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Eu show assim
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Eu show assim
Está em marcha um caso sério de ofensiva mediática, uma ofensiva como há muito não se via.
Eis o número ensaiado (com sucesso, diga-se) e replicado em poucos dias pelo chefe da nova esquerda: António Costa sentado, em pose ‘blasé’, numa cadeira móvel no meio de uma plateia digna de programa televisivo para dona de casa ver. A falar tu cá, tu lá, com o povo anónimo (militantes socialistas). E a dizer coisas de que o povo gosta: que os jornais mentem e que ele não tem medo da Alemanha.
Passou mais ou menos despercebido no Carnaval, mas António Costa tem a trabalhar consigo uma poderosa máquina de propaganda (só pode), que também passa por multiplicar entrevistas, do próprio e dos seus ministros. Mário Centeno que o diga.
O artista principal é, no entanto, o próprio Costa. Os juros da dívida portuguesa sobem e acordam campainhas no Eurogrupo? O primeiro-ministro desvaloriza e aponta causas ao exterior. O ministro das Finanças alemão avisa que se Portugal retroceder é de alto risco para toda a Europa? Costa sorri com o seu inimitável ar bonacheirão e diz que não acredita. O presidente do Eurogrupo antecipa medidas adicionais de Lisboa para cumprir com a Europa? Mário Centeno admite começar a prepará-las. O primeiro-ministro diz que não serão necessárias.
Mas a maior novidade é o cenário. Na altura em que Pedro Passos Coelho planeia uma volta pelo país, eis António Costa com dias de avanço em formato ‘reality show’. A sua campanha é mais dura – para se manter no poder onde chegou depois de perder eleições. Não é para qualquer um.
Bater nos jornais é sempre um ‘must’ e Costa ensaiou o número neste novo figurino. Leu títulos, omitiu os que não encaixavam no espectáculo. E ai de quem duvide que com a esquerda se virou a página da austeridade.
O ministro das Finanças ainda arriscou dizer o que sente – não era este o caminho que gostaria de ter seguido em matéria fiscal e não tinha a certeza de poder avançar com as 35 horas já este ano. Mas foi tese de pouca dura. A ofensiva mediática não deixa. O primeiro-ministro dá as garantias que os ministros hesitam em dar. As 35 horas avançam este ano, sim senhor. E, em menos de 48 horas, Mário Centeno apareceu sem dúvidas de que este é, afinal, o Orçamento do Estado com que se sente como peixe na água.
Vá lá! Desta vez é um gesto de Cavaco Silva a assentar a poeira. Ao condecorar os ministros das Finanças que nos últimos anos mais contrariaram o facilitismo – Campos e Cunha e Vítor Gaspar –, Cavaco deixa um aviso coerente com o que sempre disse: isto não vai lá com quimeras. Marcelo, que vem a seguir, vai ter a fascinante tarefa de coexistir com um primeiro-ministro em registo ‘reality show’.
Resta saber o que acontece quando um dia, não muito longínquo, Jerónimo de Sousa avisar que está farto da geringonça onde, afinal, não há só uma engraçadinha.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. A execução deste orçamento vai dar programa de tv.
00:06 h
Raul Vaz
Económico
Eis o número ensaiado (com sucesso, diga-se) e replicado em poucos dias pelo chefe da nova esquerda: António Costa sentado, em pose ‘blasé’, numa cadeira móvel no meio de uma plateia digna de programa televisivo para dona de casa ver. A falar tu cá, tu lá, com o povo anónimo (militantes socialistas). E a dizer coisas de que o povo gosta: que os jornais mentem e que ele não tem medo da Alemanha.
Passou mais ou menos despercebido no Carnaval, mas António Costa tem a trabalhar consigo uma poderosa máquina de propaganda (só pode), que também passa por multiplicar entrevistas, do próprio e dos seus ministros. Mário Centeno que o diga.
O artista principal é, no entanto, o próprio Costa. Os juros da dívida portuguesa sobem e acordam campainhas no Eurogrupo? O primeiro-ministro desvaloriza e aponta causas ao exterior. O ministro das Finanças alemão avisa que se Portugal retroceder é de alto risco para toda a Europa? Costa sorri com o seu inimitável ar bonacheirão e diz que não acredita. O presidente do Eurogrupo antecipa medidas adicionais de Lisboa para cumprir com a Europa? Mário Centeno admite começar a prepará-las. O primeiro-ministro diz que não serão necessárias.
Mas a maior novidade é o cenário. Na altura em que Pedro Passos Coelho planeia uma volta pelo país, eis António Costa com dias de avanço em formato ‘reality show’. A sua campanha é mais dura – para se manter no poder onde chegou depois de perder eleições. Não é para qualquer um.
Bater nos jornais é sempre um ‘must’ e Costa ensaiou o número neste novo figurino. Leu títulos, omitiu os que não encaixavam no espectáculo. E ai de quem duvide que com a esquerda se virou a página da austeridade.
O ministro das Finanças ainda arriscou dizer o que sente – não era este o caminho que gostaria de ter seguido em matéria fiscal e não tinha a certeza de poder avançar com as 35 horas já este ano. Mas foi tese de pouca dura. A ofensiva mediática não deixa. O primeiro-ministro dá as garantias que os ministros hesitam em dar. As 35 horas avançam este ano, sim senhor. E, em menos de 48 horas, Mário Centeno apareceu sem dúvidas de que este é, afinal, o Orçamento do Estado com que se sente como peixe na água.
Vá lá! Desta vez é um gesto de Cavaco Silva a assentar a poeira. Ao condecorar os ministros das Finanças que nos últimos anos mais contrariaram o facilitismo – Campos e Cunha e Vítor Gaspar –, Cavaco deixa um aviso coerente com o que sempre disse: isto não vai lá com quimeras. Marcelo, que vem a seguir, vai ter a fascinante tarefa de coexistir com um primeiro-ministro em registo ‘reality show’.
Resta saber o que acontece quando um dia, não muito longínquo, Jerónimo de Sousa avisar que está farto da geringonça onde, afinal, não há só uma engraçadinha.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. A execução deste orçamento vai dar programa de tv.
00:06 h
Raul Vaz
Económico
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