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Mensagem por Admin Qui Out 13, 2016 10:07 am

Um dos aspectos mais impressionante no tempo que vivemos em Portugal é a distância que existe entre a percepção geral e o que nos dizem os factos, os números ou os acontecimentos mais prováveis.

Portugal parece ter também entrado na era da pós-verdade, um expressão que se está a popularizar na caracterização da actual sociedade, depois do que se passou com a decisão dos ingleses de saírem da União e daquilo a que estamos a assistir na campanha do republicano Donald Trump.

Não importam os factos, pouco interessa o que é verdade, acredita-se, quase por fé, naquilo que se deseja que seja verdade. É o sentimento que conta, tal como nos mercados. Não é mentira, mas também não é verdade mas é aquilo que queremos que seja a realidade, seja porque assim pensam os nossos amigos, a nossa tribo seja o partido ou clube de futebol, ou aqueles a quem damos maior credibilidade que não são – e esta é a grande diferença – especialistas.

Na era dos factos, basta verificar com estatísticas, frases ou relatos para se fazer ou desfazer uma declaração. Nesta nova era é mais importante quem diz, a que “tribo” pertence e especialmente, num mundo de imagem, a forma como se afirma. Vem tudo isto a propósito da perplexidade que causa a reacção, que se consegue identificar como geral, à política económica do actual Governo.

A dimensão da dívida portuguesa e a necessidade que o país tem de manter a confiança de quem tem dinheiro, para que o desendividamento não se tenha de fazer de forma brutalmente dura, deveriam ser suficientes para que a maioria das pessoas preferisse um discurso político mais ponderado. Mas não é assim.

Os números das contas públicas mostram inequivocamente que a carga fiscal, na melhor das hipóteses, manteve-se. E o indicador que mede o grau de restritividade da política orçamental – o saldo sem os juros da dívida pública – mostram que temos uma política até de maior austeridade do que em 2015. Mas não é assim que boa parte das pessoas, se nos basearmos por exemplo nas sondagens, percepcionam a realidade.

Há neste momento uma enorme distância entre aquilo que os políticos do arco da governação dizem e aquilo que se pode mostrar com factos. O investimento caiu, há relatos de falta de recursos para o funcionamento corrente em alguns serviços públicos, orçamentos que não são aprovados, transferências que não são feitas e aconteceu até o Metro ficar sem bilhetes – o que nunca se viu na era da troika. Mas nada disto importa.

O pouco que se sabe da proposta de Orçamento do Estado aponta para a existência de novos impostos e agravamento de outros, mas o mais valorizado é a eliminação da sobretaxa e a subida das pensões, mesmo que esse dinheiro venha para o nosso bolso para depois sair logo a seguir para pagar os novos impostos. Aplicam-se princípios morais e de bons costumes à política de impostos e é como se não tivesse importância nenhuma.

A reacção de algumas pessoas ao que aqui se está a escrever, na caixa de comentários ou nas redes sociais, será com elevada probabilidade marcada pela acusação de ter este ou aquele objectivo, defender este ou aquele partido, sem cuidar de reflectir sobre o que aqui se diz. E assim acabando por confirmar a tese de que vivemos na era dos pós-factos.

É esta sociedade pós-verdade absolutamente negativa? Depende. Pode conduzir, na política, a sucessos como os de Trump – que não parecem para já ser duradouros – ou a erros com consequências imprevisíveis como o Brexit. Mas na economia, dada a importância da confiança, pode ser uma importante arma, se usada com bom senso.

Ou seja, o “optimismo” do primeiro-ministro pode, só por si, gerar crescimento, pela confiança que transmite de que conseguirá gerir os perigos que enfrentamos. Porque, de facto, os tempos são de enormes desafios, como António Costa bem sabe. Nas contas de 2017 não poderá usar os mecanismos que utilizou em 2016 – transferir receita do ano anterior para este e colocar despesa em 2015, pratica comum nas transições de governos. No próximo ano há eleições em França e na Alemanha e a realidade europeia pode mudar tão radicalmente que alguns dos mais críticos arriscam ter saudades do poder de Angela Merkel. O sistema financeiro na Alemanha, em Itália e em Portugal está preso com arames. O Brexit terá os seus efeitos. Na Zona Euro o BCE pode começar a reduzir as compras de dívida pública, expondo de forma mais clara a confiança ou desconfiança dos investidores, medida pelas taxas de juro da dívida pública. Os países do euro não querem nem ouvir falar em novos resgates. Enfim, as ameaças são muitas.

Na economia, esta era dos pós-factos, das pós-verdades, se bem usada, se utilizada com bom senso, equivale à gestão de expectativas. Queremos acreditar que, por trás de decisões que são prejudiciais para a economia a médio e longo prazo, como a tributação selectiva e moralista de sectores, produtos ou serviços, para dar dinheiro em pensões e salários que depois se tira através desses injustos impostos sobe o consumo, vão contribuir para a confiança que gera o crescimento.

Como mostrou 2016, é muito baixa a probabilidade de se gerar crescimento com esta política económica de distribuição de dinheiro pelos grupos mais ruidosos da sociedade e que, na prática, geram a percepção de que hoje existe menos austeridade. Mas nesta era de pós-verdades tudo pode acontecer. Entremos nós também no mundo dos pós-factos e acreditemos que os perigos que estamos a desafiar vão ser ultrapassados. Acreditemos, mas com prudência.

P.S. Para quem queira ler mais sobre a era da “pós-verdade” vale a pena, no New York Times, “The Age of Post-Truth Politics” de William Davies e “The post-truth world – Yes I’d lie to you” na Economist.

Helena Garrido
13/10/2016, 7:43
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