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São os habitantes que fazem as cidades
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São os habitantes que fazem as cidades
Num destes dias participei, a convite do prof. Rio Fernandes, na última aula letiva da disciplina de Geografia do Porto da FLUP. Aula que se traduziu num debate para o qual foram também convidados os vereadores da Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro e Manuel Sampaio Pimentel. Foram duas horas animadas e, pela minha parte, bem passadas.
O tema que abordei foi o da reabilitação, onde, entre outras coisas, demonstrei que, em termos de fixação e atração de novos moradores, a atividade desenvolvida pelas câmaras presididas por Rui Rio (2002-2013) foi um autêntico fracasso, designadamente na área de intervenção do instrumento que criou em 2004: a SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo. De facto, entre 2001 e 2011, a cidade do Porto perdeu 25 540 habitantes (9,7%), o que significa que, a cada dia que passou, sete pessoas deixaram de viver no Porto! Situação que, nas freguesias de intervenção da SRU (Miragaia, Santo Ildefonso, S. Nicolau, Sé e Vitória), foi ainda mais grave: em conjunto, estas freguesias perderam 21% da sua população! O que demonstra bem que, entregue a reabilitação à lógica do interesse dos privados, não se construíram habitações (ou as que se construíram foram-no para venda a preços especulativos) mas sim hotéis e outros edifícios de serviços (impondo, em vários casos, a saída de moradores e antigos ocupantes).
No debate ouvi um argumento que era esgrimido por Rui Rio: a perda de população não é, em si, muito importante, o que importa é que o Porto continua a ter uma grande capacidade de atração de jovens por força das suas universidades, de trabalhadores e, agora, de turistas.
Este é um argumento completamente errado. É que a perda de população conduz a dois outros problemas: o crescimento de edifícios devolutos (27%, em 2011) e o envelhecimento da população (entre 2001 e 2011 os que têm mais de 65 anos passaram de 19,5% para 24,9%, enquanto os que têm menos de 24 anos passaram de 27,2% para 21,6%). O que leva a um ciclo vicioso de definhamento urbano.
Pelo que, sem habitantes, as cidades, perdem identidade. E, por mais que o pareçam, não são atrativas. Pelo menos de uma forma sustentada e sustentável...
Entregue a reabilitação à lógica do interesse dos privados, não se construíram habitações, mas sim hotéis e outros edifícios de serviços (impondo, em vários casos, a saída de moradores e antigos ocupantes)
29.06.2015
RUI SÁ
Jornal de Notícias
O tema que abordei foi o da reabilitação, onde, entre outras coisas, demonstrei que, em termos de fixação e atração de novos moradores, a atividade desenvolvida pelas câmaras presididas por Rui Rio (2002-2013) foi um autêntico fracasso, designadamente na área de intervenção do instrumento que criou em 2004: a SRU - Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo. De facto, entre 2001 e 2011, a cidade do Porto perdeu 25 540 habitantes (9,7%), o que significa que, a cada dia que passou, sete pessoas deixaram de viver no Porto! Situação que, nas freguesias de intervenção da SRU (Miragaia, Santo Ildefonso, S. Nicolau, Sé e Vitória), foi ainda mais grave: em conjunto, estas freguesias perderam 21% da sua população! O que demonstra bem que, entregue a reabilitação à lógica do interesse dos privados, não se construíram habitações (ou as que se construíram foram-no para venda a preços especulativos) mas sim hotéis e outros edifícios de serviços (impondo, em vários casos, a saída de moradores e antigos ocupantes).
No debate ouvi um argumento que era esgrimido por Rui Rio: a perda de população não é, em si, muito importante, o que importa é que o Porto continua a ter uma grande capacidade de atração de jovens por força das suas universidades, de trabalhadores e, agora, de turistas.
Este é um argumento completamente errado. É que a perda de população conduz a dois outros problemas: o crescimento de edifícios devolutos (27%, em 2011) e o envelhecimento da população (entre 2001 e 2011 os que têm mais de 65 anos passaram de 19,5% para 24,9%, enquanto os que têm menos de 24 anos passaram de 27,2% para 21,6%). O que leva a um ciclo vicioso de definhamento urbano.
Pelo que, sem habitantes, as cidades, perdem identidade. E, por mais que o pareçam, não são atrativas. Pelo menos de uma forma sustentada e sustentável...
Entregue a reabilitação à lógica do interesse dos privados, não se construíram habitações, mas sim hotéis e outros edifícios de serviços (impondo, em vários casos, a saída de moradores e antigos ocupantes)
29.06.2015
RUI SÁ
Jornal de Notícias
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