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Provas de acesso à profissão para políticos
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Provas de acesso à profissão para políticos
Caçador de talentos indica as respostas que nunca se devem dar numa entrevista de trabalho. Os políticos ficavam no desemprego
Se os nossos políticos fossem obrigados a fazer uma entrevista de emprego para entrar para a profissão, e o entrevistador fosse o famoso head-hunter Steve Pogorzelski, a maioria não conseguia o lugar. Chumbavam nas duas perguntas que, segundo a revista "Fortune", o caçador de talentos faz a todos os candidatos. A primeira, "Qual foi o seu maior sucesso profissional até agora, e porquê?", e a segunda, "Qual foi o seu maior erro profissional, e porquê?"
Aparentemente questões absolutamente banais, mas a diferença está naquilo que o antigo presidente da Monster.com Worlwide, que durante 25 anos seleccionou os quadros das maiores empresas, exige ouvir como resposta.
"O que pretendo escutar é a palavra 'nós'. A forma como alguém descreve como atingiu o seu maior objectivo diz muitíssimo do seu potencial como futuro líder", explica à revista norte-americana.
Quando não o fazem, tomando para si todo o mérito da vitória, revelam que terão imensa dificuldade em trabalhar em equipa, conclui Steve Pogorzelski. Ora basta ligar a televisão à hora do noticiário para ter a certeza que os (re)candidatos a um lugar de poder exibem os galões, com relatos dos seus êxitos retumbantes, que prometem repetir num novo ciclo eleitoral. Cortaram impostos, esticaram o OE para chegar a tudo, conquistaram apoios fronteiras afora, e nunca ninguém como eles combateu a corrupção, cortou nos privilégios dos ricos que distribuiu pelos pobres. Sozinhos, e sem a ajuda de ninguém.
Na resposta à questão sobre o maior fracasso da sua existência profissional, o que o head-hunter quer ouvir é exactamente a conjugação na primeira pessoa, ou seja, quem não empregar o "eu", assumindo a responsabilidade total pelo erro, fica na rua.
Escreve a "Fortune": "A pergunta é tão habitual que os candidatos em geral têm uma resposta-tipo, pronta a usar. O que podem não entender é que aquilo que Pogorzelski deseja saber é a quem atribuem as culpas pelo que correu mal."
Muitos dos candidatos caem direitinhos na armadilha, esticando-se ao comprido ao sacudir a água do capote. Pogorzelski diz à "Fortune": "Se alguém me diz que falhou porque alguém, que não ele, fez asneira, se acusam a crise económica ou alegam qualquer outra razão que não os implique directamente, acende-se logo o vermelho."
Ui, acho sinceramente que não teríamos nem um português empregado, tal o nosso gosto pelo exercício nacional de encontrar bodes expiatórios. Então políticos nem vê-los, tivessem estado no poder no passado, no presente ou ambicionando vir a ocupar um cargo no futuro. O que seria deles se lhes fosse vedado acusar a troika, o FMI, a crise económica e, claro, a pesada herança dos governantes anteriores?
É claro que o caçador de talentos norte-americano admite que há, de facto, circunstâncias que escapam ao controlo de quem está num lugar de decisão, mas confessa que esses factos só por si não podem explicar as derrotas profissionais individuais, que devem ser justificadas com a responsabilidade de cada um no desfecho final. Deseja sobretudo que o candidato seja capaz de explicar como podia ter feito melhor, e o que aprendeu com os erros cometidos.
O problema é que, como os políticos nunca erram, nunca podem admitir ter aprendido o que quer que seja!
As lições de Pogorzelski destinam- -se, obviamente, a todos aqueles que procuram emprego e são obrigados a ir a entrevistas de selecção.
Por isso deixe lá as respostas-tipo, ensaiadas frente ao espelho, prepare-se antes de cada prova, procurando saber muito sobre a empresa a que se candidata, seja honesto e curioso, não tenha medo de fazer perguntas genuinamente interessadas, além de responder às que lhe fazem a si. Sobretudo não finja ser aquilo que não é, porque o teatro desmascara-se com facilidade, por muito bem ensaiado que esteja o papel. Uf, e com esta lá ficaram mais uns tantos candidatos a políticos sem emprego.
Jornalista e escritora
Escreve ao sábado
Por Isabel Stilwell
publicado em 28 Fev 2015 - 08:00
Jornal i
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