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O elogio da loucura
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O elogio da loucura
Hoje, só vale falar bem. Do povo. São os sobressaltos do discurso do 10 de junho do presidente da República. Porque "quando a pátria é posta à prova, é sempre o povo quem assume um papel determinante". Porque "Portugal é o seu povo", e o povo "não vacila, não trai, não se conforma, não desiste". Mesmo quando não compreende.
Quase nunca, de resto. Os quatro mil milhões de euros que vai ter de desembolsar para recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado que deveria servir para financiar a economia, mas que se financia da economia. Nem os 19 (dezanove, sim) novos gestores, administradores-executivos e não executivos, carregados de nomes sonantes, sem teto salarial, porque são caros e bem pagos no privado e o público não consegue competir com o privado mesmo que só trabalhe 35 horas.
Façam-se mais mnemónicas bancárias, ainda que com falhas na precisão exata dos milhares de milhões em causa (o povo perdoa os eventuais pequenos lapsos). Porque ainda não se compreendeu o BPN (qualquer coisa como sete mil milhões de euros, mas os números oscilam conforme quem os recorda), nem o BES (outros sete mil ou oito mil milhões, ponha lá um número, caro povo), nem o Banif (serão três mil milhões ou quatro mil milhões), nem o BPP, nem o que aí virá. Para mal do povo. Que resiste.
Não é fácil, mas resiste. Com candura. À legalidade normal de ministros, secretários de Estado, deputados, assessores e consultores que tratam da coisa pública como se fosse coutada privada e da privada a servir-se da pública. Tudo dentro da mais estrita legalidade democrática.
Mesmo a Paulo Portas, apenas o último a entrar na roda. Ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional e vice-primeiro-ministro do XX Governo Constitucional (por poucos dias, é certo), que sai da política com sete missões pela frente, de comentador televisivo, a professor, a orador no circuito internacional dos bem-pagos, a formador de quadros do CDS, a vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, a consultor de empresas do Golfo e da América Latina, e, claro, não podia faltar esta, a responsável pelo Conselho Internacional da Mota-Engil, que o próprio vai criar, construtora que levou em meia dúzia de missões internacionais quando era ministro. O que prova que viajar faz bem.
Marcelo Rebelo de Sousa puxa pelo povo. Ele sabe que deixamos de ser um povo quando perdemos o orgulho. E o povo aguenta as malfeitorias das suas elites. Ai se aguenta.
*DIRETOR-EXECUTIVO
DOMINGOS DE ANDRADE*
Hoje às 00:27
Jornal de Notícias
Quase nunca, de resto. Os quatro mil milhões de euros que vai ter de desembolsar para recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos, o banco do Estado que deveria servir para financiar a economia, mas que se financia da economia. Nem os 19 (dezanove, sim) novos gestores, administradores-executivos e não executivos, carregados de nomes sonantes, sem teto salarial, porque são caros e bem pagos no privado e o público não consegue competir com o privado mesmo que só trabalhe 35 horas.
Façam-se mais mnemónicas bancárias, ainda que com falhas na precisão exata dos milhares de milhões em causa (o povo perdoa os eventuais pequenos lapsos). Porque ainda não se compreendeu o BPN (qualquer coisa como sete mil milhões de euros, mas os números oscilam conforme quem os recorda), nem o BES (outros sete mil ou oito mil milhões, ponha lá um número, caro povo), nem o Banif (serão três mil milhões ou quatro mil milhões), nem o BPP, nem o que aí virá. Para mal do povo. Que resiste.
Não é fácil, mas resiste. Com candura. À legalidade normal de ministros, secretários de Estado, deputados, assessores e consultores que tratam da coisa pública como se fosse coutada privada e da privada a servir-se da pública. Tudo dentro da mais estrita legalidade democrática.
Mesmo a Paulo Portas, apenas o último a entrar na roda. Ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional e vice-primeiro-ministro do XX Governo Constitucional (por poucos dias, é certo), que sai da política com sete missões pela frente, de comentador televisivo, a professor, a orador no circuito internacional dos bem-pagos, a formador de quadros do CDS, a vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, a consultor de empresas do Golfo e da América Latina, e, claro, não podia faltar esta, a responsável pelo Conselho Internacional da Mota-Engil, que o próprio vai criar, construtora que levou em meia dúzia de missões internacionais quando era ministro. O que prova que viajar faz bem.
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