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Do Elogio da Loucura

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Mensagem por Admin Dom Jul 24, 2016 11:12 am

Do Elogio da Loucura Nuno%20clara%20gomes_1325335830


Quando Erasmo escreveu O Elogio da Loucura, foi com o intuito de contrapor o bom senso ao senso comum – dois conceitos frequentemente antagónicos. Daí o tal elogio: como são considerados loucos os que não se acomodam às regras comummente aceites, acaba por caber a esses mesmos loucos (mas nem todos!) mudar a sociedade.

Erasmo de Roterdão compôs, ao bom estilo da época, uma das suas obras clássicas: O Elogio da Loucura, leitura que recomendo a todos os que pensam que a crítica social teve início no século XIX. E chega, em termo de retrocesso histórico: seria demais remeter os leitores para o Satiricon, de Petrónio, que relegaria muitos romances recentes para o nível do plágio.

A loucura, a estultícia, tem os seus defensores, até em trocadilhos atuais; basta lembrar a glosas que se fizeram sobre os temas hippie dos anos 60 “make love, not war”, ou “better red than dead”, como o “better mad than sad”, ou seja, “antes louco do que triste”.

A loucura não está ausente no melhor da cultura inglesa. Vejamos a transcrição de um trecho de Hamlet, extraído da Cena 1 do Ato Quinto, diálogo no cemitério:

“1.º COVEIRO

… Foi no mesmo ano em que nasceu o jovem Hamlet: o que está doido e foi mandado para Inglaterra.

HAMLET

Ah, sim? Porque é que o mandaram para Inglaterra?

1.º COVEIRO

Ora, porque estava doido: lá deve curar-se, e se não se curar, lá não tem importância estar doido.

HAMLET

Porquê?

Lá não se dá por isso, lá as outras pessoas são tão doidas como ele”.

Se William Shakespeare fazia tal ideia dos seus conterrâneos, e se Hamlet continua a ser uma das peças mais representadas em Inglaterra, então não há que estranhar o que por lá se passa.

Pode decerto argumentar-se que Hamlet não estava doido, e que a cultura do coveiro não seria muita; mas, relembrando a célebre frase de Marcelo na Cena IV do Ato Primeiro da mesma peça, além da certeza de haver alguma coisa de podre no Reino da Dinamarca, fica-se sem saber o que se passava do outro lado do Mar do Norte…

Decerto pensamos sempre que as decisões, sobretudo as decisões políticas e estratégicas, são tomadas com base num processo lógico, em que se confrontam os prós e os contras de cada uma as soluções possíveis. Sobretudo nos países com longa tradição de Democracia, onde as pessoas têm um hábito bem enraizado de participar nas grandes decisões, através de eleições, referendos ou outras formas de expressão da vontade popular.

Ora, o que se passou no Reino Unido com o BREXIT deixou muita gente perplexa, tanto dentro como fora das Ilhas Britânicas. E a acusação mais frequente é a de que no debate eleitoral se passou mais tempo a invocar tragédias e a assustar as pessoas do que a esclarecer as consequências de cada uma das opções. Ou seja, ao invés de ir pela positiva, apresentando as vantagens de cada opção, foi-se pela negativa, pelo brandir de ameaças, mais fictícias que reais, mas isso teve um peso decisivo. Falta de segurança, imigração descontrolada, perda de identidade, fim da soberania, eliminação da libra: tudo valores de base cultural, e consequentemente, emocionais.

Quando se estabelece uma aliança, pressupõe-se que haja cedências de parte a parte; caso contrário, seria um ultimatum. Ora, a Inglaterra tem conseguido muitas vezes tratados e alianças em que fica em vantagem ou com uma posição especial. Um exemplo é o velhinho (1703) tratado de Methuen; outro, mais recente, é a constituição dos comandos principais da NATO: enquanto Estados Unidos e Canadá ficaram com a área da América continental e com o Atlântico, e os demais países com a Europa e mares ribeirinhos (uma divisão lógica), o Reino Unido ficou com um terceiro comando (Ilhas Britânicas e Canal da Mancha), de modo a que o seu território não ficasse subordinado a ninguém – ainda que isso se pudesse refletir numa diminuição de operacionalidade da Aliança.

