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1917-2017: o século que agora acaba?

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Mensagem por Admin Ter Jan 10, 2017 11:56 am

E se só agora estivesse a acabar a Era dos Extremos, o curto século XX que, em 1994, Eric Hobsbawm contava a partir dos canhões de Agosto de 1914 até ao fim da URSS no dia de Natal de 1991? E se, em termos de tempo histórico, o século XX só terminasse agora, em 2017?

Outubro: revolução e reacções

Em 1917, com a revolução russa, estava dada a partida para a competição entre diferentes concepções do mundo, do homem e do Estado para a luta das ideologias cosmocráticas pelo governo de potências que iriam dominar o mundo.

Tudo começou na Rússia em guerra, quando os bolcheviques de Lenine tomaram o poder em Petrogrado e Moscovo, venceram a guerra civil e, pelo terror sistemático, eliminaram toda a oposição. Eram determinados e impiedosos, como os jacobinos que admiravam e, como eles, uns utópicos maquiavélicos. A sua vitória e o seu proselitismo, as tentativas de imitação na Alemanha, na Hungria e na Itália, causaram reacções na Europa. A ideia de que através da Internacional Comunista se podiam agitar e sublevar as massas operárias e camponesas de toda a Terra alarmou toda a gente e não tardaram as respostas e as contrapropostas de várias inspirações e quadrantes.

A primeira reacção veio da Itália, onde um militante socialista, Benito Mussolini, sintetizou nacionalismo e socialismo - as duas ideias fortes do século XIX - num movimento político activista que passou a enfrentar as esquerdas nas ruas, perante a neutralidade do Estado liberal. O fascismo inspirou--se em ideias que já andavam no ar em França nos finais do século XIX, com Drumont, Barrès e até com Maurras. O fascismo seria a doutrina anticomunista por excelência mas hostilizaria também o liberalismo e a democracia. Por medo dos comunistas, as classes médias e altas italianas apoiariam Mussolini, pensando controlá-lo. Também em resposta à Revolução de Outubro e ao "perigo bolchevique", embora a humilhação de Versalhes tenha sido a verdadeira causa do seu triunfo, chegava o nacional-socialismo de Adolf Hitler, que alcançaria o poder, por via eleitoral, em Janeiro de 1933.

Outras modalidades de reacção, autoritárias e conservadoras, na Península Ibérica, na Europa de Leste, nos Balcãs, foram sendo geralmente protagonizadas pelos exércitos. A última levaria à Guerra Civil de Espanha e à vitória de Franco.

A crescente hegemonia de Berlim no continente europeu e o cumprimento dos tratados com a Polónia conduziram à Segunda Guerra Mundial e à aliança dos soviéticos com os liberais anglo--saxónicos na coligação vencedora de 1945.

As potências ideológicas - sobretudo comunistas e fascistas - tinham originado linhas de amizade e inimizade transversais aos Estados. O comunismo era por natureza internacionalista, mas o fascismo também acabaria por sê-lo, perante uma ameaça que era supranacional. Mas se o fascismo era transversal a raças e fronteiras, Hitler e o nazismo tinham um genuíno etnocentrismo germânico e só no coração da Guerra Mundial, em estado de necessidade, procuraram na Europa Unida uma cruzada anticapitalista e anticomunista.

Ocidente versus Leste

O problema ideológico dos dois mundos voltou a pôr-se na Guerra Fria com a bipolarização Ocidente-Leste, Mundo Livre-Cortina de Ferro. A ameaça crescera com o domínio da Europa Oriental pelos exércitos soviéticos e com o triunfo de Mao na China em 1949. Na fase seguinte, a descolonização, na lógica dos princípios ideológicos da Carta das Nações Unidas, obrigaria a uma corrida entre Leste e Ocidente pelo favor dos novos Estados. E Washington, em Suez, romperia com Londres e Paris num claro sinal de novos tempos e vontades.

A Guerra Fria só não aqueceu para os protagonistas graças à racionalidade imposta pelas armas nucleares. A destruição cruzada refreou tentações e, com altos e baixos, fluxos e refluxos, o duelo durou até que a administração Reagan tomou a iniciativa de explorar as vulnerabilidades do Império Soviético, já detectadas por Emmanuel Todd, Hélène Carrère d"Encausse e Herbert Meyer.

Assim, no espaço de 77 anos, se passara o tal "século curto" da Era dos Extremos de Hobsbawm. Mas o livro era de 1994 e daí para cá deu-se um outro capítulo, o final: a tentativa dos vencedores da Guerra Fria de estender a todo o globo o seu modelo político-social - a democracia partidária e capitalista.

