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Por um pacto de regime para o país
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Por um pacto de regime para o país
Portugal precisa de acabar com os "tiques" de governação que minam o desenvolvimento sustentado e coerente do país. Portugal deve acabar com a tentação de mudar tudo como prova de poder. Um país não consegue progredir se quem é eleito para governar inverte o rumo das políticas económicas, aplica um novo modelo na Justiça e altera as regras na Educação. Se houvesse um manual de boas práticas políticas, este tipo de governação estaria claramente no seu "lado negro".
Para a economia, as consequências desta instabilidade são terríveis. As políticas públicas têm que ganhar coerência e que poder ser concretizadas.A região Norte é a maior exportadora do país, com uma balança comercial em que as exportações equivalem a 140 por cento das importações. O Norte é trabalhador, empreendedor, capaz de dar a volta às adversidades. Temos por isso a obrigação de ajudar a construir um Portugal mais equilibrado e mais desenvolvido.
O que só é possível se não houver uma constante contracorrente nas políticas.
Ao longo dos últimos 40 anos, fizemos diagnósticos exaustivos e estudos muito profundos, mas rendemo-nos às análises e sentimos muita dificuldade em passar à prática. TGV, portos e Metro do Porto são exemplos desta realidade.
Já tivemos um mapa de TGV com sete linhas, outro com duas, um modelo para a alta velocidade e um outro para velocidade alta. Conhece-se algum desenvolvimento? Não. Foram gastas centenas de milhões de euros em estudos e projetos, mas a rede ferroviária nacional continua ineficaz.
O mesmo acontece com os portos. Foi perspetivado um modelo de gestão centralizada, outro com autonomia de gestão para cada um deles e a sua privatização. No final, resta a mais absoluta indefinição, que é sempre o pior. O que temos é uma total instabilidade estratégica, variando ao sabor das mudanças de Governo.
Por fim, o Metro do Porto. A expansão da segunda fase da rede esteve anos em discussão pública, com planos para a construção de quatro linhas e estudos de impacto ambiental, e um memorando de entendimento entre o Estado e a Área Metropolitana do Porto, através do qual o primeiro se comprometeu a fazer avançar esse investimento. E, até ao momento, não cumpriu. Espera-se agora que a linha ocidental do Porto, ligando Matosinhos ao Porto através do Campo Alegre, avance, servindo milhares de cidadãos e concretizando uma justa aspiração da cidade.
O Porto, o Norte e Portugal precisam de políticas consistentes e duradouras. O país necessita de um desígnio mobilizador. Mas, acima de tudo, os partidos políticos, os parceiros sociais e os movimentos de cidadãos devem assumir um verdadeiro pacto de regime. Para Portugal avançar.
*EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO
23.03.2016
NUNO BOTELHO
Jornal de Notícias
Para a economia, as consequências desta instabilidade são terríveis. As políticas públicas têm que ganhar coerência e que poder ser concretizadas.A região Norte é a maior exportadora do país, com uma balança comercial em que as exportações equivalem a 140 por cento das importações. O Norte é trabalhador, empreendedor, capaz de dar a volta às adversidades. Temos por isso a obrigação de ajudar a construir um Portugal mais equilibrado e mais desenvolvido.
O que só é possível se não houver uma constante contracorrente nas políticas.
Ao longo dos últimos 40 anos, fizemos diagnósticos exaustivos e estudos muito profundos, mas rendemo-nos às análises e sentimos muita dificuldade em passar à prática. TGV, portos e Metro do Porto são exemplos desta realidade.
Já tivemos um mapa de TGV com sete linhas, outro com duas, um modelo para a alta velocidade e um outro para velocidade alta. Conhece-se algum desenvolvimento? Não. Foram gastas centenas de milhões de euros em estudos e projetos, mas a rede ferroviária nacional continua ineficaz.
O mesmo acontece com os portos. Foi perspetivado um modelo de gestão centralizada, outro com autonomia de gestão para cada um deles e a sua privatização. No final, resta a mais absoluta indefinição, que é sempre o pior. O que temos é uma total instabilidade estratégica, variando ao sabor das mudanças de Governo.
Por fim, o Metro do Porto. A expansão da segunda fase da rede esteve anos em discussão pública, com planos para a construção de quatro linhas e estudos de impacto ambiental, e um memorando de entendimento entre o Estado e a Área Metropolitana do Porto, através do qual o primeiro se comprometeu a fazer avançar esse investimento. E, até ao momento, não cumpriu. Espera-se agora que a linha ocidental do Porto, ligando Matosinhos ao Porto através do Campo Alegre, avance, servindo milhares de cidadãos e concretizando uma justa aspiração da cidade.
O Porto, o Norte e Portugal precisam de políticas consistentes e duradouras. O país necessita de um desígnio mobilizador. Mas, acima de tudo, os partidos políticos, os parceiros sociais e os movimentos de cidadãos devem assumir um verdadeiro pacto de regime. Para Portugal avançar.
*EMPRESÁRIO E PRES. ASS. COMERCIAL DO PORTO
23.03.2016
NUNO BOTELHO
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