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Exportações resistiram a queda de 26% nas vendas para Angola
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Exportações resistiram a queda de 26% nas vendas para Angola
PAULO JULIÃO/LUSA
Vendas para Angola caíram 462 milhões nos primeiros sete meses. Resistência na China e crescimento nos Estados Unidos e União Europeia aguentaram crescimento das exportações portuguesas.
As vendas de bens portugueses para a Angola continuaram a cair em julho. Os dados dos primeiros sete meses do ano, divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), revelam que as exportações para o mercado angolano desceram 26%, face ao mesmo período do ano passado. Até junho, a queda tinha sido de 25%.
Em valor, as empresas portuguesas venderam menos 462 milhões de euros para o mercado angolano, que é o segundo destino mais importante fora da União Europeia, tendo sido responsável por um volume de negócios de 1257 milhões de euros nos primeiros sete meses de 2015.
O arrefecimento da economia local, muito provocado pela desvalorização do petróleo e pelas restrições monetárias, estão penalizar as vendas para Angola. Portugal é um dos principais fornecedores do país, sendo este destino especialmente relevante no setor de bebidas e agroalimentar.
Apesar da forte queda sentida num dos mercados mais relevantes, as exportações extra-comunitárias continuam a resistir. Cresceram 2,6% até julho e deram um contributo positivo para as vendas de Portugal ao exterior que registaram um valor mensal recorde.
As contas do destaque do INE, calculadas ao trimestre (maio, junho e julho), apontam para uma progressão de 6% nas vendas ao exterior, face ao mesmo trimestre de 2014, com o comércio para a União Europeia a puxar pelos números com uma evolução positiva de 7,5%. As vendas para o resto do mundo progrediram 2,5%.
À boleia dos combustíveis
Um dos mercados que permitiu a Portugal manter a boa performance nas exportações foram os Estados Unidos, que substituíram Angola como o maior destino fora da UE, ao comprar 1532 milhões de euros de bens portugueses. O crescimento face a 2014 foi de quase 30%, e está muito ancorado na retoma das vendas de combustíveis (gasolina sobretudo) para os EUA, que caiu no ano passado por causa da paragem da refinaria de Sines.
A energia deu ainda outro contributo positivo à balança comercial, cujo défice caiu 175 milhões de euros — para 2597 milhões de euros — muito à boleia da descida do preço do petróleo.
Canadá, Marrocos, Moçambique e Suíça, foram outros mercados relevantes que compraram mais produtos portugueses, tal como um destino que pode ser mais inesperado. As exportações para a China, país que tem sido notícia pela crise bolsista pelo abrandamento económico, até cresceram cerca de 19%, tendo representado 566 milhões de euros.
Já o mesmo não aconteceu com outras economias emergentes em recessão e que foram aposta para as exportadoras nacionais. A maior queda percentual num mercado relevante para Portugal foi protagonizada pela Federação Russa onde as vendas recuaram 29%, ressentindo-se também dos embargos que Moscovo impôs a produtos europeus. Também a Turquia, uma economia a abrandar, comprou menos 18% a Portugal.
Outro país em crise debaixo do foco de Portugal é o Brasil, as exportações recuaram, mas pouco, acumulando uma queda de 2% nos primeiros sete meses para 336 milhões de euros.
ANA SUSPIRO
16.43
Observador
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