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Imaginar o futuro da Região
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Imaginar o futuro da Região
apesar da crise, apesar da falta de capital e de recursos, é possível construir um futuro melhor
Como já em parte sugeri, num artigo de Maio de 2015 neste jornal, talvez o maior problema que a Região Autónoma da Madeira (RAM) enfrenta é a dificuldade em imaginar o seu próprio futuro. Neste artigo irei procurar fazer um exercício, naturalmente muito simplificado, de imaginar possibilidades para esse futuro.
A Região tem problemas comuns a muitos países do mundo, em particular, do mundo desenvolvido, nomeadamente: a evolução tecnológica que elimina postos de trabalho, sobretudo não qualificados; e cadeias de produção mais complexas e remotas. Enfrenta ainda crescimento económico anémico, elevado desemprego e baixa produtividade do trabalho (e do capital). Tem, por outro lado, de procurar assegurar que a sua economia não é demasiado desequilibrada, isto é, que não depende demasiadamente de empréstimos externos para financiar as suas importações. Isso significa que as exportações, mais as transferências para a Região, têm de ser suficientes para financiar as suas importações e a despesa com juros resultante da sua elevada dívida.
Acresce que, porque os recursos são finitos, a RAM está obrigada a fazer escolhas em relação ao investimento que realiza. A questão subjacente neste caso é a de saber qual o tipo de investimento que gera maior retorno. E, para esse efeito, deveria identificar quais os grandes projectos de investimento prioritários (e.g., mais de 200 milhões de euros, cerca de 5% do PIB da Região). A RAM confronta-se ainda com falta de economias de escala e com custos de transporte elevados face a outras economias. Uma vez que o horizonte temporal das decisões de gestão e de investimento do sector privado é predominantemente no curto prazo, cabe ao Governo (Regional) imaginar e construir o longo prazo.
Afigura-se pois, em meu entender, que existem vários projectos de investimento, potencialmente acima dos 5% do PIB, susceptíveis de, eventualmente, atender a alguns desses critérios. Enumero alguns deles:
1. O aeroporto da Madeira desempenha um papel fundamental na economia regional e nas suas exportações. Ora esse aeroporto encerra com frequência devido ao mau tempo (fortes ventos) aumentando o custo das deslocações para a Região e diminuindo o número de companhias aéreas que estão dispostas a voar para a mesma. É necessário estudar qual a solução de longo prazo para este problema porque, mesmo que não existam soluções no curto prazo, este não tem de ser um problema para toda a eternidade …
2. A ilha depende de importações de combustíveis fósseis para a maior parte das suas necessidades energéticas. Se através de investimento em energias renováveis – e a EEM tem já projectos em curso – for possível reduzir importações, então é um importante contributo que se dá à sustentabilidade macroeconómica da Região;
3. Se se pretende que o sector do turismo continue a crescer e a ser um pilar da economia regional é necessário uma estratégia de longo prazo para esse sector, com métricas em relação ao investimento realizado, em capacidade hoteleira e outros indicadores;
4. Vias de comunicação e infra-estrutura de telecomunicações (nomeadamente cabo de fibra óptica para o continente). Quais os investimentos prioritários e porquê. Esta é uma faceta imprescindível se se pretende atrair investimento directo continental ou estrangeiro para a RAM que resulte em actividade económica integrada no circuito de produção global;
5. A construção do novo hospital do Funchal é um dos investimentos mais discutidos e será certamente um dos mais dispendiosos, mas mais necessários.
Em suma, apesar da crise, apesar da falta de capital e de recursos, é possível construir um futuro melhor. Para o fazer, é necessário primeiro identificar as possibilidades. Segundo, avaliar os respectivos custos e benefícios.
Terceiro e por último, fazer as escolhas e concentrar os recursos na execução competente desses planos.
Ricardo Cabral Vice-reitor da UMa
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 9 de Março de 2016
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