Mais trabalho, menos conversa

Quando há quatro anos o atual Governo tomou posse ficou logo claro que a "festa" desabrida de investimentos públicos improdutivos e economicamente irracionais, que tinham sido timbre dos governos socialistas, tinha acabado. A prioridade era, e tinha de ser, a recuperação económica e financeira do nosso país, com particular ênfase no equilíbrio das nossas finanças públicas, e com a inevitável consequência de que tal iria ter ao nível de investimento público.

A retração do investimento público teria consequências óbvias e naturais sobre eventuais expectativas de concretização de obras públicas, e nós, no distrito do Porto, não seríamos obviamente a exceção. O distrito do Porto teria, então, que ser seletivo na definição de prioridades dos investimentos públicos em infraestruturas que pretendesse reclamar junto do poder central, na atual legislatura. Sabíamos que não seria possível o distrito do Porto ser compensado do esquecimento a que foi votado pelas passadas governações. Mas também sabíamos que a razão, a razoabilidade e a justiça para reclamar junto do poder central alguns investimentos, estava do nosso lado.

Ao nível das infraestruturas, penso que existia um amplo consenso político na região para a necessidade de conclusão de três investimentos que estavam em curso - o "eterno" Centro Materno-Infantil do Norte, o Centro de Reabilitação do Norte e o Terminal de Cruzeiros de Leixões - e o lançamento e início dos trabalhos irreversíveis de outros três - uma alternativa à EN14, a EN15/IC35, e a eletrificação da linha ferroviária Caíde-Marco de Canaveses.

Claro que muitos outros investimentos seriam necessários e justamente reclamados pelas populações do nosso distrito, mas estes eram as prioridades das prioridades. Também nestes investimentos tínhamos herdado das governações socialistas promessas e anúncios ocos sucessivos, promessas megalómanas que nunca passariam do papel, e que ficaram nas declarações políticas ilusórias dos governantes socialistas em períodos pré-eleitorais. Mas uma nova filosofia e responsabilidade política a partir de junho de 2011 tornaram-se uma realidade: não fazer promessas, e só realizar o possível, e traduza-se, realizar aquilo para o qual se tinha dinheiro.

Foram, assim, quatro anos intensos por parte dos deputados do PSD do distrito do Porto na sensibilização para a urgência desses investimentos. E qual foi o resultado desse magistério de trabalho realizado pelos deputados? Julgo que esse resultado está à vista de todos, e não pode, nem deve ser posto em causa. Os três investimentos que estavam em curso foram concluídos, sendo o último o terminal de cruzeiros, passando o nosso distrito a dispor de uma estrutura de excelência para acolher todos aqueles que escolhem a via marítima para chegar ao Porto. Os outros três já estão em curso: as obras de eletrificação da linha Caíde-Marco de Canaveses estão já a avançar a ritmo acelerado, a requalificação da EN14 está em andamento e o início das obras no terreno será também uma realidade a toda a hora, e também já foi iniciado o processo das obras de requalificação da EN 15, que não é mais do que o início do IC35, tornando a efetiva concretização dessa infraestrutura irreversível.

Que diferença em relação ao passado: muito menos notícias pomposas, mais trabalho realizado.

É por isso que acredito que os eleitores do distrito do Porto saberão premiar este difícil trabalho, saberão reconhecer que os tempos são de mais realismo e menos ilusão, e que não queremos hipotecar os sacrifícios que já fizemos.

Se há distrito em que é pertinente falar de valores do trabalho, do sacrifício em nome do interesse comum, da poupança e do realismo é o nosso distrito do Porto! Os próximos anos, os próximos quatro, serão um novo ciclo, um ciclo de esperança, onde o investimento tenderá a aumentar, sempre em proporcionalidade à nossa capacidade de os pagar e nunca à capacidade de pedir dinheiro emprestado para as gerações futuras pagarem. O princípio tem que manter-se, fazer sempre o máximo!... possível!

* DEPUTADO E PRES. DA DISTRITAL DO PORTO DO PSD

09.08.2015
VIRGÍLIO MACEDO
Jornal de Notícias 

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