A história da adesão da Inglaterra à Comunidade Europeia é um rosário de objeções e reticências, combinada com iniciativas ao arrepio do da política global e do sentimento da maioria dos estados membro, com no caso da II Guerra do Iraque. Temos de considerar esta postura como uma tradição inglesa, cimentada por séculos de isolamento insular, mais cultural que físico, mais procurado que imposto, já que a sua influência se espalhou por todo o Mundo, e perdura através da Commonwealth, e não só. É do maior interesse recordar a entrevista concedida pelo General de Gaulle, em 14 de janeiro de 1963, sobre a hipótese de entrada da Inglaterra na Comunidade Europeia, da qual se destaca a seguinte passagem: “Assim sendo, é possível que um dia a Inglaterra consiga autotransformar-se suficientemente para fazer parte da Comunidade Europeia, sem restrições, sem reservas e, de preferência, como quer que seja”.

Existem muitas teorias sobre o processo de tomada de decisão, todas (segundo consta) com base científica. Que o digam os gestores e os militares, massacrados por essas doutrinas. Mas continua válida a célebre tirada de Descartes: o Coração tem razões que a Razão desconhece (esqueçamos, por momentos, António Damásio). E o resultado do BREXIT parece apontar nesse sentido, dadas as reações na própria Inglaterra.

Olhando para o movimento para a organização de novo referendo, tem-se a sensação de ver um miúdo arrependido de ter chutado uma bola contra o vidro de uma montra, e que promete não repetir… Por outro lado, Nigel Farage, o principal rosto do BREXIT, depois de (re)afirmar que tinha trocado os negócios pela política, anunciou que deixava a direção do partido e continuava deputado ao Parlamento Europeu. Deve ser uma espécie de sabotagem: desfalcar a detestada Comunidade através do chorudo ordenado de deputado europeu… Para não ficar atrás, o dissidente Boris Johnson anunciou que não seria candidato ao Partido Conservador. Deste modo, os pais da criança deixariam as negociações da saída do Reino Unido na mão dos defensores da permanência!

Porém, a nova primeiro-ministro do Reino Unido parece deve ter lido Shakespeare com atenção. Voltando ao Hamlet, recordemos a célebre tirada do monólogo da Cena I do Acto3: ser ou não ser, eis a questão. Ora, os verbos ser e estar são o mesmo em inglês; to be or not to be passou a ser, para Theresa May, estar ou não estar. E a “Premier” não teve dúvidas: o BREXIT, democraticamente votado, é para cumprir, logo, para não estar. 

Pode ser esta a explicação da nomeação do truculento Boris Johnson e de mais dois eurocéticos para o Governo de Sua Majestade. Até pode ser considerada como a “vingança do chinês”: quem melhor para desatar o nó que alguns dos mentores da ideia?

Aquela espécie de neo-isolacionismo pregado pelo mencionado Farage e outros, se levado à prática, poderia ter um resultado curioso: a ressurreição do Bloqueio Continental, objetivo falhado por Napoleão, que levou às Invasões Francesas e ao bombardeamento de Copenhaga (outra vez o Reino da Dinamarca!), mas agora recriado por iniciativa inglesa…

Claro que a Inglaterra não ficará isolada, até porque laços antigos, nunca cortados, ressumem a sua importância. 

Atenta-se, por exemplo, na recente declaração da Boeing, em que anunciava um acordo com o Governo Inglês para a construção de aviões (um golpe para a Airbus europeia), isto quando ainda o Reino Unido é membro de plenos direitos (e deveres?) da Comunidade…

Quando Erasmo escreveu O Elogio da Loucura, foi com o intuito de contrapor o bom senso ao senso comum – dois conceitos frequentemente antagónicos. Daí o tal elogio: como são considerados loucos os que não se acomodam às regras comummente aceites, acaba por caber a esses mesmos loucos (mas nem todos!) mudar a sociedade.

Foi pela xenofobia, pelo chauvinismo, por medos diversos, que o BREXIT venceu: indubitavelmente, foi uma vitória do senso comum.

Quanto ao bom senso, anda agora pelas ruas e pelos gabinetes, a tentar limitar os estragos…

Por Nuno Santa Clara
Barreiro
24.07.2016 - 11:51
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