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O verdadeiro défice europeu
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O verdadeiro défice europeu
Os recentes atentados na Bélgica voltam a pôr a nu as fragilidades de uma Europa que marca passo na integração e na afirmação da construção do projeto europeu. É isso que se alcança quando ouvimos a maioria dos dirigentes europeus reagir à mais grave ofensa aos nossos valores como comunidade. A frustração da liberdade. Da liberdade de pensar, de decidir, de viver.
É esse o objetivo primordial dos atos terroristas em solo europeu. São ataques à nossa estrutura conceptual de nações livres e democráticas, à nossa cultura e à nossa forma de organização. E nós temos sido displicentes na preservação desses valores.
Desenganem-se aqueles que entendem que uma hipotética rutura com a forma como nos organizamos está nas assimetrias económico-financeiras. Não está. O nosso maior problema é a timidez que nos assola ao defendermos a maior das nossas virtudes. A nossa união. A nossa comunidade. A nossa liberdade.
A reação do ministro do Interior belga, que apontou publicamente o dedo às forças de segurança, é reveladora de que a generalidade dos nossos políticos são fracos e historicamente ignorantes. São políticos que envergonham os preceitos fundadores do espírito da união e que estão infalivelmente a condená-lo. Até a própria reação dos ministros da Justiça e Administração Interna europeus é parca e recheada de generalidades que, espremidas, não trazem nada de novo e nem sequer revelam um empenho real em tratar este problema como um problema global.
Enquanto as lógicas umbiguistas prevalecerem e não olharmos este problema de forma integrada, não vamos prevenir nada. Apenas vamos reagir. E, como se tem visto, reagir sem rumo e sem objetivos. A Europa vive num défice de liderança e de identidade como nunca visto e isso vai-nos sair caro.
Escreve à segunda-feira
29/03/2016
Sérgio Azevedo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
É esse o objetivo primordial dos atos terroristas em solo europeu. São ataques à nossa estrutura conceptual de nações livres e democráticas, à nossa cultura e à nossa forma de organização. E nós temos sido displicentes na preservação desses valores.
Desenganem-se aqueles que entendem que uma hipotética rutura com a forma como nos organizamos está nas assimetrias económico-financeiras. Não está. O nosso maior problema é a timidez que nos assola ao defendermos a maior das nossas virtudes. A nossa união. A nossa comunidade. A nossa liberdade.
A reação do ministro do Interior belga, que apontou publicamente o dedo às forças de segurança, é reveladora de que a generalidade dos nossos políticos são fracos e historicamente ignorantes. São políticos que envergonham os preceitos fundadores do espírito da união e que estão infalivelmente a condená-lo. Até a própria reação dos ministros da Justiça e Administração Interna europeus é parca e recheada de generalidades que, espremidas, não trazem nada de novo e nem sequer revelam um empenho real em tratar este problema como um problema global.
Enquanto as lógicas umbiguistas prevalecerem e não olharmos este problema de forma integrada, não vamos prevenir nada. Apenas vamos reagir. E, como se tem visto, reagir sem rumo e sem objetivos. A Europa vive num défice de liderança e de identidade como nunca visto e isso vai-nos sair caro.
Escreve à segunda-feira
29/03/2016
Sérgio Azevedo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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