das outras metades de casas, construídas pelos donos. Há, também, demasiadas vivendas por completar... O tempo corrigirá isso, à medida que cada um conseguir ou precisar de completar os seus 80 metros quadrados.
Pensar no coletivo e no individual. Gerir recursos com inteligência e probidade. Garantir acesso, com qualidade, à satisfação de necessidades básicas do ser humano. Distribuir por igual aquilo que deve ser igual. Criar condições para a expressão da diferença. Investir para enriquecer os pobres. Promover a participação direta dos indivíduos e das comunidades nas tomadas de decisão. Não faço a mínima ideia sobre o que pensa politicamente Alejandro Aravena, mas o que vejo no seu ovo de Colombo arquitetónico é a prova da viabilidade de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais rica. Será socialismo?... Talvez sim, talvez não, mas, para já, entreguem esta lição a quem anda a discutir o Orçamento do Estado português.
02 DE FEVEREIRO DE 2016
00:03
Pedro Tadeu
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