Pires de Lima: “Podemos cumprir ou até superar metas de crescimento”

Ministro da Economia garante que Governo mantém previsões de crescimento económico, apesar do abrandamento no primeiro trimestre. E garante que não embarca em discursos de euforia: “estão dissociados da vida real dos portugueses”.

O Governo mantém as previsões económicas traçadas para este ano, apesar da ligeira quebra no ritmo de crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano conhecidas esta semana. "Foi um crescimento de 1,2% em termos homólogos, creio que estamos em condições, se continuarmos a trabalhar na direcção correcta, de poder cumprir ou até superar as expectativas de crescimento económico que temos para 2014", defendeu o ministro da Economia, António Pires de Lima, numa numa reacção aos últimos indicadores divulgados.

O ministro - que participou hoje de manhã num seminário económico em Pequim, integrado no programa oficial da visita de Estado de Cavaco Silva à China - desvalorizou as reacções mais críticas, realçando que a economia portuguesa, apesar do abrandamento, cresceu mais do que a União Europeia, que se ficou por 0,9% no mesmo período. No caso concreto das exportações, o ministro adiantou que continua "perfeitamente confiante de que vamos atingir o objectivo de crescimento traçado para 2014" e atribui à paragem excepcional da refinaria de Sines, cuja actividade já foi entretanto retomada, uma das justificações para a queda daqueles indicadores no primeiro trimestre, que diz "ser sempre o mais difícil do ano".

Para cumprir as metas de crescimento definidas, Pires de Lima aponta directamente ao sector privado. "Sei que há muita gente em portugal, gente com responsabilidades politicas, que aproveita qualquer notícia para cantar hinos de desgraça. O que quero dizer é que o comportamento da economia portuguesa depende sobretudo da capacidade dos empresários, dos gestores, dos trabalhadores do sector privado em Portugal". E deixou o recado: "As empresas portuguesas sabem que têm no Governo e no Estado português um parceiro para continuarem a crescer".

Pires de Lima também recusa a ideia de que o ligeiro abrandamento económico no arranque do ano possa quebrar o excesso de optimismo em alguns discursos do Governo. Até porque, diz, "se há pessoa que tem alertado para a necessidade de um discurso de prudência e tem dito repetidas vezes que a euforia é má conselheira, tenho sido eu". 

Ainda assim, reconhece que "a economia portuguesa está numa fase de viragem, mas é gradual. Consistente, mas gradual. Estamos no caminho certo, como o provam os dados de crescimento económico e de redução do desemprego. 

Mas ainda hã muito trabalho a fazer e, por isso, os discursos de euforia estão completamente dissociados da vida real dos portugueses e do caminho que ainda temos de fazer", rematou Pires de Lima.

O INE revelou ontem que a economia portuguesa contraiu 0,2% em cadeia no primeiro trimestre do ano, quando os analistas esperavam um crescimento. Foi a primeira quebra do PIB desde o segundo trimestre do ano passado, com a quebra das exportações a penalizar o desempenho português.

Helena Cristina Coelho, em Pequim
16/05/14 09:12
Económico