A globalização democrática

A tentativa, inspirada nos EUA pelos neoconservadores, dirigiu-se contra a débil Rússia pós-soviética de Yeltsin e contra as autocracias pessoais e militares do Médio Oriente, através das Primaveras Árabes. A globalização democrática manteve uma lógica confrontacional que, uma vez vencido a agressão comunista, deixara de fazer sentido.

Nesta nova fase, a Rússia de Putin, nacionalista, conservadora, religiosa, autoritária, é o inimigo principal. Os cruzados da globalização democrática atacam também os regimes conservadores da Polónia e da Hungria e vão passando para a sua lista negra, sob a designação de "populistas", partidos e movimentos políticos identitários.

Esta ofensiva tem tido várias raízes ideológicas: umas, de cariz determinista, acreditam que a economia e a tecnologia, na sua invencibilidade, ditam um mundo único, regido pelos mercados e por uma ética consumista, sibarita, multicultural. As nações, as religiões, as tradições, tudo o que identifique o produtor-consumidor com quaisquer outras determinantes ou lealdades são alvos a abater. E, como sempre, esta "irremediável" globalização económico-financeira vem com uma globalização ideológica acoplada: só que desta vez não é a utopia marxista do socialismo igualitário, nem o nacionalismo liberal, nem uma versão laicizada do evangelismo cristão: é a chamada "correcção política", assente numa concepção do homem que, tal como o dinheiro, não tem cor, nem sexo, nem nação e é por isso livre em termos de circulação e de direitos alfandegários. Os mercados, na sua incessante e invisível sabedoria, vão dizendo o que se deve produzir e consumir e uma elite esclarecida vai descobrindo novos nichos e defendendo com reivindicações cada vez mais sofisticadas grupos cada vez mais restritos.

A retórica e a prática das instituições internacionais, replicadas por muitas ONG, vão-se encarregando de reproduzir e de executar este programa. A União Europeia foi transformando o mercado comum em confederação política, ganhando tutela sobre os povos através da dívida.

O imperialismo democrático ou internacionalismo liberal foi a última tentativa do século das ideologias, começado em 1917, de hegemonizar e homogeneizar o mundo. As versões fascistas e comunistas tinham falhado: agora, no modelo relativamente neutro de economia de mercado global, pretendia introduzir-se uma nova moral para a qual, teoricamente, só deveria ser proibido proibir.

Será o povo antidemocrático?

Ora o que aconteceu em 2016 foi que a resistência a este paradigma ideológico cresceu nos povos e agora chegou aos políticos, com o triunfo de causas e de pessoas que se opõem ao pensamento único: a votação favorável ao brexit no Reino Unido e a vitória de Trump nos Estados Unidos marcam política e simbolicamente uma volta já começada no tempo do colapso da União Soviética, com a reunificação alemã (um acto de reunificação da nação que teve alto custo económico) e prosseguida quando a Rússia saiu dos escombros da utopia totalitária para restaurar o Estado nacional. E aqui, é importante e significativo que os protagonistas deste novo paradigma sejam precisamente o Reino Unido e os Estados Unidos, os dois Estados constitucionais mais antigos do Ocidente, dois dos vencedores da Guerra Fria, portadores da globalização e do internacionalismo.

Uma a uma, as grandes potências voltam a políticas definidas em função do interesse nacional e do realismo geopolítico, cada qual com o seu modelo político-social e sem pretensões de o impor às outras potências. Curiosamente, aliás, já estão nessa linha quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas: a República Popular da China, a Federação Russa, a República dos Estados Unidos e o Reino Unido. Falta a França, ainda presidida por Hollande, que por estes dias se dedica a legislar e a aprovar as mais absurdas medidas de correcção política. Mas não será já por muito tempo.

Um mundo perigoso?

Será assim tão perigoso este mundo de Estados nacionais guiados pelos seus interesses e razões como proclamam os alarmistas do internacionalismo liberal? Há riscos e perigos, com certeza, e alguns globais. Contra eles - o jihadismo terrorista, a proliferação de armas nucleares e químicas e de várias e sofisticadas formas de crime organizado - haverá que manter e melhorar a colaboração interestadual.

No caso da Colômbia, agora tão bem evocado na série Narcos, ficou claro que só com o apoio de uma grande potência - os Estados Unidos - pode um Estado médio vencer organizações criminosas como os cartéis de droga. Também se tem visto que não é necessária a proliferação e o controlo de organizações multilaterais para conseguir uma colaboração país a país quando os problemas e os riscos são comuns.

Atrevo-me a concluir que o século XX não foi assim tão curto e que a era das ideologias - e, queira Deus, também a dos extremos - só agora vá terminar, neste ano de 2017, centenário da Revolução de Outubro.

10 DE JANEIRO DE 2017
00:00
Jaime Nogueira Pinto
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