Ucrânia primeiro

Ucrânia, tal como Portugal, não tem artigo definido. Assim como não se diz "o Portugal" ou "no Portugal" também não se diz "a Ucrânia" e "na Ucrânia".

Ucrânia está à beira de uma guerra civil. A União Europeia (e a Europa em geral, para não falar nos cada vez mais distantes e despreocupados Estados Unidos da América) podem fingir que são muito amigos dos ucranianos nacionalistas, independentistas e europeístas, mas é mentira.

Falo como amigo (ligeiro como todos os europeus) de Ucrânia e dos ucranianos: confiem tanto na União Europeia como nos Estados Unidos da América. Que é, traduzido por miúdos, exactamente nada.

A Rússia - seja imperial, comunista ou armada em oligarquia - é a aliada natural do Ocidente judaico-cristão, da bem chamada civilização ocidental, cada vez mais ameaçada.

A oposição entre os Estados Unidos e a Rússia é uma ressaca estúpida da já-de-si estúpida guerra fria. O mundo mudou - e mudou para pior. Hoje é preciso que aqueles que defendem a ascendência ética do político sobre o religioso façam lembrar que todos nós somos livres - e não só para votar.

A liberdade é o grande tema político. Depressa se despedaça. No caso de Ucrânia apenas bate as pestanas uma única vez, para fazer de conta que está empenhada.

Não está. Está longe. Fiquem, por favor e falta de amor, avisados.


Ucranianos e ucranianas: não se deixem seduzir pelas falsas inimizades das guerras civis ou pelas falsas amizades dos amigos fingidos. Pensem e ajam.

MIGUEL ESTEVES CARDOSO 31/08/2014 - 02:10
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