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Clusters estratégicos
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Clusters estratégicos
Portugal vai voltar a apostar numa nova agenda de Clusters. Pretende-se apostar em clusters de inovação, que se assumam como verdadeiras plataformas para um novo modelo estratégico para a economia portuguesa.
Em tempo de profunda crise internacional, com a maior parte dos setores de atividade confrontados com falta de perspectivas de recuperação, a dinamização destes clusters é essencial. As novas áreas de intervenção económica, desde a aeronáutica à saúde, passando pelo agro-alimentar e moda, como projetos integrados de base nacional, acabam por ser um importante teste à capacidade de encontrar novas soluções associadas à inovação e conhecimento, criando condições para uma nova aposta para o futuro. Reinventar os clusters é por isso aposta certa no tempo certo.
O papel de empresas de referência como a Embraer, a Bial, a Novabase, entre muitas outras, é decisivo. Trata-se dum movimento de “aglomeração de base” da sociedade civil, numa lógica de “eficiência coletiva” em que a capacidade regional de afirmar capacidades numa lógica mais global vem ao de cima. Os objetivos estratégicos destes clusters de Inovação são claramente um exemplo de exame à capacidade efetiva dos atores económicos de “agarrarem” o desafio da competitividade duma forma estruturada e coerente. Impõe-se uma aposta séria nesta nova fase, mais ambiciosa, voltada para a Internacionalização e para a criação de valor global.
O sucesso dos clusters é fundamental para o futuro do país. É um objetivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que a sociedade civil agarre de forma convicta este desígnio e faça da criação destas “novas plataformas de competitividade” a verdadeira aposta estratégica coletiva para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assumpção por parte do país dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento económico. Inovação, conhecimento e criatividade são as palavras chave de uma estratégia centrada na criação de valor global com efeito no emprego e riqueza.
O papel do Investimento Direto Estrangeiro de Inovação, articulado com universidades e outros centros de competência, vai ser decisivo nesta área e ao Estado caberá a inelutável missão de regular com rigor e sentido estratégico. Mas a chave do segredo estará na capacidade local de fazer a diferença. Os atores da competitividade (municípios, universidades, associações empresariais) terão que saber desenvolver um verdadeiro “pacto estratégico” para o futuro do seu território, voltado para uma dimensão mais global. E as opções terão que ser claramente assumidas. Por isso, impõe-se que rapidamente este projeto estratégico passe a ser a base de uma nova agenda da competitividade e crescimento.
A economia portuguesa precisa de um novo choque. E compete aos clusters a liderança do processo de mudança. Impõem-se pólos capazes de projetar no país uma dinâmica de procura permanente da criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevive quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógica de competitividade aberta, os pólos não podem demorar. Têm que ser a base do futuro que queremos que seja já hoje!
FRANCISCO JAIME QUESADO, PRESIDENTE DA ESPAP – ENTIDADE DE SERVIÇOS PARTILHADOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2014/09/25 00H15
OJE.pt
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